Com Caio Blat, Luiza Arraes, Luiza Lemmertz e grande elenco, espetáculo/instalação de Bia Lessa é apresentado de forma inédita no Grande Teatro do Palácio das Artes; Palestra, lançamento de catálogo e leitura de textos fazem parte da programação do Rosa Encenado
[dropcap size=big]P[/dropcap]ara encerrar a trilogia em homenagem Guimarães Rosa, a Fundação Clóvis Salgado promove o espetáculo/instalação Grande Sertão: Veredas, de Bia Lessa. A atração integra a programação do Rosa Encenado, que, em 2018, celebra os 110 anos de nascimento de João Guimarães Rosa. Abrangendo diferentes linguagens desde que foram concebidos, os eventos que ofereceram variadas expressões artísticas ao público que frequenta o Palácio das Artes.A primeira edição, em 2016, Rosa Expandido, em homenagem aos 50 anos de publicação de Grande Sertão: Veredas e Corpo de Baile, e foi encerrado com a leitura feita por MariaBethânia de trechos da obra de maior expressão do escritor. No ano seguinte, a FCS deu sequência às homenagens com a Rosa Encantado, relembrando os 50 anos de falecimento de Guimarães Rosa. A programação contou com atividades nas áreas de artes visuais, cênicas, literatura e música. Entre os convidados estavam Egberto Gismonti, Bia Lessa,Titane e Celso Adolfo.
Para Augusto Nunes-Filho, presidente da Fundação Clóvis Salgado, a FCS tem imenso orgulho e prazer em concluir dessa maneira seu ciclo de homenagens a Guimarães Rosa. “A rica confluência de saberes e experiências mostra o essencial da letra roseana. O público mineiro terá a oportunidade ímpar de assistir à magnífica adaptação feita por Bia Lessa para o Grande Sertão: Veredas, além de conhecer mais sobre esse trabalho com a palestra. A emoção e o contentamento dos envolvidos na empreitada são pouco, ou quase nada, se comparados ao turbilhão a ser vivido pelo espectador”, destaca o presidente.
Além da apresentação de Grande Sertão: Veredas, Rosa Encenado reúne outras importantes atividades. No Grande Teatro, será realizada a palestra A criação do espetáculo Grande Sertão: Veredas, com a presença de Bia Lessa, Oskar Metsavaht, e Flora Sussekind. O encontro acontece na quinta-feira, 21 de junho, às 19h30. A entrada é gratuita, e os ingressos devem ser retirados 1 hora antes, na bilheteria do teatro.
A FCS também vai promover o lançamento do catálogo Rosa, publicação que conta com informações, fotografias e textos institucionais das três edições do evento: Rosa Encantado (2016), Rosa Expandido (2017) e Rosa Encenado (2018). O catálogo será lançado em 26 de junho (terça-feira), às 19h30, na Sala Juvenal Dias, com distribuição gratuita para o público presente. Precedendo o lançamento, haverá leitura dramática de textos doPrimeiras Estórias, pelo ator mineiro Odilon Esteves. Essa atividade também tementrada gratuita, com retirada de ingressos 1 hora antes.
Além do Sertão, além das veredas – Após inaugurar o Museu da Língua Portuguesa, em São Paulo, em 2006, com exposição sobre Guimarães Rosa, Bia Lessa revisita o escritor para encenar, pela primeira vez, sua peça em um espaço cênico. No elenco estão Caio Blat, Luíza Lemmertz, Luísa Arraes, Leonardo Miggiorin, José Maria Rodrigues, Balbino de Paula, Daniel Passi, Elias de Castro, Lucas Oranmian e Clara Lessa.
Para dar vida ao mítico sertão, Bia reuniu nomes como Egberto Gismonti (música), Camila Toledo (concepção espacial, com a colaboração de Paulo Mendes da Rocha), Sylvie Leblanc (figurino) e Fernando Mello da Costa (adereços). Para essa montagem inédita, a diretora propõe a um só tempo uma peça de teatro e uma instalação. A montagem traz para o palco a saga do jagunço Riobaldo (Caio Blat), que atravessa o sertão para combater seu maior inimigo, Hermógenes (José Maria Rodrigues), fazer o pacto com o diabo e viver seu amor por Diadorim (Luiza Lemmertz).
“Estrear a peça em BH era absolutamente necessário. É como realizar um sonho estar no palco do Grande Teatro, inseridos nesse programa que homenageia Guimarães Rosa de tantas formas. É realmente, uma honra para todos nós”, comenta Bia Lessa. Para a diretora, a montagem inédita da peça em um espaço cênico é, também, uma oportunidade para ampliar a experiência do público em relação à obra do escritor.
“Guimarães Rosa é um poço sem fundo, onde a gente pode mergulhar, nadar na superfície e depois voltar. A possibilidade de realizar uma palestra ao lado do Oskar e da Flora também é algo fantástico, pois nós temos a chance de ampliar a voz do Guimarães Rosa, em um lugar tão sagrado, a terra dele, Minas Gerais”, destaca Bia Lessa.
Experiências além do palco – Na concepção de Bia Lessa, o público é convidado a explorar os próprios sentidos para além da montagem teatral. Em 2 horas e 20 minutos de encenação ininterruptas, com o elenco em cena permanentemente, o público experimenta a dissolução das fronteiras entre início e fim do espetáculo; entre teatro, cinema e artes plásticas; entre literatura e encenação.
A grande estrutura tubular concebida para os cenários lembra um claustro, uma gaiola. Instalada no palco do Grande Teatro do Palácio das Artes, também é, ao mesmo tempo, cenário de violentas batalhas e de reflexões profundas. 250 bonecos de feltro com tamanho humano, criados pelo aderecista Fernando Mello da Costa, compõem uma imagem permanente: a cena da morte de Diadorim como um presépio.
A trilha sonora completa a atmosfera do Grande Sertão: Veredas, composta por três camadas: os ruídos e sons ambientes, a música composta por Egberto Gismonti e a trilha sonora que representa a memória emotiva. Ao todo, 154 fones de ouvido permitirão que a plateia, disposta no nas laterais do Grande Teatro, possa escutar separadamente a trilha sonora, as vozes dos atores, os efeitos sonoros e sons ambientes, levando-o a um nível inédito de interação com a dimensão sonora do espetáculo.
O trabalho de Bia Lessa evoca o artesanal, marca da diretora em suas produções. Bia e o elenco passaram mais de 600 horas em ensaios diários por 92 dias, e de grande esforço físico, já que a preparação corporal foi um dos aspectos indissociáveis do trabalho de direção, com aulas de corpo por Amalia Lima diariamente durante os quatro meses de ensaio. Os figurinos, assinados por Sylvie Leblanc, são uma leitura do sertão, sem regionalizá-lo – são personagens do mundo.
Para Bia Lessa, a montagem de Grande Sertão: Veredas em Belo Horizonte representa um desafio. “O teatro para mim é sagrado. Me dedico a ele de tempos em tempos, não me sinto com capacidade de realizar espetáculos um após o outro. Me deparei com o Grande Sertão e ele se apoderou de mim mais uma vez”, destaca. A diretora também considera a peça como uma interpretação pessoal diante das diversas possibilidades contidas nas páginas da obra de Guimarães Rosa.
“Considero o livro como um espaço, uma imagem, que nos possibilita a experiência proposta pelo romance, sem obviamente realizar o romance tal como é – fidelidade absoluta (todas as palavras ditas são de Guimarães Rosa), mas liberdade infinita, visto que é apenas uma das leituras possíveis da riquíssima obra de Guimarães. Escolhemos não utilizar grandes efeitos ou recursos, a não ser a valorização do universo sonoro dos espaços propostos pelo romance, apenas os próprios atores”, finaliza a diretora.
PALESTRA A CRIAÇÃO DO ESPETÁCULO GRANDE SERTÃO: VEREDAS
com Bia Lessa, Oskar Metsavaht e Flora Sussekind
Data: 21 de junho (quinta-feira)
Horário: 19h30
Local: Grande Teatro do Palácio das Artes
Entrada gratuita, com retirada de ingressos 1 hora antes da palestra
GRANDE SERTÃO: VEREDAS, ESPETÁCULO /INSTALAÇÃO DE BIA LESSA
Data: 23 e 24 de junho
Horário: 20h (sábado e domingo) e 16h (domingo)
Local: Grande Teatro do Palácio das Artes
LANÇAMENTO CATÁLOGO “ROSA” E LEITURA DRAMÁTICA DE PRIMEIRAS “ESTÓRIAS”,COM ODILON ESTEVES
Data: 26 de junho (terça-feira)
Horário: 19h30
Local: Sala Juvenal Dias – Palácio das Artes
Informações para o público: (31) 3236-7400 | www.fcs.mg.gov.br
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