Após anos de disputas, envolvendo construtoras e moradores do entorno, a área verde de 23 mil metros quadrados na região central de São Paulo será oficialmente o Parque Augusta. A inauguração está marcada para este sábado (6) às 9h.
Com caminhos para passeios, bosque, equipamentos de ginástica, arquibancada, sanitários e deck elevado, o terreno, que já foi ocupado por ativistas para reivindicar a preservação da área verde e um espaço de lazer, é um oásis em meio a uma das ruas mais agitadas da capital paulista.
Moradora do bairro, Célia Marcondes, da Sociedade dos Amigos, Moradores e Empreendedores do Bairro de Cerqueira César (Samorcc), acompanhou de perto a mobilização pela criação do parque. “É uma vitória de uma luta de 21 anos”, disse à Agência Brasil.
Célia destacou que a defesa da área considerava a luta como o cumprimento da função social da propriedade. “A demanda era enorme, porque é uma área de suma importância, tanto na questão ambiental, histórica e social”, disse.
Até meados de 1970, o local abrigou um palacete e uma escola. Em 2019, o terreno pertencia a duas construtoras que fizeram um acordo com a prefeitura de São Paulo, com mediação do Ministério Público.
O investimento para a implantação do Parque Augusta ficou em torno de R$ 11 milhões, custos que foram assumidos pelas duas construtoras que, em troca, poderão erguer empreendimentos na capital paulista.
O parque conta também com áreas de manejo e compostagem, além de local de serviços e apoio para a administração. Duas estruturas tombadas foram restauradas: a Casa das Araras e o Portal.
De acordo com a prefeitura, foram registradas 21 espécies de aves silvestres na área do parque. O bosque tem espécies arbóreas nativas, frutíferas como abacateiro e mangueira, além de palmeiras, como a areca-bambu.