Foto: Crédito Paulo Lacerda
A primeira ação foi garantir e preservar a saúde do público frequentador de seus espaços, dos profissionais da cultura e dos Servidores da Casa, para, em seguida, continuar levando ao público atrações culturais e formação artística. Com a necessidade de interromper suas ações presenciais, a FCS acelerou a implantação de seu programa de MEDIAÇÃO CULTURAL, especialmente pelos meios digitais. Desta forma, a arte de seus Corpos Artísticos (Orquestra Sinfônica e Coral Lírico de Minas Gerais e Cia. de Dança Palácio das Artes), dos alunos e professores do Cefart e demais atividades culturais estão sendo divulgadas por meio das mídias sociais. Assim está sendo o enfrentamento da Fundação Clóvis Salgado à pandemia causada pelo Coronavírus (COVID-19).
As primeiras medidas tomadas pela Instituição foram a criação do Comitê Interno de Monitoramento para ações de prevenção e enfrentamento do Coronavírus, ainda em 13 de Março, e a implementação de fluxo de higienização e limpeza em todos os ambientes (incluindo corrimões, maçanetas e elevadores) da Fundação (Palácio das Artes, Serraria Souza Pinto e CâmeraSete – Casa da Fotografia de Minas Gerais); disponibilização de álcool em gel em pontos estratégicos de todos os espaços do Palácio das Artes para o público, alunos e servidores; foi reforçada a manutenção (limpeza) dos filtros do sistema de ar condicionado dos espaços e áreas de trabalho; nos bebedouros da instituição ficaram disponíveis apenas os bicos para garrafas e copos; foi distribuído material informativo da Secretaria de Estado de Saúde em pontos estratégicos, como bilheteria e balcão de informações do Palácio das Artes; além da divulgação do mesmo material informativo nas redes sociais da FCS.
“Cumprimos todas as medidas determinadas pela Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais e, com a criação do Comitê Interno de Monitoramento, conseguimos nos antecipar, colocando em prática ações que garantiram a preservação da saúde das pessoas e a continuidade da execução de nossa missão pública”, explica Eliane Parreiras, presidente da Fundação Clóvis Salgado.
TRABALHO EM CASA – Assim que as atividades artísticas foram suspensas, servidores e prestadores de serviços da FCS passaram a atuar em regime de Teletrabalho, garantindo sua segurança. O trabalhador contribui assim para a execução das novas formas de prestação de serviço cultural, artística e educacional que a Fundação Clóvis Salgado entrega à sociedade.
Há uma grande equipe trabalhando, dedicada à manutenção e segurança dos espaços da Fundação Clóvis Salgado, seguindo todos os protocolos sanitários de prevenção do Coronavírus. Além disso, uma rede de profissionais trabalha nos bastidores para planejar e remarcar eventos e a validação de ingressos, informar ao público sobre ações, produzir e disponibilizar os conteúdos digitais, além de promover aulas on-line. São artistas, técnicos, produtores culturais, professores, jornalistas, designers, profissionais de audiovisual, advogados, administradores, profissionais de TI, entre outras tantas funções, que garantem que a arte e a cultura não parem.
De acordo com Eliane Parreiras, está sendo feito um grande esforço da Instituição, dos produtores e artistas para manter os espetáculos e shows, com o replanejamento da programação de todos os espaços culturais da FCS. “Estamos bastante contentes com a agilidade com a qual conseguimos adequar nossa programação. Com o empenho de vários setores e servidores da FCS, conseguimos reagendar os eventos sem prejuízo para o público e para a cadeia produtiva da cultura”.
Para saber mais sobre a programação, acesse o site da FCS. Além disso, o Comitê de Monitoramento começa a estudar e elaborar os protocolos de biossegurança, para profissionais das artes e público, preparando a FCS para quando houver a retomada das atividades presenciais.
#PALÁCIOEMSUACOMPANHIA – A diversidade cultural do Palácio das Artes encanta o público mineiro há décadas. Agora, no período de reclusão, o propósito é levar cultura para o público, no aconchego de casa. Com esse intuito, estreou no dia 3 de abril o projeto PALÁCIO EM SUA COMPANHIA, um marco definitivo na produção de conteúdo artístico digital da Fundação Clóvis Salgado. “Quando as atividades e os eventos presenciais da FCS voltarem a acontecer normalmente, continuaremos ofertando conteúdos para o projeto Palácio em sua Companhia, como ação estruturada de mediação cultural. Esse é um importante instrumento de democratização do acesso, descentralização de conteúdo, de formação de novos públicos e de interatividade e integração da instituição com a sociedade. Isso ganha ainda outra dimensão quando ofertamos arte exclusivamente criada para esse projeto”, comemora Eliane Parreiras.
Diariamente são publicados, no Instagram e Facebook da FCS, vídeos dos artistas dos três Corpos Artísticos (Orquestra Sinfônica e Coral Lírico de Minas Gerais e Cia. de Dança Palácio das Artes), realizando apresentações, mostrando seus processos criativos e bastidores das produções, além de conteúdo formativo na arte e na cultura, com materiais produzidos pelos professores e alunos do Centro de Formação Artística e Tecnológica – Cefart.
Temas essenciais nas relações humanas, que estão em voga, sobretudo, neste momento de isolamento social, como a importância da empatia e o poder do abraço são interpretados de forma poética pelos artistas, emocionando o público e provocando reflexões.
A programação também compreende transmissões de concertos do Coro e da Orquestra e apresentações da Cia. de Dança e óperas gravadas no Grande Teatro Cemig Palácio das Artes, por meio do Canal da FCS no YouTube. A primeira transmissão é da ópera Nabucco, montagem de 2011, cuja direção musical é de Silvio Viegas e a direção cênica de André Heller-Lopes. O público terá acesso ao conteúdo entre os dias 15 e 22 de maio de 2020.
Outro destaque do Palácio em sua Companhia são as ações on-line do Cine Humberto Mauro, ofertando uma programação e acervos de alto valor nas mídias sociais da FCS, como o tradicional Curta no Almoço, que acontece às sextas-feiras, e a Mostra Grandes Mestres da Comédia, que fica em cartaz até o dia 21 de maio, apresentando 11 filmes dos icônicos Charles Chaplin, Buster Keaton e Harold Lloyd.
Já no campo das artes visuais, há a oferta de conteúdo, debates e divulgação dos programas da FCS. A “Live” realizada em 28 de abril sobre os Prêmios Décio Noviello de Artes Visuais e de Fotografia contou com mais de 300 acessos.
CEFART VIRTUAL E #EDUCATIVO FCS – Desde 13 de abril de 2020, a plataforma CEFART VIRTUAL, que permite a realização de aulas remotas, possibilita a continuidade dos cursos regulares de Teatro, Dança, Música, Artes Visuais e Tecnologia da Cena dos alunos que estão em casa, em segurança.
Os professores e equipes do CEFART desenvolvem conteúdos teóricos e práticos que são transmitidos pelo Ambiente Virtual de Aprendizagem. Por meio da plataforma digital os estudantes têm acesso às aulas, vídeos, fóruns de debate, textos e demais atividades necessárias para aulas remotas em artes.
“É muito importante deixar claro que nada substitui as aulas físicas que retomaremos assim que o isolamento social acabar. Dito isso, gostaria de ressaltar que, durante o processo de criação do Cefart Virtual, o Corpo Docente, a equipe pedagógica e a nossa equipe como um todo agiram de forma rápida, levantando as necessidades do momento atual e mobilizando as equipes, que foram muito proativas. Estamos fazendo um trabalho para entender o universo de cada grupo de alunos e, com isso, encontrar soluções. Ainda há algumas dificuldades operacionais, o que é normal, mas estamos no caminho certo. Até porque esse momento é de virada de chave da humanidade, de mudança de comportamento social. Precisamos olhar para frente, construir o futuro e o mundo acadêmico tem que fazer parte desse desafio”, explica Marta Guerra, diretora do Cefart.
Se por um lado, a pandemia trouxe o distanciamento social, causando uma série de problemas emocionais, também gerou a oportunidade de criação de novos modelos de trabalho e estudo, e acelerou processos que devem permanecer no futuro.
“Do ponto de vista emocional dos alunos, era muito importante não deixá-los à deriva. Era preciso continuar com as atividades que mantêm a rotina de cada um deles. E, pensando na política pública, quando voltarmos a trabalhar presencialmente, poderemos gerar conteúdos para todo o estado, proporcionando uma descentralização e ampliação do acesso à educação e à cultura”, comenta Marta Guerra.
Bete Arenque, professora do Curso Técnico da Escola de Dança do Cefart, é uma entusiasta da aula virtual. As aulas coletivas da professora são transmitidas por vídeo conferência para turmas de até 14 alunos e as aulas individuais são realizadas por vídeo chamada. “Uma minoria não tem em casa o acesso à internet para assistir as transmissões ao vivo das aulas. Aí, eu me reinvento e tento atender ao aluno da forma mais específica, como por exemplo, gravando um vídeo para ele baixá-lo quando estiver em um local com o acesso à internet. É muito gratificante”, comenta Bete, demonstrando o esforço de atendimento individualizado do Cefart.
Rafael Neves, aluno da professora no Curso Técnico de Dança, afirma que a plataforma digital utilizada é boa e simples de acessar. “Existe uma verticalização, onde o professor orienta a matéria para o aluno. Um ponto positivo das aulas remotas é a possibilidade de haver mais horizontalidade, gerando mais diálogo e troca entre aluno e professor. E, com isso, o aluno se engaja mais. No entanto, é importante salientar que isso vai depender da realidade de cada um”, observa Rafael.
A FCS e o CEFART desenvolveram ainda o Educativo On Line, com oferta de conteúdo de formação em artes e cultura para todo o público, em suas mídias sociais. A programação conta com blog cultural, reflexões sobre arte moderna e contemporânea, tutoriais de criação artística e cineminha para o público infantil. O objetivo do projeto é tornar o conteúdo artístico e cultural da FCS acessível a todos os públicos, de todas as origens e idades, independente da sua familiaridade com o mundo da arte.
MÚLTIPLAS AÇÕES – Trabalho sendo feito de casa, medidas para preservar a saúde física e mental das pessoas, reinvenção do fazer artístico e da produção artística, atuação destacada no mundo digital, continuidade da produção cultural para organizar os eventos futuros nos equipamentos culturais, criação de novos modelos de aulas e a manutenção permanente dos espaços físicos. Uma gama imensa e complexa de atividades que uma instituição do tamanho da Fundação Clóvis Salgado realiza para continuar cumprindo sua missão de ser agente de desenvolvimento humano e social, promovendo experiências transformadoras e levando arte, cultura e educação para a sociedade.