Dólar sobe para R$ 5,14 com dados de emprego nos EUA



Num dia de nervosismo no Brasil e nos Estados Unidos, o dólar teve a maior alta diária desde novembro e voltou a fechar acima de R$ 5,10. A bolsa de valores caiu pela terceira vez seguida e fechou no menor nível em quase um mês.

O dólar comercial encerrou esta sexta-feira (3) vendido a R$ 5,148, com alta de R$ 0,102 (+2,03%). A cotação chegou a operar próxima da estabilidade durante a manhã, mas passou a disparar por volta das 10h30. Após passar boa parte da tarde em torno de R$ 5,12, a moeda acelerou nas duas horas finais de negociação e fechou na máxima do dia.

A moeda norte-americana teve a maior alta diária desde 10 de novembro, quando tinha subido 4% em um único dia. O dólar está no maior valor desde 23 de janeiro, quando tinha fechado em R$ 5,19. Apesar da alta de hoje, a divisa acumula queda de 2,5% em 2023.

O dia também foi tenso no mercado de ações. O índice Ibovespa, da B3, fechou aos 108.523 pontos, com recuo de 1,47%. O indicador atingiu o menor nível desde 5 de janeiro, influenciado pelas bolsas norte-americanas, que também caíram, e por papéis de mineradoras e de bancos.

Dois fatores contribuíram para as turbulências no mercado. A divulgação de que a economia norte-americana criou 517 mil empregos fora do setor agrícola em janeiro foi mal recebida pelos investidores internacionais. Isso porque o bom desempenho do mercado de trabalho aumenta a possibilidade de o Federal Reserve (Fed, Banco Central norte-americano) elevar os juros básicos em 0,5 ponto percentual na próxima reunião após ter subido a taxa em 0,25 ponto na última quarta-feira (1º).

Uma eventual aceleração no aperto monetário nos Estados Unidos pressiona para cima o dólar em todo o planeta. Países emergentes, como o Brasil, são bastante afetados.

No cenário interno, o mercado financeiro foi afetado por uma declaração de ontem (2) do presidente Luiz Inácio Lula da Silva em que ele indicou a possibilidade de rever a autonomia do Banco Central (BC) após o fim do mandato do presidente do órgão, Roberto Campos Neto. Além disso, a indicação, feita após a reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), de que a taxa Selic (juros básicos da economia) ficará em 13,75% ao ano por mais tempo que o previsto desestimula investimentos na bolsa de valores.

* Com informações da Reuters

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