O comandante-geral da Polícia Militar de São Paulo (PMSP), Cássio Araújo de Freitas, usou as redes sociais oficiais da corporação para pedir à tropa que não hesite em usar “as ferramentas de trabalho”, nem “a legítima defesa a seu favor”. As declarações foram publicadas quinta-feira (6) no canal oficial da PMSP no Instagram.
“Estamos bastante preocupados com algumas ocorrências onde o policial militar tem hesitado em utilizar as suas ferramentas de trabalho. E aí vai o meu pedido para vocês e para todos esses amigos que estão aqui presentes: não hesite, não hesite em cumprir a lei. Não hesite em utilizar a legítima defesa a seu favor. Faça isso”, disse Freitas.
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“A sociedade quer que você trabalhe, viva bem, e que esteja íntegro para cumprir as suas missões. A sociedade, a Polícia Militar e a sua família. Pense neles, sinta-se seguro para trabalhar. A instituição está a sua disposição. Não se esqueça: técnica, tática e, principalmente, atitude para agir”, acrescentou o comandante.
As declarações do coronel ocorreram no dia seguinte ao assassinato de um tenente aposentado da PM, em Itapecerica da Serra, interior do estado, na quarta-feira (5). Antes de ser morto, o militar foi sequestrado e torturado.
Letalidade policial
Dados divulgados segunda-feira (3) pela Secretaria de Segurança Pública de São Paulo (SSP-SP) revelam que o número de pessoas mortas por policiais voltou a aumentar no mês de maio deste ano no estado, passando de 35 para 38, na comparação com o mesmo mês do ano passado. Foram 32 pessoas mortas por policiais militares em serviço, o que representa 88% a mais do que em maio de 2022, quando houve 17 vítimas.
Ainda em maio, três pessoas foram mortas por policiais militares de folga, redução de 75%; e três pessoas mortas por policiais civis em serviço, duas a mais em relação a maio de 2022.
No acumulado do ano, foram 189 pessoas mortas por policiais, um aumento de 8,6% na comparação com o mesmo período do ano passado. Levando em conta somente as mortes em confrontos com policiais militares em serviço, número acumulado chegou a 130.
Os dados da SSP mostram ainda que 15 policiais civis e militares foram mortos em folga ou em serviço, mesmo número de janeiro a maio do ano passado. Considerando apenas o mês de maio, neste ano foram seis policiais mortos e um no ano passado.