Marcelo Henrique
Entra ano e sai ano, mas ainda parece que nossas instituições não conseguiram compreender, adequadamente, a importância da comunicação para a perfeita harmonia de uma nação. Uma palavra equivocada, ou dita fora de contexto, pode ser o suficiente para desencadear crises de proporções imprevisíveis, arriscando-se conquistas atingidas a duras penas. O Mercado, entidade um tanto quanto abstrata da qual bem tratam os economistas, é o primeiro a experimentar o peso das palavras mal empregadas, até mesmo em redes sociais, hoje na ponta dos dedos de todos os principais atores do poder constituído. Uma frase no Twitter é o suficiente para fazer a bolsa de valores cair e o dólar explodir, gerando-se impactos cada vez mais nefastos para vida dos brasileiros. Errar é humano, mas errar nos dias de hoje pode ser catastrófico.
E quando o erro acontece em situações envolvendo a Justiça? Assim o diga o funcionário do Banco do Brasil que teve sua foto e identidade divulgadas maciçamente nas redes sociais sendo atribuída à pessoa que defecou (ou fingiu) em repartição oficial durante os ataques dos depredadores do patrimônio público, no último domingo. Segundo informação da própria assessoria de imprensa da empresa pública, o bancário em questão estava de licença e fora de Brasília quando tudo aconteceu. Mas, ainda assim, o jovem é atacado e vítima de palavras de ordem ou xingamentos em vários lugares, em um nítido reflexo do julgamento que ele sofreu pelas varas do tribunal da internet. Mais uma vítima das perigosas fakenews.
Por tudo isso, nós – profissionais de comunicação – devemos sempre orientar nossos leitores para que procurem instrumentos sérios de imprensa antes de acreditar piamente em verdades produzidas, geralmente irreais. A mídia oficial sempre tem mecanismos rígidos e eficazes de combate à utilização da Internet como púlpito para qualquer um expor suas opiniões, muitas vezes completamente distantes da realidade. Da mesma forma, às autoridades, grandes empresários e presidentes de companhias, é imprescindível que tenham uma eficaz assessoria de imprensa, justamente para que maus entendidos não se transformem em verdadeiras catástrofes, com consequências gerais. Profissionais são devidamente preparados para transformar pensamentos em palavras claras e de imediata compreensão.