Organizações da sociedade civil com atuação em diversas frentes realizam nesta quarta-feira (8), na capital paulista, um ato em defesa dos direitos das mulheres. Em meio à chuva, a manifestação concentra-se no vão do Museu de Arte de São Paulo Assis Chateaubriand (Masp).
Entre as pautas que compõem a agenda dos movimentos feminista e mulherista, incluindo a de grupos da juventude, estão o combate ao racismo, a descriminalização do aborto, a salvaguarda de direitos de mulheres do grupo LGBTQIA+, como lésbicas e transexuais, e do direito à educação.
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Como bandeira, os coletivos também destacam a defesa da democracia e propõem que não se conceda anistia a autoridades sinalizadas como “golpistas” e “genocidas”, em referência a nomes do governo passado, de Jair Bolsonaro. O ato também busca dar projeção a outras lutas, como a da redução da desigualdade de gênero no campo profissional e o acesso a absorventes e coletores menstruais, que podem contribuir significativamente para manutenção da frequência de estudantes em escolas.
Outra reivindicação refere-se ao direito à moradia. Para a diarista Maria de Lurdes Santos, da ocupação Vila Nova Palestina, que completa, este ano, uma década de existência, engajar-se de forma coletiva é fundamental para que as mulheres conquistem e preservem o que é seu por direito. Em sua experiência, isso chegou com a adesão ao Movimento dos Trabalhadores Sem-Teto (MTST).
A trabalhadora, que já enfrentava empecilhos por estar fora do mercado formal de trabalho, conta que durante a pandemia de Covid-19 sua condição piorou ainda mais. No período mais agudo da crise sanitária, ela teve dificuldades de encontrar trabalho e, portanto, garantir seu sustento. “Nem emprego eu tinha. Estava fazendo bico. Ganhando R$ 100, no dia, para pagar aluguel?”, diz ela.
Os atos 8M, alusivos ao Dia Internacional da Mulher, acontecem em várias cidades do país. São pelo menos dez capitais reunindo manifestações com pautas em defesa da mulher.