“Dor no Cotovelo” atinge cerca de 3% dos brasileiros, aponta pesquisa



Além do dito popular, esta é uma doença que pode causar muitas dores quando não é tratada; especialista dá dicas para se prevenir

A Epicondilite Lateral, popularmente conhecida como “Dor no Cotovelo” ou “Tendinite do Tenista ou golfista”, é uma doença que atinge cerca de 3% da população brasileira, de acordo com a Sociedade Brasileira de Reumatologia. Além de causar muitas dores, o problema pode afetar a qualidade de vida de pessoas em diferentes faixas etárias.

Flávia Nascimento, médica da área de reumatologia e dor, explica que esse transtorno se caracteriza como uma inflamação e micro rompimento de fibras que acometem os tendões extensores do antebraço. Assim, o paciente acometido pela doença pode sentir grande sensibilidade, dor, desconforto e dificuldade de movimentar a região do cotovelo. “Essa doença é ocasionada principalmente pelo esforço contínuo nesse local. Portanto, pessoas que realizam qualquer tipo de atividade repetitiva envolvendo essa região podem sofrer com o surgimento do problema”, acrescenta.

Esportistas que fazem uso de raquetes, tacos, remos ou objetos do gênero acabam sofrendo com a doença. “É por isso que um dos nomes populares se referem aos tenistas – que por muito tempo foram vistos como as principais vítimas da doença”, comenta.

No entanto, estima-se que apenas 10% das pessoas que apresentam sintomas da Epicondilite são de fato esses tipos de atletas. “Com a tecnologia, e o aumento de profissionais em alguns setores, essa realidade mudou. Hoje em dia, mais de 90% dos casos afetam trabalhadores que fazem uma atividade repetitiva com os braços, como manicures, por exemplo. Além disso, o uso excessivo de celulares e tablets também pode ser o vilão em relação aos jovens que sofrem com a Epicondilite Lateral”, alerta a médica.

Cuidados

A melhor forma de evitar a doença, segundo Flávia, são com exercícios físicos. “Os exercícios são ótimos para qualquer aspecto da saúde física e mental. Principalmente para quem realiza um determinado tipo de atividade várias vezes ao dia, é importante tirar um momento para se alongar e mudar a posição. Assim, as articulações poderão se movimentar adequadamente e a circulação vai auxiliar a manter a saúde destas áreas do corpo”, orienta.

Outro ponto importante é evitar a automedicação em caso de dores fortes. “Muita gente recorre aos analgésicos e anti-inflamatórios. Isso pode ser um risco tanto para o organismo quanto para o desenvolvimento da doença em si, pois os remédios vão mascarar o real motivo das dores. Portanto, o mais recomendado é sempre entrar em contato com um profissional para avaliar o caso e indicar o melhor tratamento”, destaca.

Fonte: Flávia Nascimento, médica da área de reumatologia e dor. Formada em Reumatologia pela Santa Casa de Misericórdia do Rio de Janeiro e pós graduanda em dor pelo Einstein. Atua na área há 7 anos.

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