Marcelo Henrique
O Homem atingiu a Lua. Suas invenções tecnológicas vão de robôs que operam até satélites que orbitam em torno da terra para replicar os mais variados sinais de equipamentos espalhados pelo globo, garantindo sua plena integração. A resposta imunológica contra a Covid-19 veio em tempo inferior a um ano. Mas, o ativismo ainda continua com seus excessos, e o Estado ainda continua usando de sua opulência para oprimir e abrir para o diálogo.
A notícia de hoje deflagra a prisão da jovem ativista ambiental Greta Thunberg, em uma mina de carvão, na Alemanha. O protesto era devido ao campo de exploração mineral ser “a céu aberto”. Segundo ambientalistas, esse tipo de atividade é bastante nociva ao meio ambiente e sua manutenção pode causar danos severos a serem experimentados pela população atual e novas gerações.
Pelo que se sabe até o momento, o protesto liderado por Greta era pacífico, em que pese contumaz. Para frustrar a manifestação, os responsáveis pela mina acionaram a polícia, que, prontamente, encerrou a manifestação e prendeu a ativista. Não se sabe de outras prisões no local, mas imagens foram divulgadas da jovem sendo arrastada, carregada e deixada em um ônibus, devidamente presa pelos agentes alemães. Tudo em conformidade com uma velha técnica mundialmente empregada para abafar aqueles que lutam pela coletividade.
Afinal, os holofotes são necessários. Não basta fazer cessar o protesto, quando transcorre fora da legalidade. É preciso dar espetáculo, tal como na Idade Média, as demonstrações de poder pela decapitação dos inimigos em praça pública. Além do ato policial ser cinematográfico, é imprescindível que se tente desmoralizar a ativista, fazendo-lhe experimentar todos os aparelhos do Estado que eram para ser usado em favor de toda a coletividade. Mas não! É bem mais fácil aniquilar os poucos que fogem da caverna platônica do que construir uma escada, permitindo a saída de todos.
Para vanglória geral, essa técnica é tão antiga quanto ineficaz. Em que pese a grande massa insista em permanecer na alienação, o trabalho e luta dos ativistas – em situações como essas – é alvo de destaque, proliferando e prospectando novas gerações de pessoas comprometidas com a coletividade. Mesmo dentro das mais variadas cavernas, qualquer pessoa imagina que todo esse aparato militar não seria necessário para conter uma jovem franzina como Greta. Pequena enquanto corpo humano, mas gigante como líder de uma causa, que seus algozes só fizeram gerar seus maiores objetivos: os holofotes.