Mesmo com inflação, setor de construções e reformas permanece aquecido no Brasil



Especialista explica como o setor tem lidado com as incertezas econômicas e dá dicas para quem pretende economizar

 

De acordo com um levantamento do Sinapi (Sistema Nacional de Pesquisa de Custos e Índices da Construção Civil), que funciona em conjunto com o IBGE e a Caixa Econômica Federal, o preço da construção do m² mais que dobrou nos últimos seis anos, passando de R$ 968,70, em janeiro de 2016, para R$ 1.525,48 em janeiro deste ano (2022), o que gerou um aumento de 57,48%. A pesquisa destaca dois indicadores: o valor da mão de obra e dos materiais de construção. Em 2021 e 2022 o valor aumentou, tendo crescimentos de 12% e 17,18%, respectivamente. Porém, afinal, como isso tem impactado o setor?

 

Germana Lara, arquiteta com mais de 15 anos de experiência, explica que, apesar de outros setores estarem lidando com os efeitos negativos da crise econômica, quando se trata de construções e reformas, o mercado ainda está aquecido. “Aqui em nosso escritório, por exemplo, temos recebido muitas solicitações diariamente”, conta.

 

Nesse sentido, o que Germana tem observado é que as pessoas estão se planejando mais antes de iniciar as obras, justamente para não acontecer de começar algo que não poderá ser concluído. “Em nosso escritório, por exemplo, o serviço de orçamentação de obras teve um aumento de 80%”, revela.

O que fazer

A especialista conta que o primeiro passo durante o processo de projeto é alinhar com o cliente suas expectativas financeiras em relação ao escopo da obra. “A maioria dos clientes chega sem saber quanto de fato irão custar suas construções ou reformas, e após 15 anos de mercado, entendemos que esse papel é nosso, pois não queremos entregar um projeto que não será executado. O nosso objetivo é que o cliente realize todo processo e nós prestamos esse acompanhamento. Vamos desde o estudo de viabilidade, passando pelo

projeto, orçamentos, escolha de acabamentos até execução da obra, a montagem de marcenaria e mobiliários, a entrega completa de tudo”, ressalta.

 

Desafios e dicas

 

Segundo Germana, o maior desafio atual tem sido exatamente os preços mais elevados. “O aumento de preços dos materiais tem acontecido de forma mais rápida. Por isso, para fazer um bom investimento, é necessário ter todas as especificações do projeto o quanto antes para que o cliente execute as compras no início. Ele pode, inclusive, negociar a entrega no momento adequado, mas se comprar no início certamente no final terá economizado”, orienta.

 

Para a arquiteta, a principal dica para esse momento é alinhar com o profissional que irá fazer o projeto o quanto deseja investir. “Assim, ele pode te auxiliar em todas as escolhas de acabamentos e propor materiais de qualidade com especificações técnicas adequadas dentro do que você deseja investir”, acrescenta.

 

E com o aumento dos preços, Germana conta que uma das principais tendências do setor é a durabilidade. “As pessoas estão buscando materiais com vida útil maior, Além disso, querem investir na energia renovável e automação por conectividade”, diz.

 

Fonte: Germana Lara é arquiteta, há mais de 15 anos está à frente do escritório Larc Arquitetura em Belo Horizonte. Sua equipe desenvolve projetos residenciais com objetivo de realizar os desejos e sonhos de seus clientes com excelência, além de projetos comerciais focados no público e propósito das empresas.

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