Academia Mineira de Letras realiza eventos em homenagem aos 120 anos de nascimento de Juscelino Kubitschek



JK – Chico Albuquerque.

 

Sessão solene acontece no dia 7/11 na sede da AML e Missa de Ação de Graças acontece dia 8/11 na Igrejinha da Pampulha

A Academia Mineira de Letras apresenta “Nos 120 anos do acadêmico Juscelino Kubitschek”, evento duplo que presta homenagem aos 120 anos de nascimento do antigo integrante da AML. No dia 7 de novembro, às 19h30, a sede da AML se torna palco de sessão solene com diversas palestras. O professor João Antônio de Paula falará sobre “JK e o desenvolvimento”, enquanto o arquiteto e urbanista Maurício Campomori abordará arquitetura e urbanismo e o acadêmico Angelo Oswaldo apresenta a palestra “Um modernista no poder”. No dia 8, às 17h, será celebrada por Dom Walmor, também integrante da AML, uma missa em ação de graças no Santuário Arquidiocesano São Francisco de Assis da Pampulha, conhecida como Igrejinha da Pampulha. Ambos os eventos contarão com presença de Maria Estela Kubitschek Lopes e Jussarah Kubitschek Lopes, filha e neta de JK, que virão especialmente do Rio de Janeiro.

O evento acontece no âmbito do Plano Anual de Manutenção AML (PRONAC 203709), realizado mediante a Lei Federal de Incentivo à Cultura, com patrocínio do Instituto Unimed-BH – por meio do incentivo fiscal de mais de cinco mil e duzentos médicos cooperados e colaboradores – e da CEMIG. Copatrocínio da Tambasa.

Mais do que uma homenagem, a iniciativa da Academia Mineira de Letras pretende gerar conhecimento crítico e reflexivo sobre os chamados “Anos JK”, seja em Minas Gerais, como prefeito e governador de Estado, ou em Brasília, como presidente da República. Na Academia Mineira de Letras, Juscelino Kubitschek ocupou a cadeira de nº 34, cujo patrono é Thomas Gonzaga. Fundada por Mendes de Oliveira, a cátedra também foi ocupada por Noraldino Lima, e, depois de JK, por Afonso Arinos, Gerson Bozon e Orlando Vaz Filho. Eleito em junho de 1974 na sucessão de Nilo Aparecida Pinto, Juscelino Kubitschek escreveu, entre outros, os livros “Meu caminho para Brasília”, “Por que construí Brasília” e “A marcha do amanhecer”. Para o presidente da Academia Mineira de Letras, Rogério Faria Tavares, Juscelino Kubitschek também precisa ser lembrado como um estadista que valorizou a Educação, a Cultura e as Artes:

“De seu governo participaram nomes como Celso Furtado, Anísio Teixeira, Alphonsus de Guimaraens Filho, Augusto Frederico Schmidt, Murilo Rubião e Autran Dourado. Ele se cercava dos mais competentes e brilhantes cérebros de seu tempo. Privilegiava a inteligência e buscava os melhores, onde quer que estivessem. Era um presidente agregador, civilizado, que construía pontes entre as pessoas.”

Na sessão solene, o arquiteto e urbanista Maurício Campomori fala sobre como a arquitetura e o urbanismo modernistas feitos no Brasil estão fortemente ligados à figura de Juscelino Kubitschek. Desde o início de sua atuação política como Prefeito de Belo Horizonte (1940/1945), passando pelo Governo de Minas Gerais (1951/1955) até a Presidência da República (1956/1961), Juscelino promoveu, talvez como nenhum outro governante brasileiro, a construção de um mundo público referenciado pelas ideias de modernidade e desenvolvimento. Essas ideias encontraram tradução e reconhecimento na trama do modernismo arquitetônico e urbanístico brasileiros, da Pampulha até Brasília, constituindo-se como marcos consolidados não apenas de nossa arquitetura e urbanismo, mas de toda nossa cultura.

Já o acadêmico Angelo Oswaldo apresenta a palestra “Um modernista no poder”. Nascido com o século XX (12.09.1902), em Diamantina, MG, Juscelino Kubitschek foi fortemente influenciado pelas linhas inovadoras e as tendências de modernização que pautaram a evolução do seu tempo. Ao chegar a Belo Horizonte para formar-se em Medicina, acompanhou a movimentação do grupo literário que se reunia na Rua da Bahia sob a liderança de Carlos Drummond de Andrade. Durante um ano estudou em Paris, absorvendo as transformações por que passava a cultura francesa. Como prefeito de Belo Horizonte (1940-1945), governador de Minas Gerais (1951-1955) e presidente do Brasil (1956-1961), praticou ideias e conceitos do modernismo, consagrados na construção do conjunto arquitetônico da Pampulha e no Plano Piloto de Brasília, cidade que ergueu para acolher a capital do país. Um modernista no poder, ele projetou a obra de Oscar Niemeyer e fez com que a produção do modernismo fosse absorvida pelos seus contemporâneos.

Além desses dois assuntos, o professor João Antônio de Paula fala sobre “JK e o desenvolvimento”. Ele explica que JK teve importante participação na política de Minas Gerais e do País a partir de 1932. Foi chefe de gabinete do Governador Benedito Valadares, deputado federal, por duas vezes, prefeito de Belo Horizonte, senador, Governador do Estado de Minas Gerais e Presidente da República. Nesses vários cargos pôde acompanhar a maturação de projetos que mais tarde foram chamados de “desenvolvimentistas”. Sua atuação como Governador de Minas Gerais e Presidente da República é particularmente expressiva. A experiência de JK como protagonista do desenvolvimento brasileiro será discutida na palestra.

Sobre os palestrantes

Mauricio Campomori é arquiteto e urbanista, tem mestrado em arquitetura e doutorado em educação pela UFMG. Professor da Escola de Arquitetura da UFMG desde 1996, foi diretor do Instituto de Arquitetos do Brasil – IAB-MG, membro do Conselho Curador da Fundação Rodrigo Mello Franco de Andrade e membro do Conselho Deliberativo do Patrimônio Cultural do Município de Belo Horizonte. Foi Diretor de Ação Cultural da UFMG, Coordenador do Festival de Inverno e participou da criação do Festival de Verão da UFMG. Foi Pró-Reitor Adjunto de Planejamento da UFMG. Atualmente é membro do Conselho Curador da Fundação IPEAD, membro do Conselho Estadual de Patrimônio Cultural – CONEP e Presidente da Associação de Escolas e Faculdades Públicas de Arquitetura da América do Sul. Desde 2016 é Diretor da Escola de Arquitetura da UFMG.

Angelo Oswaldo de Araújo Santos ocupa a cadeira número 3 da Academia Mineira de Letras. É jornalista, escritor, curador de arte, advogado e gestor público. Foi presidente nacional do IPHAN e do IBRAM e secretário de Estado de Cultura de Minas Gerais, durante dois governos, e exerce hoje o quarto mandato de prefeito de Ouro Preto. Foi ministro interino da Cultura do professor Celso Furtado, sendo seu chefe de gabinete. É membro do IHGB , do IHGMG, da Academia Nacional de Arte do Brasil e da Academia Nacional de Belas Artes de Portugal.

João Antonio de Paula é graduado em Economia pela UFMG, Mestre em Economia pela Unicamp, Doutor em História pela USP, Professor Titular do Departamento de Ciências Econômicas da UFMG desde 1995. Foi Pró-Reitor de Extensão e de Planejamento da UFMG. Tem dezenas de artigos publicados em periódicos acadêmicos, uma vintena de livros, além de uma longa colaboração em jornais e revistas. Seus temas de pesquisa mais frequentes são: histórica econômica, economia política, história do pensamento econômico, marxismo, história das cidades, história de Minas Gerais e meio ambiente. Publicou recentemente os seguintes livros: O capitalismo no Brasil, uma alegria que ficou no futuro, Capítulo de História do Pensamento Econômico do Brasil e História, Epidemias e Capitalismo.

SERVIÇO:

Academia Mineira de Letras

“Nos 120 anos do acadêmico Juscelino Kubitschek”, com João Antônio de Paula, Maurício Campomori e Angelo Oswaldo

7 de novembro, às 19h30, na AML – R. da Bahia, 1466 – Centro

Missa em ação de graças

8 de novembro, às 17h, no Santuário Arquidiocesano São Francisco de Assis – Avenida Otacílio Negrão de Lima, 3000 – Pampulha

Entrada gratuita

Instituto Unimed-BH

Associação sem fins lucrativos, o Instituto Unimed-BH, desde 2003, desenvolve projetos socioculturais e ambientais visando à formação da cidadania, estimular o bem-estar e a qualidade de vida das pessoas, fomentar a economia criativa, valorizar espaços públicos e o meio ambiente. Ao longo de sua história, o Instituto destinou cerca de R$155 milhões por meio das Leis municipal e federal de Incentivo à Cultura, fundos do Idoso e da Infância e Adolescência, com o apoio de mais de 5,2 mil médicos cooperados e colaboradores da Unimed-BH. No último ano, mais de 6,5 mil postos de trabalho foram gerados e 4,8 milhões de pessoas foram alcançadas por meio de projetos em cinco linhas de atuação: Comunidade, Voluntariado, Meio Ambiente, Adoção de Espaços Públicos e Cultura, que estão alinhados aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável da Agenda 2030. Acesse www.institutounimedbh.com.br  e saiba mais.

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 A Cemig, maior patrocinadora cultural de Minas Gerais, acredita na importância e na valorização da arte e da cultura para o desenvolvimento humano, econômico e social de uma população como possibilidade do alcance de um futuro melhor para as novas gerações.

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