Covid-19: SP monitora taxa de contaminação após contato com infectados



Um estudo divulgado pela prefeitura de São Paulo, denominado RastCov-Sampa, demonstrou que quatro em cada dez pessoas monitoradas que tiveram contato próximo com alguém infectado pela covid-19 também se contaminaram com o vírus. Segundo a prefeitura, na maior parte dos casos, as pessoas viviam na mesma residência.

Divulgado na semana passada, o estudo acompanhou 16.589 pessoas. Desse total, 2.359 tiveram resultado positivo para covid-19, uma taxa de positividade de 14,2%. A prefeitura monitorou com quem essas pessoas infectadas tiveram contato e verificou que 42,2% dos contactantes desenvolveram a doença, índice chamado de taxa de ataque. A taxa de ataque é a taxa de incidência de uma determinada doença para um grupo de pessoas expostas ao mesmo risco limitadas a uma área bem definida.

Com esse resultado, a prefeitura decidiu manter o uso de máscaras de proteção na cidade de São Paulo. “Recomendamos fortemente a utilização de máscaras em ambientes fechados e abertos. Haverá uma nova rodada dessa pesquisa até o dia 10 de novembro. Até lá, nada muda na cidade”, disse o secretário municipal da Saúde de São Paulo, Edson Aparecido.

Ontem (18), em entrevista, o prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes, disse que pretendia suspender a obrigatoriedade do uso de máscara na capital paulista, mas o estudo demonstrou que isso ainda não é possível. “Eu tinha expectativa pessoal de que poderia liberar. Ainda bem que eu pedi o estudo”, afirmou Nunes.” O estudo detectou que mais de 88% das pessoas que se contaminaram foi dentro da residência. Quem está dentro de casa, sem máscara, tem mais possibilidade [de se infectar]”, acrescentou.

De acordo com o secretário, isso comprova que o uso de máscaras ainda é necessário nos ambientes externos. “Nos ambientes onde não se usa máscara, a taxa de contaminação ainda é muito alta”, afirmou Edson Aparecido.

Segundo a prefeitura, nesse monitoramento, foram testadas tanto pessoas com sintomas quanto as assintomáticas que tiveram contato com pessoas com resultado positivo em testes para covid-19.

O monitoramento mostrou ainda que, na maior parte dos casos, a transmissão se dá antes do início dos sintomas, com o pico acontecendo 24 horas antes dos sintomas se manifestarem.

Média móvel

Na entrevista desta segunda-feira, Edson Aparecido falou também sobre o impacto da vacinação na queda do número de mortes e de internações por covid-19 na cidade de São Paulo. Segundo o secretário, ontem não havia qualquer paciente intubado na cidade por causa da doença.

“Em função do avanço da vacinação, houve queda de 90% na ocupação dos leitos na cidade de São Paulo. No dia 7 de abril, tinha 337 pessoas em UTI [unidade de terapia intensiva] das quais 99 intubadas. Tinha [durante o pico da segunda onda, entre março e abril deste ano] uma média de internação diária que passava de 400 pedidos todas as manhãs. Hoje de manhã [ontem] tivemos cinco pedidos de internação em UTI”, disse o secretário. “Não temos hoje nenhum paciente de UTI intubado na cidade”, acrescentou.

O impacto da vacinação é também sentido na média móvel de mortes por covid-19. Conforme dados do Painel Covid-19 da Secretaria Municipal de Saúde, em março deste ano, no pico da segunda onda, a cidade de São Paulo registrou 6.707 óbitos pela doença. Foi o maior número de mortes registrado em um único mês desde o início da pandemia de covid-19. Os números vêm caindo mês a mês – em setembro, foram registradas 336 mortes.

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