Umberto Nigi promove encontro gratuito com o público na última semana de exposição do artista italiano no CCBB BH

Umberto Nigi no Atelie – Por Raquel Guerra,


A conversa será aberta a interessados na história da arte, na pintura abstrata e na trajetória do pintor que já viveu e expôs em mais de 30 países. Além de um papo descontraído, o público aproveita para visitar a exposição do artista em cartaz somente até 14 de novembro, com mais de 90 obras inéditas– entre telas e esculturas.

No dia 10 de novembro, quinta-feira, Umberto Nigi se encontra com o público belo-horizontino para conversa intitulada “Conhecendo cor e forma”, em que o italiano aborda sua biografia e trajetória artística, além de aspectos e características da pintura abstrata dentro da História da Arte. A mediação é do curador Theobaldo Júnior. O bate-papo começa às 19h30 no Teatro I do CCBB BH e é uma oportunidade para conhecer ou visitar mais uma vez a exposição do artista, “Cor e forma: a poesia do equilíbrio”, em cartaz somente até 14 de novembro, segunda, no Centro Cultural Banco do Brasil.

 

Com mais de 90 obras inéditas na capital mineira, a exposição reúne uma antologia do italiano Umberto Nigi, com esculturas sobre madeira, quadros de sua fase figurativa, nos anos 80, até passagens pelas décadas de 1990, 2000 e 2020, em que o artista plástico transita para a pintura abstrata e passa a mesclar, nas telas, materiais reciclados como areia, juta, papel, rede metálica, gesso e outros.

 

A exposição fica em cartaz até o dia 14 de novembro, de quarta a segunda, das 10h às 22h, e a entrada é gratuita. Os ingressos para o bate-papo e para a exposição podem ser retirados pelo site bb.com.br/cultura ou na bilheteria do CCBB BH (Praça da Liberdade, 450 – Funcionários). Mais informações: bb.com.br/cultura I (31) 3431-9400 I Redes sociais CCBB: (Instagram) @ccbbbh / (twitter) @ccbb_bh / (Facebook) ccbb.bh. Este projeto tem apoio do Centro Cultural Banco do Brasil e patrocínio do Consulado da Itália de Belo Horizonte.

 

SOBRE EXPOSIÇÃO “Cor e Forma – a poesia do equilíbrio”

Na exposição “Cor e forma: a poesia do equilíbrio” em cartaz no CCBB BH, o público aprecia obras inéditas do artista Umberto Nigi. São ao todo 17 quadros figurativos históricos, 20 esculturas sobre madeira, e ainda, 29 telas sobre papel fabriano. “Obras únicas, feitas neste papel especial encontrado somente na Itália, que mesclam pintura e reciclados diversos. Já as esculturas sobre madeira têm uma particularidade. Algumas delas não são pintadas totalmente. Deixo a madeira em sua origem: parte que gosto muito, prefiro não cobrir com as minhas cores”, contextualiza Umberto Nigi.

 

Os visitantes contemplam também mais de 30 trabalhos do artista dedicados à pintura abstrata em diálogo com a juta. “O abstrato é a não representação da realidade. Cada um que olha o meu quadro, vê alguma coisa diferente, porque eu não tenho um tema. Não existe uma hierarquia entre várias partes da tela. As formas e cores não procuram existir no espaço, mas serem elas mesmas o espaço, até por isso não dou nome aos quadros”, explica.

 

Umberto Nigi nasce em 13 de maio de 1945, na pequena ilha de Gorgona, na Toscana, e cresce em Livorno, cidade do pintor Amedeo Modigliani. Lá é influenciado pelo movimento dos pintores Macchiaioli – artistas responsáveis pelo ressurgimento da renascença italiana, no final do século XIX, que se opõem ao academicismo. Em 1977, realiza sua primeira mostra individual, em Firenze e, aos poucos, se torna conhecido por um estilo único, denominado primitivista, pela crítica da época. “Nigi começou sua carreira a pintar quadros primitivos. Como pintor naif mostrou nas telas de então sua preocupação com a terra, a justiça social, o trabalho manual do homem do campo, daqueles que lutam durante uma vida”, lembra o crítico de arte Carlos Perktold.

 

Após realizar exposições em toda Itália, onde recebe suas primeiras premiações, Nigi decide ganhar o mundo. Em quase 50 anos de estrada, reúne 33 exposições pessoais pelos quatro continentes. Em suas andanças, chega a morar em pouco mais de 30 lugares, entre eles, Oriente Médio, New York, Milão, Jordânia, Iraque. “Isso me enriqueceu culturalmente, mostrando-me novas estruturações de cores e texturas, novos vínculos com a imagem e o pensamento, e nova formulação do tempo, me fazendo abandonar, aos poucos, o figurativo”.

Mas é a passagem pelo Cairo (Egito), nos anos 80, que representa um ponto de mudança decisivo em sua trajetória: “emergem formas, cores e sensações no caminho da minha pintura. De modo subliminar, inconsciente, percebida somente no momento posterior. Até que a procura se torna urgência e encaminha-se definitivamente para a forma através de um longo período de árduos trabalhos que perduram até o início dos 90. Me descolar da pintura figurativa não foi fácil. Mas não me sentia provocado. Morando longe, as imagens da minha terra estavam aos poucos saindo de minha memória. Entravam outras pelo contato com artistas egípcios importantes, que me levavam ao abstrato”, descreve.

Já o amor de Nigi pela juta nasce pouco depois, ainda na década de 1990, quando o pintor passa a trabalhar com reciclados. “É minha política de recuperação lenta e gradual de materiais. Quando colocados na tela, terão o mesmo valor que a própria tela”, diz. Em Roma, lembra-se de ver chegar, na famosa cafeteria da Praça de Sant’ Eustachio (em que era assíduo frequentador), grandes sacos feitos de juta onde estava escrito “Café do Brasil”. Naquele ano (1995), começa a desenvolver um estilo próprio, que mescla a explosão de cores da pintura abstrata com matéria reciclada como juta e também gesso, rede elétrica, areia, entre outras. “Quando me deparei com aquela cena, me senti afeiçoado pela juta e toda a história que ela carrega. Sacos que deviam ter atravessado o mundo, e que, depois de úteis para o transporte do café pelo homem, são abandonados”, recorda.

 

SERVIÇO

Umberto Nigi promove o encontro “Conhecendo Cor e forma” com o público de BH

Conversa – 10 de novembro, quinta-feira, 19h30 – Teatro I do CCBB BH

Exposição – até 14 de novembro – quarta a segunda, das 10h às 22h

CCBB BH (Praça da Liberdade, 450 – Funcionários)

Classificação indicativa: livre | entrada gratuita

Retirada de ingressos pelo site www.bb.com.br/cultura ou na bilheteria do espaço

Mais informações para o público: tel.: 31 3431 9400

Redes sociais CCBB: (Instagram) @ccbbbh / (twitter) @ccbb_bh / (facebook) ccbb.bh

SAC 0800 729 0722 – Ouvidoria BB 0800 729 5678 –

Deficientes Auditivos ou de Fala 0800 729 0088

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