A partir desta segunda-feira (26), o Centro Cultural Oi Futuro oferece ao público de todo o país, gratuitamente, um tour virtual 360º à exposição Arte, Cidade e Patrimônio: Futuro e Memória nas Poéticas Contemporâneas, que ficou em cartaz para visitação presencial de 26 de maio até este domingo (25).
O tour 360º pode ser acessado no endereço do centro cultural. Esta é a vez terceira que o Oi Futuro oferece ao público a oportunidade de visitar virtualmente uma exposição com a tecnologia 360º.
Segundo o gerente executivo de Cultura do Oi Futuro, Victor D’ Almeida, têm sido geradas imagens das galerias, dos espaços em 360º, para que o público navegue pelas instalações do centro cultural. Há “uma camada de vídeos, textos, imagens, explicações e textos curatoriais sobre as obras dos artistas que ocupam as galerias a cada exposição”, disse hoje à Agência Brasil Victor D’ Almeida.
Ele disse que as visitas pela internet resultaram de processo vivenciado ao longo do ano passado para contornar as dificuldades impostas pelo distanciamento social e a segurança do público, por causa da pandemia de covid-19, para que as pessoas continuem “fluindo arte, refletindo”. “Nossa missão é fomentar a produção artística”, acrescentou D'Almeida, ressaltando que a reflexão também serve à segurança mental das pessoas.
Ganhos
A tecnologia de fotografia digital 360º dá aos visitantes a sensação de caminhar pela exposição, mesmo sem sair de casa. “Foi uma preocupação nossa, e é um ganho. Apesar de ser uma reação a algo que se impôs, pudemos ampliar e atingir muito mais pessoas do que se atingia presencialmente. Com isso, conseguimos estar em contato constante com pessoas que, às vezes, não têm oportunidade de ver todas as exposições. Isso tem significado um ganho que não tínhamos.”
Também é um ganho para os artistas que estão expondo, destacou Victor D’Almeida. A mostra Arte, Cidade e Patrimônio: Futuro e Memória nas Poéticas Contemporâneas reúne obras de dez artistas contemporâneos de seis estados brasileiros, com curadoria de Adriana Nakamuta. A coletiva marcou a primeira vez que a cidade do Rio de Janeiro foi capital do Congresso Mundial de Arquitetos, realizado no período de 18 a 22 deste mês.
Entre os expositores,que são de diversos estados, estão Beatriz Rauscher, Clara Cavendish, Claudia Renault, Denilson Baniwa, Guto Nóbrega, Lucas Landau, Mariana Guimarães, Mauricio Pokemon, Thiago Honório e Thiago Martins de Melo, que foram convidados a apresentar uma produção inédita em suportes e linguagens diversos, mas conectados com a cidade e suas diversas esferas de patrimônio, tendo como inspiração a capital do estado do Rio de Janeiro.
Reflexão
Para o início de agosto, está programada a instalação Quiet Room, que fará o público refletir sobre o tempo de tela e a hiperconectividade. De acordo com Victor D’Almeida, muitas vezes, as informações que chegam ao cérebro humano não vêm acompanhadas de um processo de filtro de qualidade e até mesmo da ansiedade que acompanha o dia a dia das pessoas em um momento de pandemia. O uso da tecnologia está cada vez mais presente como uma ferramenta digital, e isso requer uma pausa e reflexão orientada, afirmou.
“A instalação apresenta conteúdos e falas sobre um processo de pausa, de respiro e de reflexão nesses tempos tão corridos. É uma experiência coletiva, onde as pessoas vão participar desse processo, com todas as medidas de segurança. E, no primeiro momento de imersão, a detecção de movimento vai indicar que as pessoas necessitam desse desacelerar.”
A galeria será transformada em um ambiente imersivo, medindo o estado de repouso ou agitação do grupo de visitantes. Uma vez que o sensor de movimento entenda isso, as pessoas migram para outra sala e são convidadas a esse processo de reflexão e pausa sobre o respiro. Depois da etapa presencial, essa instalação terá também um tour virtual com tecnologia 360º.
Família
Ainda em agosto, o Centro Cultural Oi Futuro receberá uma proposta intercênica intitulada Meu Filho Só Anda um Pouco Mais Lento,baseada em texto do dramaturgo croata Ivor Martinić, nunca montado no Brasil, que fala das questões familiares e da construção de uma família a partir das acessibilidades. O texto foi pensado inicialmente para o palco, mas, devido à pandemia, foi vertido para uma forma que possibilita ter o público presencial mais próximo e com segurança.
O espetáculo acabou transformado em conteúdo audiovisual, a partir da produção de pequenos vídeos, falas e esquetes que assumiram uma cenografia positiva. Os meandros de cada personagem foram ressignificados e assumiram a configuração de um labirinto que vai tomar a galeria. “Em cada um dos caminhos desse labirinto, o público poderá ter acesso na ordem que julgar melhor. No começo do labirinto, a pessoa receberá um controle para que possa acionar cada documentário dentro do caminho que ela achar melhor dessa narrativa não linear”. Segundo D’Almeida, é uma experiência radical verter uma obra que continua sendo teatro, mas assume outra configuração e, ao mesmo tempo, possibilita aos realizadores pensar novas formas inovadoras de criar sua arte, suas obras e projetos.