Média de novos casos de covid-19 no Rio sobe 52% em duas semanas




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A cidade do Rio de Janeiro registrou um aumento de 52% na média móvel de novos casos de covid-19 em relação a 14 dias, segundo dados atualizados hoje (8) no painel de dados da Secretaria Municipal de Saúde (SMS). Ontem (7), a média móvel de novos casos registrados por dia nos últimos 7 dias chegou a 345, contra 226 em 24 de outubro.

Se o dado for comparado com 4 semanas atrás, a média móvel de novos casos já acumula uma alta de 538%, saltando de 54 casos por dia, em 10 de outubro, para 345, em 7 de novembro.

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A cidade do Rio de Janeiro confirmou no fim de semana um caso de covid-19 causado pela subvariante Ômicron BQ.1, após sequenciamento genético realizado pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz). Na ocasião, o secretário municipal de Saúde, Daniel Soranz, avaliou que a subvariante pode estar relacionada ao aumento de casos na cidade e pediu que a população busque os postos de vacinação para completar o esquema de imunização, incluindo as duas doses de reforço.

A média móvel de novos casos de covid-19 no Rio de Janeiro se mantém acima das 300 notificações por dia desde o fim de outubro, patamar que não era observado desde julho, quando a curva de casos descia depois de uma onda de infecções causada por subvariantes da Ômicron.

O aumento da circulação do vírus nas últimas semanas também pode ser observado na positividade dos testes diagnósticos, que saltou de 9% para 26% em 4 semanas. Isso significa que, a cada 100 testes de covid-19 realizados na última semana, 26 confirmaram a presença do coronavírus.

O número de internados na rede pública também está em alta. Os leitos de terapia intensiva do Sistema Único de Saúde (SUS) no Rio de Janeiro tinham 13 pacientes com covid-19 em 24 de outubro, número que aumentou para 22 em 7 de novembro. Nas mesmas datas, as internações em enfermarias cresceram de duas para 22. Nesta terça-feira (8), o número de internados, considerando UTIs e enfermarias, subiu para 51.

O número de mortes por covid-19 na cidade do Rio de Janeiro, porém, não apresenta tendência de alta. Segundo o painel de dados da Fundação Oswaldo Cruz, a média móvel de mortes na cidade foi de 1,71 morte por dia em 7 de novembro, contra 2,43 mortes por dia em 24 de outubro.

Em nota, a Secretaria Municipal de Saúde do Rio de Janeiro informou que mantém vigilância em saúde ativa e monitora continuamente a presença das subvariantes na cidade. “No momento, há apenas um caso da subvariante ômicron BQ.1 identificado na cidade, como divulgado no último sábado (5)”, disse.

“Uma das características do coronavírus é a alta capacidade de produzir mutações em suas estruturas genéticas. O surgimento das linhagens virais é um processo natural, resultado do acúmulo de mutações ao longo do tempo em que um vírus circula em uma população. No momento, a subvariante de preocupação é a BQ.1”, explicou a pasta.

O aumento do número de casos levou o Centro de Triagem Diagnóstica (CTD/Needier) da Universidade Federal do Rio de Janeiro a emitir uma nota técnica no dia 3, recomendando a retomada do uso de máscaras em ambientes fechados ou com aglomeração na universidade. Também foi detectado um aumento na positividade dos testes diagnósticos realizados na UFRJ, de 2,6% em setembro para 18,3% em outubro.

O centro de triagem reforçou a importância de completar o esquema vacinal e entendeu que não é o momento de interrupção automática das atividades presenciais. “As situações específicas serão objeto de avaliação detalhada e discussão com as direções das unidades visando adoção de medidas de controle pertinentes ao contexto”.

O infectologista Celso Ramos Filho destaca que a medida mais importante a ser tomada neste momento é a vacinação, inclusive das crianças. Ele também recomenda que pessoas com situações de saúde que aumentem o risco de uma infecção por SARS-CoV-2 usem máscara em ambientes de maior exposição.

“É preciso vacinar. Vacinas são coisas do bem. É preciso que voltemos a liderar o mundo em vacinação. E não só contra a covid-19”, disse, acrescentando que “enquanto a gente tiver vírus circulando, a gente vai ter novas variantes. Isso, em si, não significa muita coisa”.

* Colaborou a repórter Tâmara Freire

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