Casa de Saúde Santa Izabel promove workshop sobre cuidados paliativos



A chegada de um diagnóstico que leva a encarar a finitude da vida é sempre um baque para o paciente e sua família. Com o objetivo de debater os temas e as abordagens que envolvem esse momento delicado, a Casa de Saúde Santa Izabel (CSSI), da Fundação Hospitalar do Estado de Minas Gerais, promoveu, na última quinta-feira (19/9), o workshop de Integralidade em Cuidados Paliativos.

A unidade, que é referência em reabilitação e cuidados prolongados, reuniu especialistas no assunto para apresentar perspectivas multidisciplinares sobre terminalidade, tomada de decisão, gestão do cuidado, desospitalização e luto. O evento aconteceu no auditório da PUC Betim.

Os cuidados paliativos são fundamentais para proporcionar qualidade de vida a pacientes com doenças graves e suas famílias. O foco não está apenas na cura, mas também no alívio dos sintomas e no apoio emocional, espiritual e psicológico. Durante o workshop, os palestrantes destacaram que a implementação efetiva desses cuidados pode transformar a experiência hospitalar, garantindo que os pacientes se sintam respeitados e valorizados em seus momentos mais difíceis.

A diretora da CSSI, Gabriella Rodrigues da Silva, ressaltou que a troca de experiências é essencial para o aprimoramento da conduta. “A demanda por cuidados paliativos na nossa Unidade de Cuidados Prolongados vem aumentando. Então, esse intercâmbio de conhecimento com outros profissionais da Fhemig e de outras instituições é um acalento, uma forma de repensar a assistência à saúde do paciente, voltada para seu conforto, bem-estar e cuidado individualizado”, disse.

A diretora assistencial da Fhemig, Lucineia Carvalhais, também esteve presente e salientou a importância da multidisciplinaridade para o cuidado. “Ninguém vive a multiprofissionalidade como o SUS. A integração, a contribuição e a forma de distribuição do conhecimento é muito particular e privilegiada. Temos que saber que isso é um patrimônio nosso”, destacou.

“Hoje, a Fhemig tem 208 leitos de cuidados prolongados – 197 estão sob habilitação federal ou credenciados pela política estadual específica para esse cuidado. E estamos com consulta pública interna do nosso documento sobre cuidados paliativos em pacientes não oncológicos até 13/10. Todos os nossos mais de 12 mil servidores podem participar”, reforçou a diretora sobre as ações da rede.

Conhecimento

Ao longo do dia, o evento incluiu palestras que abordaram perspectivas diversas sobre cuidados paliativos. A médica e mestre em Ciências da Saúde, Carla Wernecke Padovani Gonzaga, apresentou os conceitos, princípios e fundamentos sobre o tema. Em sua fala, destacou que o paliar deve começar precocemente, junto ao diagnóstico e tratamento da doença. E que também não deve ser encerrado com a morte, já que a família também demanda cuidados.

Carla abordou ainda a importância da comunicação clínica para notícias difíceis, ressaltando a necessidade de dizer a verdade ao paciente, mas com sensibilidade. “Não há o que se fazer para mudar o curso da doença. Mas há o que se fazer para além da doença”, concluiu.

A médica especialista em Cuidados Paliativos do Hospital João XXIII, Gabriela Casanova Martins dos Santos, falou sobre a importância do planejamento individualizado de conduta para cada paciente, considerando suas peculiaridades e de sua família, para que seja possível alcançar o objetivo de cuidado. Para ela, dignidade e qualidade de vida são definições que podem variar de acordo com as vivências de cada um e isso deve ser levado em conta.

A psicóloga da unidade de Cuidados Prolongados da CSSI, Débora Gabriele Tolentino Alves, trouxe uma reflexão sobre a terminalidade e o processo de luto. A profissional falou das fases desse estado emocional – que não seguem necessariamente uma ordem linear – e tratou das alterações biopsicossociais que podem ser vivenciadas, entres elas, as emocionais (tristeza, medo, culpa…), as físicas (dor no peito, estômago revirado, coração acelerado…) e as comportamentais (desejo de ficar só, falta de energia, mergulho no trabalho, entre outras).

A enfermeira e referência em Cuidados Paliativos do Hospital Alberto Cavalcanti, Liliane Santos Silva, tratou da necessidade da transdisciplinaridade na gestão desse tipo de assistência.

Na sequência, uma mesa redonda sobre os desafios na desospitalização e transição do cuidado para o domicílio foi mediada pelo médico geriatra da CSSI, Galeano Hassen, e contou com a participação de outros profissionais da casa de saúde, do Hospital Cristiano Machado e das equipes multiprofissionais de atenção domiciliar de Betim.

O encerramento do workshop ficou por conta da gerente assistencial da CSSI, Natália Vieira.

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