Para aumentar a resiliência da rede elétrica em Minas Gerais e reduzir o tempo de interrupções em situações de eventos climáticos extremos, a Cemig está investindo em várias ações de manutenção preventiva nos 774 municípios da sua área de concessão. Somente de janeiro a meados de setembro deste ano, a companhia destinou quase R$ 220 milhões em ações para diminuir ocorrências devido a quedas de galhos e árvores sobre a rede, na limpeza de faixa de servidão e em inspeções de circuitos elétricos. Até o final do ano, a empresa deve investir mais de R$ 90 milhões em todo o estado.
Até meados deste mês, a Cemig realizou mais de 524 mil podas de árvores, fez a limpeza de faixa em mais de 33 mil quilômetros de rede, e inspecionou cerca de 124 mil quilômetros de circuitos por meio de drones e equipamentos de termovisão (detecção de pontos quentes na rede). Além disso, a companhia destinou mais de R$ 50 milhões na manutenção de estruturas, em atividades como troca de cruzetas, postes, isoladores e para-raios.
Na Região Metropolitana de Belo Horizonte, a Cemig já investiu 84% do planejado em manutenção preventiva para 2024. Do início do ano até os primeiros 15 dias de setembro, foram destinados pela companhia R$ 39 milhões. Até o final do ano, devem ser somados mais R$ 19 milhões.
Em Minas Gerais, o período chuvoso ocorre normalmente entre outubro e abril. O engenheiro do Sistema Elétrico da Cemig, Fernando César Gomes, ressalta que as ações preventivas são fundamentais para garantir que a rede elétrica esteja preparada para as condições próprias do período.
“Os serviços de manutenção preventiva são muito importantes para a fortalecer a rede de distribuição e para reduzir ocorrências no sistema elétrico, provocadas, principalmente, por toques de árvores nos cabos e equipamentos, descargas atmosféricas e outras situações que podem ocasionar interrupções no fornecimento de energia”, comenta.
Maior investimento da história
Atualmente, a Cemig executa o maior plano de investimento da história da empresa. O montante é de cerca de R$ 50 bilhões no período de dez anos – entre 2019 e 2028. Os recursos estão sendo aplicados majoritariamente em Minas Gerais, sendo que, do total previsto, R$ 33,2 bilhões serão investidos na concessão de distribuição, que atende 774 municípios mineiros. Até 2023, R$ 13,6 bilhões foram investidos e, somente no primeiro semestre de 2024, mais de R$ 2,4 bilhões foram empenhados na melhoria das instalações no estado.
Antecipação aos eventos climáticos extremos
A Cemig possui uma equipe de meteorologistas para monitoramento em tempo real das condições climáticas da sua área de concessão, que abrange 774 municípios mineiros. Dessa forma, os profissionais produzem boletins, avisos e alertas meteorológicos enviados aos Centros de Operação da companhia, permitindo que eles tomem ações focadas nas regiões que serão mais impactadas, como, por exemplo, mobilizar as equipes com uma antecipação de até quatro horas.
Além disso, a Cemig possui o Radar Meteorológico, que foi instalado no município de Mateus Leme, na Região Metropolitana de Belo Horizonte. Este instrumento atua no monitoramento de nuvens para vigilância meteorológica, com alcance quantitativo de chuva e tempestades num raio de até 250 quilômetros e com alcance qualitativo até 450 quilômetros. O radar beneficia cerca de 40 milhões de pessoas dentro da sua área de abrangência, que cobre aproximadamente 500 mil quilômetros quadrados.
“Com a utilização do radar, em conjunto com outras ferramentas, é possível prever com maior precisão a ocorrência e intensidade de chuvas e, assim, alertar a Defesa Civil sobre tempestades que poderão trazer consequências sérias para a população, permitindo uma atuação preventiva”, ressalta o meteorologista da Cemig, Arthur Chaves.
Além disso, o especialista da companhia explica que o radar também é estratégico para o controle e operação dos reservatórios das usinas hidrelétricas. “Com a antecipação das informações sobre a direção de deslocamento e a intensidade das chuvas, pode-se estimar a quantidade de água que chegará ao reservatório e ajustar sua operação hidráulica para minimizar os efeitos das cheias para a população e para o empreendimento”, completa Arthur Chaves.