O Ministério da Justiça e Segurança Pública está leiloando dez lotes de bens imóveis, avaliados em mais de R$ 80 milhões, no Mato Grosso. O patrimônio está relacionado a crimes de lavagem de dinheiro com o envolvimento do ex-bicheiro João Arcanjo Ribeiro, conhecido como comendador, atualmente preso em Cuiabá. Articulado pela Secretaria Nacional de Política Sobre Drogas (Senad) e autorizado pela 7ª Vara Federal do Mato Grosso, o leilão é considerado o maior realizado pelo ministério.
Entre os itens que serão vendidos há salas comerciais, terrenos e uma fazenda, que é avaliada em mais de R$ 60 milhões, denominada “Estância Colibri”. Os lances podem ser dados até o dia 22 de julho e ocorrem de forma online, por meio do site https://ift.tt/33nSWoa. Para viabilizar as vendas, tornando-as mais atrativas, os lances iniciam abaixo do valor avaliado, equivalente a 75% do preço de mercado, e o pagamento pode ser parcelado, conforme anúncio descrito no site.
De acordo com a pasta, só no estado do Mato Grosso foram arrecadados mais de R$ 42 milhões com venda de mais de 2.635 bens, em 20 leilões, desde 2020. Desse total, mais de R$ 37 milhões se referem a 2.404 itens leiloados do patrimônio apreendido de João Arcanjo Ribeiro.
O comendador foi preso em 2003 em Montevidéu, no Uruguai, depois que foi deflagrada em Mato Grosso a Operação Arca de Noé, para desarticular o crime organizado no estado chefiado por ele. Maior bicheiro da história do estado, João Arcanjo Ribeiro teria sonegado mais de R$ 840 milhões em impostos e é formalmente acusado de ser o mandante do assassinato do jornalista Sávio Brandão de Lima Júnior, então dono do jornal Folha do Estado.