A Companhia Docas do Rio de Janeiro (CDRJ), que administra os portos do Rio de Janeiro, Itaguaí, Niterói e Angra dos Reis, colocou à venda o edifício-sede da empresa, situado na Rua do Acre, 21, região portuária da capital, a poucos metros da Praça Mauá.
O imóvel tem 13 andares, duas lojas e dois segmentos no subsolo e possui 5.628,84 metros quadrados (m²) de área construída. O valor estimado foi reduzido dos iniciais R$ 28,4 milhões para R$ 21,8 milhões, segundo informou hoje (1º) à Agência Brasil o gerente de Desenvolvimento de Negócios de Docas, Eduardo Correia Miguez.
A venda foi anunciada pela Autoridade Portuária, depois de concluída a mudança dos setores administrativos para a sede provisória na Rua Dom Gerardo, 35, imóvel também pertencente à companhia, onde as equipes ocupam o décimo andar.
Eduardo Correia Miguez afirmou que a expectativa é vender o prédio este ano. “A gente está buscando, primeiro, identificar interessados, sejam públicos ou privados mas, internamente, a gente já iniciou os trâmites para a elaboração do edital. Em seguida, será iniciado o processo externo de licitação, no modelo pregão eletrônico”. Miguez informou que a manifestação de interessados é desejável até para avaliar o sucesso da operação. O imóvel está vazio.
Atrações
As empresas interessadas na compra devem entrar em contato com a equipe comercial da Companhia Docas do Rio pelo e-mail [email protected]. Informações também estão disponíveis pela internet.
Além do acesso facilitado pelas estações de metrô (Uruguaiana) e VLT (São Bento), o edifício que abrigava a sede administrativa da Docas do Rio tem localização considerada privilegiada porque está bem próximo de diversas atrações do Porto Maravilha, como o Museu do Amanhã, Museu de Arte do Rio, Pier Mauá, Boulevard Olímpico, Largo São Francisco da Prainha, Roda Gigante Rio Star, AquaRio e o futuro Mercado do Porto.
Miguez revelou ainda que a companhia pretende fazer obras no prédio administrativo do Porto do Rio, na Rua Rodrigues Alves, 20, para abrigar todas as equipes da CDRJ. Alguns setores da empresa já estão funcionando no local. “A sede vai ser deslocada para lá”.
Recorde histórico
A CDRJ registrou recorde histórico de faturamento anual ao atingir, em 2021, a marca de R$ 1,050 bilhão, o que significa aumento, em termos nominais, isto é, descontada a inflação, de 62,1% em relação a 2020. Os quatro portos administrados pela Autoridade Portuária – Rio de Janeiro, Itaguaí, Niterói e Angra dos Reis – movimentaram, juntos, 61,9 milhões de toneladas, maior volume de cargas em três anos.
O diretor-presidente da Docas do Rio, Francisco Antonio de Magalhães Laranjeira, avaliou que o resultado financeiro obtido pela primeira vez na história da companhia se deve a uma conjugação de fatores.
“O faturamento extraordinário de 2021 foi impulsionado tanto pela alta na movimentação de cargas, quanto pelas variáveis como a taxa de câmbio e o preço do minério de ferro no mercado internacional, que amplificaram as receitas da exportação dessa nossa principal commodity (produto agrícola ou mineral comercializado no mercado exterior)”. Laranjeira destacou também as negociações bem-sucedidas com os principais parceiros comerciais, a efetiva gestão do fluxo de caixa e o menor índice de dívidas dos últimos anos.
O presidente da CDRJ disse que o desempenho registrado no ano passado evidencia a tendência de retomada econômica, após um período difícil em razão da pandemia de covid-19, ao mesmo tempo em que consolida a importância do complexo portuário fluminense para o desenvolvimento do país. Laranjeira acredita que o ritmo de crescimento deverá se manter em 2022, “com a busca constante de eficiência administrativa e operacional”.
Cargas
O relatório feito pela área de Planejamento de Negócios da companhia mostra que a movimentação de 61,9 milhões de toneladas registrada no ano passado foi 13,2% superior ao total alcançado em 2020. De acordo com o relatório, o desempenho de 2021 foi positivamente impactado pelo crescimento nas exportações de minério de ferro, com 44,8 milhões de toneladas movimentadas, alta de 13,7% em relação a 2020. Os dados indicam também aumento de 9,6% na movimentação de carga conteinerizada, em especial no Porto do Rio de Janeiro, informou a empresa.