A emocionante história familiar do mais importante dramaturgo espanhol da atualidade, Guillem Clua, já foi encenada e premiada em diversos lugares do mundo como Londres, Espanha, Grécia, Porto Rico, Peru, Uruguai, entre outros. Recebeu o Prêmio MAX 2019, Off West End London Theater Award 2017, Queer Theater 2018 (Atenas, Grécia). Na Espanha e em Paris teve a atuação premiada pela consagrada atriz Carmen Maura.
A montagem brasileira, que estreou em 2019, chega a Belo Horizonte depois de uma longa temporada em cidades como São Paulo, Rio de Janeiro, Vitória e Curitiba, sendo vista por mais de trinta mil espectadores. No Centro Cultural Unimed BH Minas, terá sessões sexta e sábado, 05 e 06 de agosto, às 21 horas, e no domingo, 07 de agosto, às 19 horas. Ingressos à venda na bilheteria do teatro ou pelo site Eventim.
A peça é estrelada por Tania Bondezan, que também assina a tradução e ganhou o Prêmio Shell de melhor atriz pelo papel, e Luciano Andrey, grande nome dos musicais paulistanos. É uma história semelhante à de milhares de famílias que conhecemos, que encontram enorme dificuldade em lidar com as diferentes visões de mundo que encontram dentro de seus próprios lares e discute essas relações frente à diversidade, a aceitação e ao compromisso com o amor. A produção é de Odilon Wagner e Ronaldo Diaféria. Direção do mineiro Gabriel Fontes Paiva.
Sinopse
O texto foi inspirado no ataque terrorista homofóbico que aconteceu no Bar Pulse, em Orlando (EUA), em junho de 2016. O espetáculo mostra o emocionante encontro de Ramón (Luciano Andrey), sobrevivente de um ataque praticado por homofóbicos em um bar gay, com Amélia (Tania Bondezan), uma disciplinada professora de canto, que também tem sua história ligada a esse trágico evento. Os personagens vão se revelando e os detalhes de suas histórias, se entrelaçam como num comovente quebra-cabeças.
Depoimentos
“O que nos torna humanos?” Para a personagem Amélia, vivida por Tania Bodezan, a resposta encontra-se na capacidade de sentir a dor dos outros como se fosse nossa”. E este é o sentimento que corre ao longo da espinha dorsal de A Golondrina. A história nos faz refletir principalmente sobre a necessidade de amarmos sem restrições, sem condições, ou seja, de aceitarmos nossos filhos, pais e familiares em geral, como ele são. Amar ao próximo é aceitá-lo como ele é.
“A obra me encantou de tal maneira que, enquanto lia o texto pela primeira vez, parecia que aquelas palavras cabiam na minha boca, como se eu tivesse vivido tudo aquilo. Foi amor à primeira vista. Minha personagem Amélia, que, por coincidência, é o nome da minha mãe, é uma mulher severa e sofrida, sobrevivente de uma tragédia. A vida foi mais generosa comigo, mas somos ambas mães que amam e protegem suas crias, que tentam acertar e carregam culpa o tempo todo, o que nos aproxima. Representá-la é um exercício de mergulhar nas minhas emoções”, conta Tania Bondezan, também responsável pela tradução do texto.
“A Golondrina é uma das peças mais comemoradas de Guillem Clua. É uma obra que fala sobre liberdade, diversidade e, sobretudo, sobre aceitação, temas tão caros nos dias que vivemos em todos os lugares do mundo e especialmente aqui no Brasil. O ataque ao Bar Pulse deixou 49 vítimas do preconceito e da homofobia. Mas aqui no nosso país este tipo de ataque ocorre quase que diariamente e mais grave ainda, de maneira silenciosa. Isso justifica a necessidade de montar este texto atualíssimo, que fala de relações humanas, familiares e da necessidade do entendimento e do perdão. Quando os dois personagens se encontram, eles têm dois caminhos a seguir: podem optar pelo ódio ou caminhar juntos. Ambos têm razões para causarem ainda mais danos além do que sofreram ou se reconhecer na dor um do outro para não permitir que vença o instinto animal”, completa Tania.
O diretor Gabriel Fontes Paiva considera Guillem Clua um dos melhores autores contemporâneos. “Ele me impressionou muito porque tem uma escrita muito eficiente, objetiva e surpreendente; consegue prender a atenção o tempo todo com maestria. Fiquei muito feliz com o convite dos produtores Ronaldo Diaféria, Tania Bondezan e Odilon Wagner para dirigir essa peça maravilhosa. Tania é uma atriz intensa, madura, cheia de talentos e Luciano é um ator extremamente sensível e dedicado”, revela Gabriel.
O espetáculo trata de temas universais e isto é o que mais fascinou o ator Luciano Andrey. “O texto poderia se passar em qualquer grande cidade do mundo. Os temas que ele trata – sem maniqueísmos – são absolutamente pertinentes ao momento atual. Expõe o ponto de vista completamente distinto de dois personagens sobre determinado fato, mas sem julgamentos. Ambos têm razão em suas questões. Ao invés de assumir a posição de um deles, o autor propõe uma reflexão sobre a nossa capacidade de se colocar no lugar do outro e sermos empáticos, que acredito ser a chave para as mazelas humanas”, diz.
Sobre os integrantes da montagem brasileira
Tania Bondezan
Em mais de 40 anos de carreira, Tânia Bondezan trabalhou no teatro com os mais importantes diretores brasileiros. Com Antônio Abujamra, fez “Um Certo Hamlet” e “Fedra”, com Elias Andreato fez “Édipo”, com Odilon Wagner, “Família muda-se” e “Como ter sexo a vida toda com a mesma pessoa”, que está em cartaz há mais de 12 anos, se apresentando em todo o Brasil. Com José Possi Neto, “Geni”. Na televisão, participou de grandes sucessos como a minissérie “Chiquinha Gonzaga”, as novelas “Terra Nostra” e “Chocolate com Pimenta”, na TV Globo, e “Esmeralda”, “Maria Esperança” e “Cúmplices de um resgate” no SBT. No cinema, “Durval Discos e o Avental Rosa” e “O Avental Rosa”, com direção de Jayme Monjardim, produzido pelo gaúcho Paulo Nascimento.
Luciano Andrey
Ator, diretor, tradutor e versionista, formado pela Escola de Arte Dramática. Entre seus principais trabalhos como ator estão os musicais: “Priscilla Rainha do Deserto”, “West Side Story”, “O Rei e Eu”, “Gabriela um musical”, “Vamp – o musical”, “Vingança”, “A madrinha Embriagada”, e os espetáculos “Mambo Italiano” e a “Golondrina” de Guillem Clua. Idealizou, produziu e dirigiu (ao lado de Tania Nardini) o musical “Nuvem de Lágrimas”. Como tradutor e versionista, em 2015, ganhou ao lado de sua parceira Bianca Tadini, o Prêmio Bibi Ferreira de melhor versão pelo musical “Mudança de Hábito”. Ainda foi responsável pelas adaptações de “Jesus Cristo Superstar”, “We Will Rock You”, “Peter Pan – o musical da Broadway”, “Zorro – nasce uma lenda” e, mais recentemente, pelo espetáculo “Donna Summer” com direção de Miguel Falabella. Atualmente é o diretor residente do musical “A Família Addams” pela T4F entretenimento.
Gabriel Fontes Paiva
Seus últimos trabalhos como diretor foram “Neste Mundo Louco, Nesta Noite Brilhante” em 2019 texto de Silvia Gomez, “Marte Você Está Aí?”, em 2017, texto de Silvia Gomez, com Selma Egrei, Michelle Ferreira e Jorge Emil no elenco, e em 2015 dirigiu “Uma Espécie de Alasca”, de Harold Pinter, com Yara de Novaes, Mirian Rinaldi e Jorge Emil. Gabriel também é co – fundador do Grupo 3 de Teatro, ao lado de Yara de Novaes e Débora Falabella.
Odilon Wagner
Ator, autor produtor e diretor teatral, 52 anos de carreira. Entre seus principais trabalhos no teatro estão: “Tio Vania” de Tchekhov, “Filhos do Silêncio” com Irene Ravache, “Traições” de Harold Pinter com Paulo Autran, “A Última Sessão” de sua autoria, com Laura Cardoso, Nívea Maria e grande elenco. Atualmente está em cartaz com um dos grandes sucessos da temporada, “A Última Sessão De Freud”, em que interpreta o próprio. Na TV, participou de grandes sucessos como: “Por Amor” de Manoel Carlos, “Explode Coração” e “Caminho das Índias” de Glória Perez, “Segundo Sol” de João Emanuel Carneiro e as minisséries “O Tempo e o Vento”, “Chiquinha Gonzaga”, “Aquarela do Brasil” e “Amazonas”.
Guillem Clua
Nascido em 1973 em Barcelona, Guillem Clua é dramaturgo, roteirista e diretor teatral, formado em jornalismo pela Universidade Autônoma de Barcelona. Ele também morou em Nova Iorque e na Inglaterra, quando estudou na London Guildhall University com uma bolsa de estudos Erasmus. Clua baseia seu trabalho em suas experiências pessoais para abordar temas atemporais (como a questão da identidade) e contemporâneos (como a Guerra do Iraque). Suas obras têm trajetória internacional, tendo sido traduzidas para o inglês, italiano, alemão e francês. Entre os vários prêmios que o autor recebeu, estão o Butaca 2011, o Time Out 2013 e o Max 2017.
Os críticos descreveram seu trabalho como multidisciplinar e eclético, e como tendo uma preocupação especial pela estrutura narrativa e o argumento. Algumas de suas peças são A Pele em Chamas, O Gosto das Cinzas, A Golondrina, Marburg, Invasão, Assassino, 73 Razões Para Deixar-te, Morte em Veneza, No deserto, Smiley e Al Damunt Dels Nostres Cants.
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Ficha Técnica
Autor: Guillem Clua
Tradução: Tania Bondezan
Idealização: Ronaldo Diaféria
Direção: Gabriel Fontes Paiva
Elenco: Tania Bondezan e Luciano Andrey
Cenógrafo e figurinista: Fabio Namatame
Assistente de direção: Ana Paula Lopez
Desenho de luz: André Prado e Gabriel Fontes Paiva
Trilha Sonora: Luisa Maita
Preparação Vocal: Jonatan Harold
Arte Gráfica: Rodolfo Juliani
Mídias Sociais: Felipe Perillo
Montagem/Direção de Cena/Contrarregra: Tadeu Tosta
Contrarrega: Jonathan Ferreira Alves
Produção executiva: Marcos Rinaldi
Direção de produção: Jade Minarelli
Produção: Ronaldo Diaféria, Odilon Wagner e Tania Bondezan
Produção em Belo Horizonte: Entreter
Assessoria de imprensa: Naza Music
Classificação: 14 anos
Duração: 100 minutos
Serviço
A Golondrina, de Guillem Clua, com direção de Gabriel Fontes Paiva
Apresentações: 05 a 07 de agosto
Na sexta e no sábado, às 21h, e no domingo, às 19h
Teatro Centro Cultural Unimed BH Minas – Rua da Bahia, 2244 – Lourdes, Belo Horizonte, MG
Ingressos: R$80 (inteira) e R$40 (meia-entrada) *
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*Com desconto de 15% sobre a inteira e a meia-entrada para sócios MTC e clientes Unimed Belo Horizonte
Classificação: 14 anos
Duração: 100 minutos
Capacidade: 602 lugares