Moradora de Gaza diz que condições pioraram nos últimos dias




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A palestina Huda Al-Assar morou por muitos anos no Brasil e hoje vive na Faixa de Gaza com a família, formada por quatro filhos e os netos. Em entrevista à Agência Brasil nesta segunda-feira (16), ela afirmou que a família segue bem, mas que as condições pioraram muito nos últimos dias devido à falta de água, de eletricidade e aos bombardeios.

Desde o início da semana passada, Israel bombardeia a região em resposta ao ataque que sofreu no último dia 7. Na ocasião, o grupo islâmico Hamas, que controla Gaza, entrou em território israelense, invadiu uma festa eletrônica e matou centenas de civis a tiros.

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Apesar do cenário de destruição, Huda diz que vai ficar ao lado seu povo. “Não pretendo sair de minha casa”.

Brasília (DF) 16/10/2023 – A palestina Huda Al-Assar morou por muitos anos no Brasil e hoje vive na Faixa de Gaza com a família
Foto: Huda Al-Assar/Arquivo pessoal
Brasília (DF) 16/10/2023 – A palestina Huda Al-Assar morou por muitos anos no Brasil e hoje vive na Faixa de Gaza com a família
Foto: Huda Al-Assar/Arquivo pessoal

Brasília (DF) 16/10/2023 – A palestina Huda Al-Assar morou por muitos anos no Brasil e hoje vive na Faixa de Gaza com a família Foto: Huda Al-Assar/Arquivo pessoal

Huda é professora de matemática formada no Brasil, para onde foi na condição de refugiada após o início da Guerra do Golfo, em 2001, quando vivia nos Emirados Árabes Unidos. Ele viveu por quase 15 anos no Brasil, até que voltou para a Palestina, em 2006, após 21 anos sem pisar na sua terra natal.

Ela relatou que muitas casas e edifícios foram destruídos, o que tem lotado as residências ainda não atingidas.

“As casas e os edifícios não mantêm só os moradores deles, não. Meu edifício tem três andares e três famílias, nenhum passava de 20 pessoas cada. Hoje, meu edifício agora tem mais de 60 ou 70 pessoas [por residência] porque cada um que perde a casa a gente tem que mandá-lo vir. Então, hoje a situação está muito difícil e a destruição é enorme”, relatou.

A professora palestina contou ainda que a cada edifício derrubado morrem muitas pessoas e as demais ou vão para os hospitais ou ficam presos embaixo dos escombros. “Infelizmente, a gente não tem nem material para tirar pedras. Então, as pessoas ficam dois ou três dias embaixo das pedras e morrem sozinhas”, explicou.

Ela contou que, até o momento, as bombas apenas destruíram os vidros das janelas onde mora. “Se a gente vai continuar dentro da casa ou vão mandar a gente sair, eu não sei. Se a gente vai ser bombardeado dentro de nossas casas, eu também não sei. A gente nem imagina o que pode acontecer daqui a pouco. Essa é a situação de todo mundo na Faixa de Gaza”, explicou.

A brasileira filha de palestinos Ruayda Rabah, de 56 anos, que vive na Cisjordânia, também na Palestina, têm mantido contato com Huda pelo menos desde 2014, época de outro ataque de Israel contra Gaza.

Ruyada nasceu no Brasil após seus pais deixarem a Palestina devido aos conflitos com os israelenses. Em 1999, já formada e grávida do primeiro filho, decidiu retornar à Cisjordânia, onde vive até hoje com o marido e o filho. Ela lamenta não poder fazer muito pela colega quando ocorre um ataque em Gaza.

“Sempre quando acontece alguma coisa lá ela me liga pedindo ajuda e socorro. Mas, infelizmente, o que a gente pode fazer é denunciar e pedir para que alguém no Brasil denuncie”, afirmou.

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