Rotina e convivência sobre o mesmo teto, nunca foi fácil, por obrigação, aí que piorou. Com a pandemia do Coronavírus, fomos obrigados a permanecer em isolamento, a cumprir a quarentena, que por sinal, se estendeu bastante.
A pandemia nos deixou diversos ensinamentos, fez com que nos reinventássemos, fez com que cuidássemos mais da nossa saúde, criamos novos hábitos que levaremos para sempre. Porém, trouxe também uma estatística bem relevante.
O número de separações consensuais teve o aumento de 18,7% segundo os cartórios de notas do País. O pico se deu, justamente no período de quarentena, entre os meses de Maio e Junho de 2020. Alguns dos estados com os maiores índices foram o Amazonas com 133%, Pernambuco com 80% e Rio de Janeiro com 55%.
Dayane Perin é mentora e especialista em inteligência emocional para mulheres, explica como lidar com esse momento tão delicado em meio à crise:
“ As mulheres passaram a conviver consigo mesmas. No primeiro momento ocorreu aquela comoção de susto coletivo . No sentido de não saber lidar com todas as demandas juntas e ao mesmo tempo. Porém, no segundo momento as mulheres passaram a se perceber e se entender em suas vidas. O amor nasce da convivência e com a convivência surge o entendimento, acolhimento. Mulheres passaram a nutrir esse sentimento por si mesmas e com isso o susto coletivo foi dando espaço ao amor próprio, coletivo. Mulheres passaram a não tolerar o que antes maquiavam com tantas tarefas externas.”
Com a pandemia, o externo entrou em manutenção e o interno passou a ser a única via de comunicação.
Qual o conselho que você faria, usando a inteligência emocional, para o casal que está pensando em divórcio?
O diálogo sempre será a melhor solução, porém, há uma passo o mais importante antes do diálogo que é entender como você se sente diante dessa situação.
Quais pontos te incomodam, qual é a sua participação, como você pode fazer a sua parte para que ela amenize e se cure.
Muitas vezes casais vão para o diálogo sem suas respostas internas, quando não sabemos como lidar com o que estamos sentindo, a maior defesa é o ataque.
Em um momento de crise, é crucial entender em primeiro lugar, como você se sente diante do que está acontecendo. Agindo assim, você vai para o diálogo com total clareza do seu papel de fala, clareza sobre o que te pesa, clareza sobre suas soluções e auto responsabilidade sobre seus sentimentos.