Especialistas defendem mudanças para inclusão de minorias na política




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Especialistas que participaram, nesta sexta-feira (3), do seminário Eleições, Democracia e Grupos Minorizados, defenderam mais financiamento a candidaturas de representantes de minorias para aumentar sua inclusão na política. O evento foi realizado no Tribunal Regional Eleitoral do Rio de Janeiro (TRE-RJ), no centro da capital fluminense.

O ex-ministro da Igualdade Racial e vereador no Rio Edson Santos destacou a importância do fundo partidário e do fundo eleitoral para aumentar a participação das minorias nos espaços de poder.

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“É fundamental assegurar que um candidato eleito negro tenha um peso maior na distribuição do fundo partidário e do fundo eleitoral, de forma que as organizações partidárias sejam estimuladas a ter negros não só pedindo votos para seus candidatos brancos, mas a ter negros presentes no Congresso Nacional, nas assembleias legislativas e nas câmaras municipais. Acho que essa medida pode ter efeito mais direto nesse desafio”, afirmou Santos.

A deputada estadual Tia Ju, do Republicanos, lembrou que apenas 15% de mulheres ocupam assentos na Câmara dos Deputados e que a subrepresentação é ainda maior [no caso]das mulheres pretas e indígenas. “Somos 51% da população e temos dificuldade de nos ver representadas nesses espaços de poder. O perfil do político brasileiro é o homem branco com média de idade de 48 anos, e o perfil do eleitorado é a mulher negra de 35 anos em média”, disse.

“Menos de um terço dos cargos de lideranças dos partidos são de mulheres. Quando a gente olha as executivas dos partidos, a gente muito pouco vê mulheres compondo esses espaços de poder. Isso é um grande desafio. Os partidos políticos precisam dar mais participação nas suas executivas para as mulheres. E as mulheres negras são subfinanciadas. É um trabalho de todos para ter avanços”, acrescentou a deputada.

O professor do Programa de Pós-Graduação em História da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e babalaô Ivanir dos Santos também ressaltou que o financiamento público não beneficia as candidaturas dos grupos minorizados. “A população negra paga muito imposto, não só a classe média branca. É disso que estamos falando. Não é favor.”

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