O Índice de Confiança da Construção (ICST) de setembro, divulgado hoje (27) pelo Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (Ibre/FGV), ficou em nível de estabilidade, variando 0,1 ponto, para 96,4 pontos. Este é o maior nível desde fevereiro de 2014, quando o indicador estava em 96,7 pontos. Em médias móveis trimestrais, é o quarto mês seguido de alta, com 1,3 ponto.
O indicador é composto pelos quesitos Situação Atual dos Negócios, Carteira de Contratos, Expectativas com relação à evolução do Volume de Demanda nos três meses seguintes e Expectativas em relação à evolução da Situação dos Negócios da Empresa nos seis meses seguintes. A série histórica começou em julho de 2010.
De acordo com a coordenadora de Projetos da Construção do FGV Ibre, Ana Maria Castelo, a expectativa de melhora da demanda foi corrigida para baixo, pressionada pela elevação das taxas de juros do crédito imobiliário.
“O segmento de Edificações Residenciais foi o que acusou a maior queda do indicador de demanda prevista. Ainda assim, a confiança das empresas acomodou num patamar mais favorável desde 2014 por uma ligeira melhora da percepção sobre à situação corrente. O Indicador de Evolução Recente da atividade alcançou o melhor resultado desde dezembro de 2012. Ou seja, a retomada da atividade ganha força na percepção empresarial, mas diminui o otimismo com a continuidade desse ciclo”.
Ana Maria explica que houve melhora no Índice de Situação Atual (ISA-CST), que subiu 0,8 ponto, para 92,7 pontos, alcançando o maior nível desde agosto de 2014, quando o índice estava em 93 pontos. A alta foi influenciada pelo aumento da satisfação em relação à situação atual dos negócios, que refletiu na alta de 1,8 ponto no indicador, para 92,2 pontos. Já o indicador de carteira de contratos caiu 0,2 ponto, para 93,3 pontos.
Por outro lado, foi registrada queda nas expectativas em relação aos próximos meses, com o Índice de Expectativas (IE-CST) recuando 0,7 ponto, para 100,2 pontos, nível considerado neutro. A queda foi influenciada pela piora de demanda prevista, que caiu 1,6 ponto, para 101,2 pontos. Já o indicador tendência dos negócios ficou relativamente estável, subindo 0,3 ponto, para 99,2 pontos.
O Nível de Utilização da Capacidade (Nuci) da Construção aumentou 1,9 ponto percentual e agora está em 75%. O Nuci de Mão de Obra avançou 1,9 ponto percentual, para 762%, e o Nuci de Máquinas e Equipamentos aumentou 1,2 ponto percentual, para 68,3%.
Ana Castelo destaca que a evolução recente das atividades das empresas de Edificações Residenciais alcançou o melhor resultado desde setembro de 2013.
“O indicador começa a refletir de forma mais significativa o ciclo de negócios do mercado imobiliário, que desde o ano passado vem acusando bons resultados. Crédito em expansão e baixas taxas de juros contribuíram para impulsionar as vendas que agora se traduzem em obras e emprego”.