De UTI à estética integrativa: Dra. Paola Marangoni é destaque no Prêmio Mulheres de Valor



Da rotina hospitalar ao palco do empreendedorismo, Dra. Paola mostra que com garra e determinação é possível realizar sonhos.

 

Por Mayara de Paula 

 

A trajetória da Dra. Paola Marangoni é daquelas que inspiram de verdade. Enfermeira formada desde 2012, ela começou sua jornada profissional onde poucos têm coragem de começar: no ritmo acelerado dos centros cirúrgicos e UTIs. Ainda durante a graduação, já mostrava que não estava para brincadeira — atuou como instrumentadora e bolsista em unidade de terapia intensiva, o que só aumentou sua paixão pela rotina hospitalar.

Nos anos seguintes, mergulhou de cabeça em experiências técnicas: cirurgia dermatológica, gestão de materiais ortopédicos e, com o tempo, assumiu até responsabilidade técnica por uma empresa que atuava em hospitais federais do Rio de Janeiro. Tudo isso enquanto concluía uma pós-graduação em terapia intensiva e dividia plantões em até três hospitais diferentes. Uma verdadeira maratona da vida real.

Mas, em 2016, depois de casar e tirar as primeiras férias desde a formatura, Paola parou para respirar — e percebeu que algo precisava mudar. O ritmo exaustivo, o cansaço emocional e o distanciamento de si mesma acenderam um alerta. Foi então que, durante um plantão, uma mensagem da comadre Juliana chegou como um sinal: a enfermagem estética havia sido regulamentada.

No início, Paola torceu o nariz. Não achava que aquilo era “coisa de enfermeiro”. Mas a curiosidade falou mais alto — e a fé, mais ainda. Decidiu arriscar. Pediu demissão de um dos empregos, foi desligada de outro e, com a grana da rescisão, investiu na sua primeira feira de estética. Fez cursos, buscou formações complementares e iniciou os primeiros atendimentos em domicílio. A virada começava ali, com o apoio fundamental do marido Thiago, que inclusive criou seu perfil no Instagram para divulgar o trabalho.

Mesmo com um bebê em casa, Paola não parou. Criou o projeto “Cuidado Adaptado”, voltado para mulheres — mães ou não — que precisavam de acolhimento e atenção personalizada.

Com a chegada da pandemia em 2020, os atendimentos de estética precisaram ser interrompidos. Ela então retornou temporariamente à área hospitalar, mas aproveitou o período para se conectar com outras enfermeiras empreendedoras por meio de lives e trocas valiosas. Foi nesse ambiente que conheceu a ozonioterapia — e se apaixonou pela técnica. Mesmo sem saber se o investimento traria retorno, comprou seu primeiro equipamento, apoiada pela mãe, sua maior incentivadora. A partir dali, começou a se especializar no atendimento de mulheres no pós-parto, unindo saúde feminina e cuidados estéticos de forma integrada.

A reputação veio com o tempo — e com muito trabalho. Paola passou a ser reconhecida como referência em tratar intercorrências estéticas, conquistando o respeito de colegas da área. Em 2021, inscreveu-se no TRINTAE3, curso considerado referência na estética avançada, e seguiu aperfeiçoando sua prática com disciplina, fé e muito autoconhecimento.

Aos poucos, Paola foi ganhando espaço também no meio acadêmico. Começou a dar palestras, mentorias e aulas — realizando o sonho de compartilhar conhecimento e inspirar outras profissionais da enfermagem a se enxergarem como protagonistas.

Hoje, Dra. Paola Marangoni é nome forte quando se fala em estética avançada e integrativa, com foco especial na ozonioterapia. Mais do que aplicar técnicas, ela busca resgatar a autoestima de mulheres, acolher mães que se colocam sempre em segundo plano e mostrar que, sim, é possível empreender com propósito e alma.

E esse reconhecimento não passou despercebido. Em 2025, ela foi uma das homenageadas da edição Rio de Janeiro do Prêmio Mulheres de Valor, uma celebração à mulheres que inovam no empreendedorismo. A premiação foi entregue pela empresária Aline Salvatto em uma noite de gala que selou mais um marco na trajetória de Paola — agora também como inspiração nacional.

Mas, para ela, o prêmio é só mais uma forma de ampliar sua missão: transformar a imagem da enfermagem, quebrar estigmas e abrir caminhos para que outras mulheres possam, enfim, ocupar os espaços que quiserem — e da forma mais autêntica possível.

 

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