O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e o China Development Bank (CDB), instituição de fomento do país asiático, assinaram acordo para captação de até US$ 1,3 bilhão para investimentos no Brasil. De acordo com o BNDES, os recursos poderão ser destinados a setores como saneamento, manufatura e alta tecnologia, além de contribuir para reforçar o comércio bilateral entre Brasil e China.
O acordo estabelece condições gerais que serão detalhadas em outros dois documentos. O primeiro prevê US$ 800 milhões para investimentos de longo prazo e outro de US$ 500 milhões para aplicações de curto prazo.
Notícias relacionadas:
- Brasil e China fazem acordo de cooperação policial internacional.
- Brasil e China assinam memorandos para nova industrialização .
- Visita de Lula à China marca novo momento da diplomacia brasileira.
Segundo o presidente do BNDES, Aloizio Mercadante, o objetivo é aprofundar as relações com o banco chinês do ponto de vista do financiamento, para acelerar os investimentos em setores estratégicos como transição energética, mobilidade urbana e infraestrutura. A China é o maior parceiro comercial do Brasil e lidera o fluxo de investimentos estrangeiros diretos no país.
“Esse acordo com o CDB é resultado da volta do protagonismo do Brasil no mundo. Um país respeitado internacionalmente abre mais oportunidades de captação e de diversificação das fontes de recursos para o BNDES, gerando, futuramente, mais emprego e mais renda em nosso país”, declarou Mercadante.
Em comunicado, o BNDES explicou que a linha de longo prazo será de até 10 anos e terá como foco o financiamento de projetos de infraestrutura, energia, manufatura, petróleo e gás, agricultura, mineração, saneamento, agenda ASG (ambiental, social de governança), mudança climática e desenvolvimento verde, prevenção a epidemias, economia digital, alta tecnologia, gestão municipal e outros segmentos no Brasil.
Segundo Mercadante, esses investimentos de longo prazo costumam ser um gargalo para o desenvolvimento do país, por isso a ideia é que a maior parte dos recursos tenham esse foco.
Já na linha de curto prazo, de 3 anos, o montante será utilizado como parte do orçamento de investimentos do BNDES, podendo apoiar, por exemplo, operações que promovam o comércio bilateral entre China e Brasil. “Os clientes destas linhas de financiamento são potencialmente empresas privadas e entes públicos, que demandem crédito ao BNDES para apoio a investimentos nos segmentos mencionados, nas condições previstas nas políticas operacionais do BNDES”, diz o comunicado.
Segundo o BNDES, o relacionamento entre os dois bancos teve início em 2007, quando foi negociado o financiamento para construção do Gasoduto Sudeste-Nordeste. Na ocasião, foi firmado contrato de empréstimo externo formalizando a captação de recursos, pelo BNDES, no valor de US$ 750 milhões.
O acordo entre os bancos foi firmado no âmbito da viagem do presidente Luiz Inácio Lula da Silva à China. Nesta sexta-feira (14), Lula e o presidente chinês, Xi Jinping, também assinaram 15 atos em diversas áreas.