Por: Bruno Inácio
Uma vida de luxo bancada pelo tráfico de drogas. Era assim que dois homens viviam na Grande BH. Tanta regalia chamou a atenção da polícia. Ao ser investigada, a dupla, presa ontem, foi apontada como integrante da facção paulista Primeiro Comando da Capital (PCC).
Conforme as apurações, os suspeitos lucraram mais de R$ 2 milhões com o crime. Eles moravam em um condomínio de classe média alta, mas o local exato não foi informado. Segundo o delegado Marcus Vinícius Vieira, do Departamento Estadual de Operações Especiais (Deoesp), os homens também esbanjavam carros importados.
Na residência foram apreendidos um Jaguar, uma Hilux SW4 e uma Land Rover, além de uma motocicleta e duas pistolas semiautomáticas. Entorpecentes não foram localizados. “Mas encontramos outros indícios (do crime), como anotações referentes ao tráfico e carros de altos valores que foram vendidos para o Mato Grosso do Sul”, explicou Marcus Vinícius.
Os detidos começaram a ser investigados há dois meses. Já tinham sido presos por roubo, tentativa de homicídio e tráfico, mas estavam soltos há um ano.
Facção
A polícia ainda investiga há quanto tempo teriam ingressado na facção. O delegado afirma que a dupla não fazia o transporte de drogas, mas negociava preços e concluía as transações com bandidos paraguaios. “Eles são responsáveis por uma rota entre Pedro Juan Caballero (Paraguai) com Ponta Porã (MS)”.
Segundo Marcus Vinícius Vieira, os dois não seriam da alta cúpula do PCC, mas uma espécie de liderança do grupo, braço que injeta dinheiro nas atividades ilícitas. “A próxima fase (das apurações) consiste em identificar as pessoas responsáveis pela condução dessas drogas”.