A Polícia Federal (PF) informou que cumpriu na noite de quarta-feira (16) um mandado de busca pessoal como parte da Operação Lucas 12:2, que investiga o desvio e a venda de presentes de autoridades estrangeiras ao Estado brasileiro. A PF não detalhou o alvo da ação ou como foram realizadas as diligências.
Na quarta-feira, o advogado Frederick Wassef admitiu ter comprado nos Estados Unidos um relógio Rolex que, segundo o inquérito, havia sido levado ao exterior pela suposta organização criminosa. Wassef, que já defendeu a família do ex-presidente Jair Bolsonaro, é um dos alvos da operação.
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Wassef admitiu que usou recursos próprios para comprar um relógio de luxo de marca Rolex nos EUA, no dia 14 de março. Em entrevista coletiva nesta terça-feira (15), Wassef disse que estava em solo americano e soube que o relógio estava lá, então resolveu comprá-lo para devolvê-lo como presente ao governo federal. Ele também negou que tenha sido designado para reaver o relógio que havia sido vendido no país anteriormente.
O relógio foi um presente de autoridades sauditas a Jair Bolsonaro durante uma viagem oficial do então presidente da República em 2019 à Arábia Saudita e ao Catar. O item foi levado para os Estados Unidos, para onde Bolsonaro viajou às vésperas de deixar a Presidência, e foi vendido ilegalmente, de acordo com a Polícia Federal, pelo então ajudante de ordens de Bolsonaro, tenente-coronel Mauro Cid. A peça faz parte de um conjunto de objetos de alto valor apreendidos em uma operação em agosto pela PF.
A operação foi autorizada pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes no inquérito sobre milícias digitais. O documento da Corte cita especificamente o caso das joias vindas da Arábia Saudita em outubro de 2021. As peças foram presentes para o então presidente Jair Bolsonaro e sua esposa, Michelle Bolsonaro, e entraram no país em comitiva do Ministério de Minas e Energia que esteve no Oriente Médio em eventos oficiais.