A pandemia da covid-19 ampliou a busca pelo automóvel como meio de transporte, mostra pesquisa da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea) e da startup Webmotors sobre intenção de compra no Brasil. O levantamento, que entrevistou 4.240 pessoas, mostra que 75% querem comprar e ou trocar de carro ainda em 2021.
“A gente não observa uma desaceleração em busca e uma série de outros indicadores que a gente aqui, como uma das portas de entrada de consumo do carro, não vê isso caindo. A gente vê o cliente muito mais informado e com mais números nas mãos para tomar decisão”, disse Rodrigo Constantinou, diretor de Marketing e Comunicação da Webmotors.
Entre os respondentes, 74% já possuem carro e 26% não. Dos que têm veículos, 73% têm intenção de trocar o modelo neste ano, mas o percentual dos que pretendem fazer isso já é de 21%. O percentual dos que pretendem fazer a compra imediata entre os que não têm carro é maior (34%). Dos 26% que não tem automóvel, 80% querem fazer a compra em 2021.
“Nosso setor está passando por uma dificuldade de produção por conta de abastecimento, em especial por conta do abastecimento de semicondutores, e estamos do lado da oferta, você [Webmotors] que está do lado demanda, a gente concluiu que há muito interesse no carro novo, a demanda existe”, avaliou Luiz Carlos Moraes, presidente da Anfavea.
Diante das medidas de segurança sanitária por causa da covid-19, 79% dos que possuem carro disseram estar usando o veículo com mais frequência. Em seguida, o transporte por aplicativo (16%), a opção a pé (14%) e, por último, o transporte coletivo (3%). Dos que não têm carro, mas pretendem comprar, o meio que mais passou a usar foi o transporte por aplicativo (46%), a pé (29%) e transporte coletivo (18%).
Entre os proprietários, 58% disseram que os preços estão muito altos e isso é o que mais os impede de comprar um veículo. Para 29%, as altas taxas de juros por parte dos bancos também são impeditivos. A alta dos preços também é o que impede 63% dos que não têm carros ainda e 37% apontaram as taxas de juros. O alto valor da entrada para o financiamento foi apontado por 26% dos que fariam um novo investimento.