A migração para Bruno Engler de quase a totalidade dos votos recebidos por Mauro Tramonte (Republicanos) vai garantir a vitória do candidato do PL na corrida pela Prefeitura de Belo Horizonte. A aposta é do cientista político Márcio Coimbra, que dá como certa a aliança entre os dois partidos no segundo turno na capital mineira. O resultado da votação neste domingo (6) leva Engler (34,38%) e o atual prefeito, Fuad Noman, do PSD (26,54%), para a disputa em 27 de outubro, com uma diferença de 99 mil votos. Escolhido por quase 193 mil eleitores, Tramonte ficou em terceiro lugar.
“Mais de 90% dos votos do Tramonte irão para o Engler”, estima Coimbra. Presidente do Instituto Monitor da Democracia, ele justifica a leitura pelo peso que a ideologia tem nessa fatia do eleitorado. “O Republicanos é o partido da Igreja Universal do Reino de Deus (Iurd). E os eleitores vão seguir a orientação da igreja. Então esse voto é muito homogêneo”.
Mestre em Ação Política pela Universidad Rey Juan Carlos (2007), ex-diretor da Apex-Brasil e do Senado Federal, além de conselheiro da Associação Brasileira de Relações Institucionais e Governamentais (Abrig), Coimbra diz ainda que pesam contra o Fuad a idade e o histórico político. “ Acho muito difícil que vença. Trata-se de um senhor, de 77 anos, disputando a prefeitura com um menino, numa eleição que está muito mais para renovação do que para velhas lideranças”, analisa.
Apesar de reconhecer o peso de Nikolas na campanha de Engler até agora, o especialista destaca que o apoio do deputado federal não bastará para a vitória do PL em BH. “Nikolas terá uma posição essencial no segundo turno, mas não vai adicionar mais votos do que o Bruno já teve. Os votos mais importantes serão os do Tramonte”, reforça.