O presidente da Turquia, Tayyip Erdogan, visitou o Sul do país nesta quarta-feira (8) para verificar a destruição causada por um forte terremoto. Enquanto isso, a irritação aumenta entre a população local pelo que eles disseram ser uma resposta lenta do governo no esforço de resgate e socorro.
O número somado de mortes confirmadas do terremoto, que ocorreu na segunda-feira (6) e atingiu uma faixa do Sul da Turquia e da vizinha Síria, subiu para mais de 11 mil pessoas.
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A previsão é de que a contagem aumente, já que centenas de prédios desabados em muitas cidades se tornaram túmulos para pessoas que dormiam em suas casas quando o terremoto ocorreu no início da manhã.
Insatisfação com resgate
Na cidade turca de Antáquia, dezenas de corpos, alguns envoltos em cobertores e lençóis e outros em sacos mortuários, foram enfileirados no chão do lado de fora de um hospital.
“Minha esposa não fala turco e eu não consigo enxergar muito bem”, disse um homem, que não quis se identificar. “Temos que verificar todos os rostos. Precisamos de ajuda.”
Famílias no Sul da Turquia e na Síria passaram uma segunda noite no frio congelante, enquanto equipes de resgate tentavam retirar pessoas dos escombros.
Muitos na área do desastre dormiram em seus carros ou nas ruas sob cobertores, com medo de voltar aos prédios abalados pelo tremor de magnitude 7,8 – o mais mortal na Turquia desde 1999 – e por um segundo forte terremoto horas depois.
“Onde estão as tendas, onde estão os alimentos?” disse Melek, de 64 anos, em Antáquia, que não tinha visto nenhuma equipe de resgate.
“Não vimos nenhuma distribuição de alimentos aqui, ao contrário dos desastres anteriores em nosso país. Sobrevivemos ao terremoto, mas morreremos aqui devido à fome ou ao frio.”
O número de mortos ultrapassou 8,5 mil na Turquia. Na Síria, já devastada por 11 anos de guerra, o número confirmado subiu para mais de 2,5 mil durante a noite, de acordo com o governo sírio e um serviço de resgate operando no noroeste controlado pelos rebeldes.
Impacto na eleição
Erdogan, que declarou estado de emergência em 10 províncias e enviou tropas para ajudar, chegou à cidade de Kahramanmaras para ver os danos e o esforço de resgate e socorro.
Falando a repórteres, com constantes sirenes de ambulância ao fundo, Erdogan disse que houve problemas com estradas e aeroportos, mas que tudo melhoraria a cada dia.
O desastre representa um novo desafio para ele na eleição que enfrentará em maio, que já seria a mais difícil de suas duas décadas no poder.
Qualquer percepção de que o governo não esteja lidando com o desastre adequadamente pode prejudicar as perspectivas de Erdogan na votação, mas analistas dizem que, por outro lado, ele pode reunir apoio nacional em torno da resposta à crise e fortalecer sua posição.
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