Foto: Ópera La Traviata, 2019, Fundação Clóvis Salgado (Créditos Paulo Lacerda).
Programação prioritariamente digital conta com seminário, aulas, palestras mostra de cinema, exposição de artes gráficas e apresentação artística
A Fundação Clóvis Salgado nasceu com vocação voltada para a produção artística, especialmente a ópera. Ao longo dos seus 50 anos, consagrou-se como uma das instituições culturais brasileiras que produz montagens operísticas com excelência. Foram 87 produções encenadas de 55 títulos operísticos desde 1971, ano de inauguração do Palácio das Artes. Além dos corpos artísticos – Orquestra Sinfônica e Coral Lírico de Minas Gerais e Cia de Dança Palácio das Artes, a FCS mantém o Centro Técnico de Produção Raul Belém Machado que faz a guarda, organização e gestão do acervo das produções da Fundação. A produção operística da FCS é grande formadora de público e agrega constantemente novos admiradores. Os títulos apresentados ao longo dos anos foram os mais diversos e, em cada temporada, são promovidos encontros do público com os artistas e profissionais de produção, além de palestras sobre a história da ópera.
Em 2020, período em que se une o começo da celebração dos 50 anos da Fundação Clóvis Salgado aos novos desafios e conquistas no universo digital, a tradição dos encontros com a arte operística toma diferente forma por meio da inédita Temporada de Ópera on-line da Fundação Clóvis Salgado. Planejada para o ambiente digital, a programação inaugura um novo modo de fazer, difundir e refletir sobre a ópera no Brasil e na América Latina, trazendo uma programação de debates, aulas, palestras, mostra de cinema, exposição de artes gráficas e exibição de vídeo inédito dos Corpos Artísticos da FCS.
De acordo com Eliane Parreiras, presidente da Fundação Clóvis Salgado, a ópera é um dos mais completos gêneros artísticos que se consolidou ao longo da história e se mostra ainda uma dinâmica arte contemporânea, movimentando ampla cadeia produtiva especializada e de altíssimo valor cultural, com vibrante criação no Brasil. “Com a impossibilidade de realizar a tradicional temporada de operas da FCS de maneira presencial, elaboramos um programa digital estruturado de valorização e fomento ao setor. A TEMPORADA DE ÓPERA oferecerá uma programação diversa, múltipla, acessível e gratuita. Um marco na história da FCS, que vai reunir especialistas, amantes da ópera e novos públicos para celebrar e impulsionar a ópera no Brasil”, comemora.
Eliane Parreiras ressalta que o projeto foi estruturado de maneira a ampliar a difusão e a divulgação das produções operísticas, bem como refletir e debater sobre a importância da ópera na produção cultural brasileira e suas questões centrais, a discutir a formação especializada e o conhecimento universal sobre a ópera, além da produção contemporânea e da memória das produções da FCS.
A programação acontecerá de outubro a novembro, e será distribuída entre as seguintes atividades:
WEBINAR #ÓPERAHOJE, de 13 a 18 de outubro;
ACADEMIA DE ÓPERA, de 19 outubro a 22 novembro;
ENCONTRO COM A CIA. DE DANÇA, no dia 21 de outubro;
VÍDEO CAVALLERIA RUSTICANA, com ária do Coral Lírico e da Orquestra Sinfônica de Minas Gerais, dia 28 de outubro;
EXPOSIÇÃO ÓPERA EM CARTAZ, de 29 de outubro até 29 de novembro; e
MOSTRA DE FILMES CINEMA E ÓPERA: DIÁLOGOS, de 3 a 22 de novembro.
A arte do agora – Pensando nas discussões urgentes acerca do presente e futuro do mercado operístico no Brasil, a Fundação Clóvis Salgado realiza o Webinar #ÓPERAHOJE. As mesas de discussões tratarão das temáticas: Patrimônio e contemporaneidade; Como compor ópera hoje; Políticas públicas e trabalho em rede; Novas ações, novos públicos, novos teatros; Teatros e orquestras em tempos de pandemia; Academias de ópera e formação; Mulheres na ópera; Diversidade racial na ópera; Como anda o jornalismo cultural?; e Balanço de encerramento.
O Webinar #ÓPERAHOJE tem a curadoria do gestor cultural e jornalista Nelson Rubens Kunze, fundador, diretor e editor da Revista Concerto desde 1995 e do site Concerto desde 2006, e de Flávia Furtado, diretora executiva do Festival Amazonas de Ópera e uma das fundadoras do Fórum Brasileiro de Ópera, Balé e Música de Concerto; dois nomes de reconhecida relevância e contribuição acerca da ópera produzida no Brasil. O evento reunirá os principais profissionais atuantes na produção e estudo do gênero, com representantes de todo o país, abrangendo desde as grandes produtoras até as companhias independentes, dando um mapa da diversidade e das diferentes condições enfrentadas por esses agentes.
Participarão do Webinar #ÓPERAHOJE especialistas como Paulo Abrão Ésper, Diretor Geral e Artístico da Cia. Ópera São Paulo; João Luiz Sampaio, Editor Executivo da Revista Concerto; Roberto Minczuk, maestro titular da Orquestra Sinfônica Municipal de São Paulo; Wendel Kettle, Doutor em Regência Sinfônica e Operística; Fabiana Vasconcelos Barbosa, criadora do grupo Pequeno Teatro do Mundo, que apresenta espetáculos de marionetes baseados em obras famosas do repertório operístico; João Guilherme Ripper, compositor e maestro brasileiro; Henrique Passini, diretor cênico especializado em produções operísticas; Gisele Ganade, Diretora Artística da Cia. Minaz e do Teatro Minaz; Edna d’Oliveira, cantora soprano; dentre diversos outros nomes.
Academia da Ópera – A Academia da Ópera oferece atividades variadas com o objetivo de fomentar uma grande troca de conhecimentos e experiências entre os profissionais da ópera no Brasil – e destes com todo o público. O curso é destinado para cantores líricos, e possui seis módulos, com carga horária total de 56 horas/aula. Serão oferecidas 12 vagas para cantores líricos realizarem o curso completo e mais 10 vagas para cantores que participarão apenas como ouvintes do curso, sem a interação direta com os professores. Essa atividade será ofertada mediante inscrição prévia, que poderá ser feita pelo site da FCS do dia 1º de outubro até o dia 8 de outubro de 2020.
A academia da ópera possui curadoria de Gabriel Rhein-Schirato, coordenador do Opera Studio do Theatro Municipal de São Paulo, e que, entre 2011 e 2014, atuou como Maestro Assistente da Orquestra Sinfônica de Minas Gerais. Como assistente de curadoria, André Brant, atual Maestro Assistente da OSMG e do Centro de Formação Artística e Tecnológica – Cefart, escola que faz parte do complexo cultural Palácio das Artes. A seleção dos participantes do curso será feita por Rhein-Schirato e Brant, por meio da análise de curriculum e material em vídeo enviado pelos inscritos.
Os eventos serão abertos para todo o público, e contarão com mesas comemorativas dos 50 anos da Fundação Clóvis Salgado; palestras sobre História da Ópera; série “Bem-vindo à Ópera”, com curiosidades e informações sobre o gênero; e conversas com grandes personagens da cena lírica brasileira. As inscrições paras as atividades serão disponibilizadas no site da Fundação Clóvis Salgado.
A programação completa do Webinar #ÓPERAHOJE e da Academia da Ópera se encontram ao final do release.
Corpos artísticos da FCS – Os integrantes da Cia. de Dança Palácio das Artes se reunirão de forma remota em um Encontro com a Cia., evento já tradicional que, neste cenário de pandemia, foi adaptado para o universo on-line. Na oportunidade, serão discutidas as participações, as contribuições e os desafios dos bailarinos e criadores da dança dentro da produção operística. O Encontro acontecerá no dia 21 de outubro.
A Temporada de Ópera on-line também conta com a participação do Coral Lírico e da Orquestra Sinfônica de Minas Gerais, interpretando Ineggiamo, momento mais emblemático da ópera Cavalleria Rusticana, de Pietro Mascagni. A ária narra uma história que se passa em um domingo de Páscoa, quando toda a cidade se reúne em oração na igreja, menos Santuzza que, excomungada, reza do lado de fora. A solista convidada para viver esse papel de Santuzza é Andreia de Paula, integrante do Coral Lírico. O vídeo contará ainda com a participação especial do maestro argentino Hernán Sanchéz, e vai ao ar pelas redes sociais da FCS no dia 28 de outubro de 2020.
Novos olhares ao palco – Uma produção operística é sinônimo de múltiplas linguagens: da expressão vocal dos solistas à montagem da identidade visual do espetáculo. Pensando na versatilidade e riqueza de todas essas expressões, a Fundação Clóvis Salgado traz à temporada virtual duas formas de se apreender e admirar a ópera: por meio do cinema e das artes gráficas.
Cada produção operística idealizada pela Fundação Clóvis Salgado possui uma identidade visual criada especialmente para a temporada em questão e revela muito da produção artística do momento. A exposição Ópera em Cartaz reunirá cartazes e libretos emblemáticos produzidos pela instituição desde a década de 1970. A curadoria da mostra é de Uiara Azevedo, Gerente de Artes Visuais da FCS. O acesso à versão digital da mostra estará disponível no site da instituição a partir do dia 29 de outubro, e a exposição presencial, que ocupará a PQNA Galeria Pedro Moraleida, no Palácio das Artes, será realizada também a partir dessa data, caso as autoridades sanitárias liberem a visitação às galerias, museus e atividades afins.
Já a mostra cinematográfica on-line Cinema e Ópera: Diálogos, com início programado para a primeira semana de novembro, tem curadoria do jornalista e crítico musical João Luiz Sampaio, editor executivo da Revista Concerto, colaborador do jornal O Estado de S. Paulo e organizador da coletânea “Ópera à Brasileira”, obra que reúne artigos de especialistas sobre a presença do gênero em território nacional, suas transformações, funções e diferenciais. Quatro sessões da mostra de cinema serão comentadas pelo próprio curador logo após as exibições dos filmes.
50 anos de tradição operística – La Traviata, último título apresentado pela Fundação Clóvis Salgado, em outubro de 2019, foi recorde de público e rendeu récitas com ocupação máxima do Grande Teatro Cemig Palácio das Artes. A ópera de Guiseppe Verdi foi também a primeira apresentada no Palácio das Artes, em 1971. Desde então, megaproduções fizeram história na FCS, como Turandot e Madame Butterfly, de Giacomo Puccini; Aida, Nabucco, Baile de Máscaras e Rigoletto, de Giuseppe Verdi; O Barbeiro de Sevilha, de Giacomo Rossini; Carmen, de Georges Bizet; Norma, de Vicenzo Bellini; Porgy and Bess, de George Gershwin; O Holandês Errante, de Richard Wagner; e inúmeras outras. Dentre os títulos de compositores nacionais, se destacam O Escravo e O Guarani, de Carlos Gomes; Fogueira do Divino, de Fernando Brant e Tavinho Moura; Sertão-Sertões, de Rufo Herrera; e A Menina das Nuvens, de Heitor Villa-Lobos.
As equipes de criação e elenco foram compostas por profissionais brasileiros e da América Latina. As montagens contaram com a direção de importantes nomes do cenário operístico, como Jorge Takla, Pablo Maritano, Fernando Bicudo e Carla Camurati, entre outros. Grandes nomes da música erudita mundial também já passaram pelos palcos do Palácio das Artes: Eliane Coelho, Jaquelina Livieri, Fernando Portari, Carla Cotini, Santiago Martínez, Homero Velho, Hernan Iturralde, Tati Helene, Luiz-Ottavio Faria, Marly Montoni, Eiko Senda e diversos cantores ilustres da cena.
Esse evento é realizado pela SECRETARIA ESPECIAL DA CULTURA / MINISTÉRIO DO TURISMO, através da LEI FEDERAL DE INCENTIVO À CULTURA, pelo GOVERNO DE MINAS GERAIS / SECRETARIA DE ESTADO DE CULTURA E TURISMO DE MINAS GERAIS, FUNDAÇÃO CLÓVIS SALGADO e INSTITUTO UNIMED. E tem a APPA ARTE E CULTURA como co-realizadora. Conta ainda com a Cemig e Unimed, como patrocinadores Master do projeto e Vivo, Usiminas, Instituto Usiminas como patrocinadores.
#PALÁCIOEMSUACOMPANHIA – A diversidade cultural do Palácio das Artes encanta o público mineiro há décadas. Agora, no período de isolamento social, o propósito é levar cultura a cada um, no aconchego de casa! Desde o dia 3 de abril, a Fundação Clóvis Salgado realiza o projeto PALÁCIO EM SUA COMPANHIA, que disponibiliza ao público a arte dos Corpos Artísticos (Orquestra Sinfônica de Minas Gerais, Coral Lírico de Minas Gerais e Cia. de Dança Palácio das Artes), dos alunos e professores do Cefart, das Artes Visuais e do Cinema, por meio do Facebook, Instagram e YouTube.
Orquestra Sinfônica de Minas Gerais – Considerada uma das mais ativas do país, a Orquestra Sinfônica de Minas Gerais cumpre o papel de difusora da música erudita, diversificando sua atuação em óperas, balés, concertos e apresentações ao ar livre, na capital e no interior de Minas Gerais. Criada em 1976, foi declarada Patrimônio Histórico e Cultural do Estado de Minas Gerais em 2013. Participa da política de difusão da música sinfônica promovida pelo Governo de Minas Gerais, por meio da Fundação Clóvis Salgado, a partir da realização dos projetos Concertos no Parque, Concertos Comentados, Sinfônica ao Meio-dia, Sinfônica em Concerto, além de integrar as temporadas de óperas realizadas pela FCS. Mantém permanente aprimoramento da sua performance executando repertório que abrange todos os períodos da música sinfônica, além de grandes sucessos da música popular. Seu atual regente titular é Silvio Viegas.
Coral Lírico de Minas Gerais – O Coral Lírico de Minas Gerais é um dos raros grupos corais que possui programação artística permanente e interpreta repertório diversificado, incluindo motetos, óperas, oratórios e concertos sinfônico-corais. Participa da política de difusão do canto lírico promovida pelo Governo de Minas Gerais, por meio da Fundação Clóvis Salgado (FCS), a partir da realização dos projetos Concertos no Parque, Lírico Sacro, Sarau ao Meio-dia e Lírico em Concerto, além de concertos em cidades do interior de Minas e capitais brasileiras, com entrada gratuita ou preços populares. Participa também das temporadas de óperas realizadas pela FCS. Já estiveram à frente do Coral os maestros Luiz Aguiar, Marcos Thadeu, Carlos Alberto Pinto Fonseca, Ângela Pinto Coelho, Eliane Fajioli, Sílvio Viegas, Charles Roussin, Afrânio Lacerda, Márcio Miranda Pontes, Lincoln Andrade e Lara Tanaka. Criado em 1979, o Coral Lírico de Minas Gerais tornou-se Patrimônio do Estado em 2018 e comemorou quarenta anos em 2019.
Cia. de Dança Palácio das Artes – Corpo artístico da Fundação Clóvis Salgado – é reconhecida como uma das mais importantes companhias do Brasil e é uma das referências na história da dança em Minas Gerais. Foi o primeiro grupo a ser institucionalizado, durante o governo de Israel Pinheiro, em 1971, com a incorporação dos integrantes do Ballet de Minas Gerais e da Escola de Dança, ambos dirigidos por Carlos Leite – que profissionalizou e projetou a Companhia nacionalmente. O Grupo desenvolve hoje um repertório próprio de dança contemporânea e se integra aos outros corpos artísticos da Fundação – Orquestra Sinfônica de Minas Gerais e Coral Lírico de Minas Gerais – em produções operísticas e espetáculos cênico-musicais realizados pela Instituição ou em parceria com artistas brasileiros. A Companhia tem a pesquisa, a investigação, a diversidade de intérpretes, a cocriação dos bailarinos e a transdisciplinaridade como pilares de sua produção artística. Seus espetáculos estimulam o pensamento crítico e reflexivo em torno das questões contemporâneas, caracterizando-se pelo diálogo entre a tradição e a inovação.