Áurea Carolina foi matematicamente eleita para vereadora. A candidata pelo PSOL precisava de cerca de 30 mil votos pela legenda. O partido, no momento, atinge mais de 45 mil dos votos válidos. Áurea aparece como a mais votada na corrida à câmara com 17.000 dos votos válidos.
A candidata eleita começou sua atuação política no movimento hip hop de Belo Horizonte. No início dos anos 2000, participou do coletivo “Hip Hop Chama” que, em suas palavras, surgia para “aliar o fazer artístico com o pensamento crítico, nas quebradas e em toda a cidade”. Participou ativamente da consolidação das mulheres no cenário local e foi uma das integrantes do grupo “Atitude de Mulher”, que contribuiu para abrir caminhos para as mulheres do rap.
Cientista política pela UFMG, durante o seu mestrado pesquisou a inclusão das mulheres jovens na agenda governamental. Também é especialista em gênero e igualdade pela Universidade Autônoma de Barcelona.
Áurea atuou na gestão pública durante cinco meses, em 2015, quando foi subsecretária de Políticas para as Mulheres de Minas Gerais. É uma das fundadoras do Fórum das Juventudes da Grande BH e constrói as “Muitas pela Cidade que Queremos” desde o seu surgimento. É feminista e colaboradora da “#partidA”.
Em entrevista na noite deste domingo, Áurea Carolina destacou a “importância da representatividade, da mulher negra, da periferia”.
Qual é o sentimento de ter sido a mais votada?
Estou maravilhada, muito feliz e muito empolgada. Acredito que vamos fazer um mandato de luta, junto com os movimentos sociais, com a maioria da população da cidade, para defender os direitos que apresentamos na nossa campanha. São fundamentais para o empoderamento das mulheres, a população negra, a juventude e a população LGBT.
Qual a importância da participação do Muitxs, na eleição?
Apostou em uma construção coletiva, de convergência entre lutas. A aproximação com PSOL ajuda a fortalecer a nossa pauta coletiva. O Muitxs acredita no amor e nas causas coletivas. Foi isso que a gente apostou na nossa campanha.
Como será o seu mandato?
Será um mandato de resistência, de enfrentamento a esta conjuntura golpista, que se dá também no contexto local. O mandato será de defesa radical dos direitos da população, um mandato participativo, democrático, transparente, que seja de pessoas que estão lá, de enfrentamento e com amor.
Qual a importância de uma renovação na câmara?
Importância da representatividade! Ser mulher negra, da periferia, com representação no hip-hop, tem um peso muito grande e também as pautas que defendo, uma política de ideias que defende o aprimoramento da democracia no meio de um golpe institucional. Campanha de esperança. As pessoas reconhecem em mim o potencial.