Marcelo Henrique
No primeiro dia do mês de março do ano de 1565, Estácio de Sá fundava uma das cidades mais lindas do mundo: São Sebastião do Rio de Janeiro. E hoje, 20 de janeiro, é o dia do martírio de São Sebastião, o padroeiro da cidade maravilhosa. Mas não se trata de um feriado comum, como tantos outros que povoam o nosso calendário. Trata-se de uma oportunidade multicultural de riqueza ímpar, o qual merece ser conhecido e acompanhado pelos que podem.
Nesta data tão importante, os cariocas ou visitantes podem participar de missas e outras celebrações Católicas, mas também há diversas homenagens em uma amplitude gigantesca, iniciando-se em ensaios carnavalescos, até as famosas feijoadas das comunidades. Hoje, por exemplo, as velhas guardas das escolas de samba irão se encontrar com o Cardeal Arcebispo D. Orani Tempesta, que conduzirá procissão que passará por pontos importantes da cidade. E o mais inusitado é que o feriado do dia 20 foi instituído pela Lei Municipal n. 1271, de 27 de junho de 1988. O dia 01 de março, entretanto, é dia útil normal, o que demonstra mais uma peculiaridade do Rio, tão peculiar em tantas características.
Espero, sinceramente, que todo brasileiro tenha oportunidade de conhecer o Rio de Janeiro, nosso cartão-postal do Brasil para o mundo. Uma cidade muito além da beleza natural que, embora inebriante, concorre em pé de igualdade com as intervenções humanas na sua arquitetura peculiar e curvilínea. Tudo isso sem falar das pessoas que, à sua maneira, constroem uma cultura que exala brasilidade e transforma cada um que por lá passa. Como costumo dizer, o Rio impõe um pouco de sua marca até mesmo nas mais rígidas manifestações étnicas, religiosas, enfim…
É muito comum judeus e palestinos trocando um bom papo nas esquinas do Leblon. Americanos e Cubanos batendo bola no Botafogo, todos em uma harmonia de encher os olhos do mundo todo. Esse povo tão acolhedor e sempre de sorriso no rosto merece o respeito e admiração de todos nós. O carioca é uma verdadeira lição de vida. Guerreiro como São Sebastião, mas – sem limite de idade, credo ou classe social – irradia a boa felicidade e contagia os que se aproximam.