Belo Horizonte, 30 de março de 2017 – O anúncio do corte de gastos do governo federal, que inclui o fim dos benefícios fiscais das empresas, soa como temerário. Apesar de não criar novos impostos ou aumentar as alíquotas, a medida encontrada pela equipe econômica para tapar esse rombo bilionário vai elevar os custos das empresas que já vêm apresentando, ao longo dos meses, quedas sucessivas em suas receitas devido ao cenário macroeconômico adverso. Na prática, para as empresas, o fim da desoneração implica no aumento dos impostos.
Essas medidas não se mostram suficientes se o governo continua gastando mais do que arrecada. Além disso, aumentar a carga tributária é sempre contraproducente. Impostos mais baixos dinamizam a economia e incentivam o consumo. O Brasil tem uma das mais altas cargas tributárias do mundo e o brasileiro trabalha, em média, cinco meses do ano só para pagar impostos. Tudo isso sem, contudo, ver o retorno em saúde, educação e segurança de qualidade.
Enquanto tivermos um sistema injusto de cobrança de tributos não teremos a esperada recuperação econômica e não seremos, enfim, um país desenvolvido.