Após 15 anos, Rio volta a receber exposição individual de Lasar Segall




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Depois de 15 anos sem uma individual do artista, o Rio de Janeiro abre, neste sábado (6), a exposição Lasar Segall: Olhares para o Feminino. O evento é realizado 100 anos após a vinda definitiva de Segall para o Brasil. A mostra será inaugurada às 14h, na Casa Museu Eva Klabin, na Lagoa, zona sul da cidade. A entrada é gratuita.

O pintor, escultor e gravurista Lasar Segall nasceu no território da atual Lituânia, em julho de 1889, e morreu em São Paulo, em agosto de 1957.

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Segundo a curadora da mostra, a escritora e historiadora da arte Juliana Cunha, dividida em três módulos, a exposição pretende mostrar como Segall lidou com a imagem das mulheres no seu trabalho, sobretudo depois que veio para o Brasil.

No primeiro módulo, o tema é a família. “É onde a exposição nasce”, disse Juliana à Agência Brasil. Ela explicou que Eva Klabin, idealizadora da casa que recebe a mostra, era prima da esposa de Segall, Jenny. Faz parte desse módulo um desenho de Eva Klabin aos 4 anos, feito a partir de uma fotografia, que marca o encontro do artista, em Berlim, Alemanha, com a colecionadora de arte. As outras duas obras, Maternidade e Mãe e Filhos, retratam a mulher do artista, Jenny Klabin, acompanhada dos filhos.

Cotidiano

Rio de Janeiro (RJ) - Exposição de Lasar Segall. - Lucy na Rede (1940). Óleo sobre tela-Museu Lasar Segall. Foto: Vicente de Mello
Rio de Janeiro (RJ) - Exposição de Lasar Segall. - Lucy na Rede (1940). Óleo sobre tela-Museu Lasar Segall. Foto: Vicente de Mello

Obra Lucy na Rede, de Lasar Segall, retrata Lucy Citti Ferreira, aluna e modelo do artista – Vicente de Mello/Divulgação

O segundo nicho, chamado Mulheres do Cotidiano, traz três trabalhos onde Segall retratou mulheres negras que encontrou no Brasil. A obra Mãe Negra entre Casas evoca novamente a maternidade, desta vez representada por uma mulher da periferia. O módulo apresenta ainda Retrato Feminino, que mostra o rosto de uma mulher negra, e Favela I, em que aparecem moradias populares ocupadas e uma mulher no centro da imagem. No mesmo módulo, a xilogravura Casal do Mangue aborda o tema da prostituição nesta área do Rio. “O módulo traz muito do Brasil e da atenção que Lasar Segall dedicou às mulheres e aos homens negros depois que se mudou para cá”, disse Juliana.

O terceiro módulo, Lucy Citti Ferreira, traz três trabalhos que são expostos juntos pela primeira vez. Neles, Segall trabalha o retrato de sua aluna e modelo Lucy. Este é um tema importante na obra de Segall, destacou a curadora. “Os retratos trazem Lucy em situação de delicadeza, pela qual o artista se admirou, mas também traz as mãos grandes dela, enquanto pintora, o olhar atento, uma figura muito interessante, porque não era só musa, mas também uma produtora de arte.”

Além desses trabalhos, são expostas duas esculturas, uma das quais retoma o tema da maternidade, enquanto a outra apresenta duas mulheres unidas no mesmo bloco, como duas amigas. “Nessa escultura, o artista traz as mulheres como parceiras, unidas, que compartilham ideias, histórias e forças. É uma escultura muito importante para a exposição.”

Documentário

O público poderá assistir ainda, no auditório anexo à área de exposição, o documentário Lasar Segall – A Poética da Resistência, de Rozane Braga e Adriana Miranda, cedido para a mostra pela FBL Criação e Produção. O curta-metragem é o primeiro episódio da série Artistas Plásticos Brasileiros e conta a história de Lasar Segall, desde o nascimento até a morte, com foco na produção do artista ao longo da vida. O pintor é representado pelo ator Mateus Solano.

A mostra ficará aberta à visitação até o dia 9 de julho, de quarta-feira a domingo, das 14h às 18h.

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