Concerto comemora os 100 anos da Semana de Arte Moderna com mesmo repertório executado no Theatro Municipal de SP, em 1922: Villa-Lobos, Claude Debussy e Eric Satie
Integrando a série de concertos Sinfônica e Lírico ao Meio-Dia e Sinfônica e Lírico em Concerto, a Fundação Clóvis Salgado, por meio da Orquestra Sinfônica e do Coral Lírico de Minas Gerais, apresenta de forma gratuita um concerto inédito em homenagem ao centenário da Semana de Arte Moderna de 1922. Nos dias 15 de março (terça-feira), ao meio-dia, e 16 de março (quarta-feira), às 20h30, os dois Corpos Artísticos se reúnem no palco do Grande Teatro Cemig Palácio das Artes, com participação especial do pianista Pablo Rossi e da soprano Rosana Lamosa. A regência será do Maestro Titular da OSMG Silvio Viegas e da Maestrina Lara Tanaka. Os ingressos serão disponibilizados gratuitamente para o público, e poderão ser retirados no site da Eventim ou na bilheteria do Palácio das Artes. Será permitida a retirada de, no máximo, um par de ingressos por CPF. A entrada será permitida mediante apresentação do comprovante de vacinação com, no mínimo, duas doses da vacina, ou teste negativo para COVID-19 até 72 horas antes do evento.
Assim como ocorreu no Theatro Municipal de São Paulo em fevereiro de 1922, serão executadas obras de Heitor Villa Lobos, Claude Debussy e Eric Satie. O programa conta com os clássicos Gymnopedie, de Eric Satie, Clair de Lune, Trois Chansons e L´après midi d´un faune, de Claude Debussy, Duas Lendas Ameríndias: O Iurupari e o Menino / O Iurupari e o Caçador, Pater Noster, Duas canções da Floresta do Amazonas: Canção do amor e Melodia Sentimental e Momoprecoce, de Heitor Villa-Lobos.
Outro destaque é a interpretação que o Coral Lírico fará da canção ‘Duas lendas Ameríndias’, em sua língua original NHEENGATU, celebrando não só a Semana de Arte Moderna, mas o Dia Nacional das Línguas Indígenas, comemorado em 21 de fevereiro.
Ministério do Turismo, Governo de Minas Gerais e Secretaria de Estado de Cultura e Turismo de Minas Gerais, por meio da Fundação Clóvis Salgado, apresentam a série Sinfônica ao Meio-Dia e Sinfônica em Concerto, que tem correalização da APPA – Arte e Cultura, patrocínio master da Cemig, ArcellorMittal, Instituto Unimed-BH¹, AngloGold Ashanti e Usiminas, por meio das Leis Estadual e Federal de Incentivo à Cultura, além do apoio cultural do Instituto Hermes Pardini.
O patrocínio do Instituto Unimed-BH é viabilizado pelo incentivo de mais de cinco mil médicos cooperados e colaboradores.
A Fundação Clóvis Salgado é integrante do Circuito Liberdade, complexo cultural sob gestão da Secretaria de Estado de Cultura e Turismo de Minas Gerais (Secult) que reúne diversos espaços com as mais variadas formas de manifestação de arte e de cultura em transversalidade com o turismo.
Noite memorável – Segundo Silvio Viegas, o concerto será totalmente dedicado à Semana de Arte Moderna de 1922. “Naquela semana, apenas três compositores foram tocados: Satie, Debussy e Villa-Lobos. Faremos o mesmo nesta apresentação, mas será mais que um concerto: será uma viagem àquele momento histórico, onde não somente a música será protagonista”, explica o maestro. A apresentação terá início com Pablo Rossi, pianista convidado que abrirá o concerto em um solo de Gymnopedie, de Eric Satie, e Clair de Lune, de Debussy. O Coral Lírico continuará essa conexão fazendo uma das Trois Chansons de Debussy.
“Posteriormente, ouviremos nosso primeiro Villa-Lobos da noite, com as Duas Lendas Ameríndias: O Iurupari e o Menino / O Iurupari e o Caçador, seguido do genial Pater Noster. Dando continuidade ao concerto, a Orquestra Sinfônica interpreta duas canções da Floresta do Amazonas: Canção de Amor e Melodia Sentimental”, conta Viegas. “A apresentação segue com o intimismo de Viola Quebrada, composta por Villa-Lobos com letra de Mário de Andrade, um dos ícones da Semana de 22. Finalizando o concerto, a Orquestra fará sua homenagem a Debussy com o Prélude à L’aprés-midi di d’um faune, e terminará com o vibrante e desafiador Momoprecoce, de Villa-Lobos, uma das mais importantes obras do repertório para Piano e Orquestra. Tenho certeza que será uma noite que ficará na memória de todos!”, celebra Viegas.
Brasilidade musical – Para Pablo Rossi, pianista convidado, é um prazer e privilégio voltar a subir ao palco do Grande Teatro Cemig Palácio das Artes, local de muita história. “Nesse ano, estamos comemorando duas datas muito importantes para o país, que são os 200 anos da Independência do Brasil e, ao mesmo tempo, os 100 anos da Semana de Arte Moderna, que mudou o curso da história da música brasileira. De certa maneira, a semana também projetou o grande revolucionário modernista que foi Villa-Lobos”, conta Rossi.
“É muito simbólico estar em um dos palcos mais relevantes do Brasil, em uma grande capital como Belo Horizonte, tocando nesse ano que comemoramos a brasilidade através da arte moderna”, celebra o pianista. Segundo Rossi, as obras de Villa-Lobos apresentadas no concerto são, sem dúvida, obras primas. “São peças que já tenho há alguns anos em meu repertório, mas é sempre uma experiência nova, pois o nosso processo de trabalho é infindável. Sempre procuramos aprofundar mais e encontrar novas texturas, novas sonoridades, tentando buscar o verdadeiro espírito da obra”, explica.
Segundo Rossi, a obra Momoprecoce, de Villa-Lobos, tem muito a oferecer para o solista em termos de variação musical. “É uma obra festiva, diversificada em estilo, acoplada a uma visão de mundo que envolve o universo mágico e infantil”, conta o pianista. “No que se refere à conexão das obras escolhidas para o concerto, que orbitam em volta da estética modernista da Semana de 22, há também uma conexão pessoal: a Fantasia Momoprecoce revela esse mundo fantástico infantil, e Gymnopedie foi uma das primeiras obras que toquei no palco, ou seja, tem uma ligação muito forte com minha infância”, finaliza o pianista.
Canto coral em Nheengatu – “Villa-Lobos foi um dos maiores representantes da Semana de 22 e um dos maiores representantes da música modernista no Brasil”, ressalta Lara Tanaka. “As obras dele têm muitas nuances da cultura regional brasileira, muito das canções populares e folclóricas. Ele pesquisou sobre o canto indígena, coletando informações de tribos amazônicas e trazendo para o conhecimento o canto em Tupi”, explica a maestrina. “A obra Duas Lendas Ameríndias: O Iurupari e o Menino / O Iurupari e o Caçador, que trata da figura mitológica de Iurupari, foi escrita por Villa-Lobos em Nheengatu, uma língua derivada do Tupi. Nossa interpretação é uma forma de homenagear todas as tribos que existem e resistem”.
O Coral Lírico interpretará a canção em sua língua original, celebrando não só a Semana de Arte Moderna, mas o Dia Nacional das Línguas Indígenas, comemorado em 21 de fevereiro.
Orquestra Sinfônica de Minas Gerais – Considerada uma das mais ativas do país, a Orquestra Sinfônica de Minas Gerais cumpre o papel de difusora da música erudita, diversificando sua atuação em óperas, balés, concertos e apresentações ao ar livre, na capital e no interior de Minas Gerais. Criada em 1976, foi declarada Patrimônio Histórico e Cultural do Estado de Minas Gerais em 2013. Participa da política de difusão da música sinfônica promovida pelo Governo de Minas Gerais, por meio da Fundação Clóvis Salgado, a partir da realização dos projetos Concertos no Parque, Concertos Comentados, Sinfônica ao Meio-dia, Sinfônica em Concerto, além de integrar as temporadas de óperas realizadas pela FCS. Mantém permanente aprimoramento da sua performance executando repertório que abrange todos os períodos da música sinfônica, além de grandes sucessos da música popular. Seu atual regente titular é Silvio Viegas.
Coral Lírico de Minas Gerais – Criado em 1979, o Coral Lírico de Minas Gerais recebeu o título de Patrimônio Histórico e Cultural do Estado em janeiro de 2019. Interpreta repertório diversificado, incluindo motetos, óperas, oratórios e concertos sinfônico-corais. Além de integrar as temporadas de óperas da FCS, participa das séries Lírico ao Meio-dia, Lírico em Concerto, Lírico Sacro e Sarau Lírico. O Coral Lírico de Minas Gerais teve como regentes os maestros Luiz Aguiar, Marcos Thadeu Miranda Gomes, Carlos Alberto Pinto Fonseca, Ângela Pinto Coelho, Eliane Fajioli, Silvio Viegas, Charles Roussin, Afrânio Lacerda, Márcio Miranda Pontes e Lincoln Andrade, sendo Lara Tanaka sua atual regente.
Pablo Rossi – Vencedor do 1º Concurso Nacional Nelson Freire de 2003. Venceu também o Encuentro Internacional de Jóvenes Músicos (Córdoba) e o Ciutat de Carlet (Valência). Atuou como solista frente à Orquestra de Câmara do Kremlin, Sinfônica de Kirov, Filarmônica da Ucrânia, Osesp, dentre outras. Nos últimos anos apresentou recitais nos EUA, Europa e Ásia, em salas como Carnegie Hall, Parco della Musica e NCPA em Pequim.
Rosana Lamosa – Rosana é artista freqüente nos palcos do Brasil como protagonista nos principais títulos e em estreias mundiais. São festejadas suas atuações como Melisande, Mimi, Susanna, Elvira, Marie (La Fille du Regiment), Gilda, Manon. Interpretou Cecy/Il Guarany no Teatro São Carlos (Lisboa), Armide/Gluck no Buxton Festival (Inglaterra) e Gilda/Rigoletto na Michigan Opera House. Apresentou-se no Carnegie Hall NY, no Concert Hall Seoul e em teatros do Brasil nas principais obras do repertório de concerto.