De acordo com pesquisa da Fecomércio MG, 56,4% dos empresários mineiros esperaram resultados melhores em relação ao último ano
A duas semanas do Natal, o comércio varejista de Minas Gerais está otimista para as vendas no período, considerado o mais importante para o setor. Segundo uma pesquisa do Núcleo de Inteligência e Pesquisa, da Fecomércio MG, 56,4% das empresas esperam por vendas melhores neste ano em relação a 2021. Apesar de otimistas, neste ano, o percentual de empresas que aguardam patamares mais elevados nas vendas é inferior ao último levantamento, quando 69,6% acreditavam em vendas maiores, em 2021.
Um estudo da Confederação Nacional do Comércio estima que, no Brasil, o período natalino deve movimentar R$ 65,01 bilhões em vendas, refletindo um aumento de 1,2% no faturamento, descontada a inflação. Minas Gerais deve ser o segundo estado com maior impacto, movimentando R$ 5,59 bilhões.
O economista-chefe da Fecomércio MG, Guilherme Almeida, destaca que o Natal impacta 77,7% das empresas varejistas do estado, sendo um bom momento para o setor: “Tradicionalmente, o Natal é a data mais relevante para o comércio, que redobra suas apostas em diversas estratégias para atrair o consumidor e concretizar vendas. Neste ano, temos um cenário mais favorável em termos emprego e renda, frente a 2021, porém, o momento ainda exige cautela e planejamento por parte das famílias e dos empresários”. Almeida pondera que, apesar do otimismo, o alto patamar de endividamento e inadimplência podem ser obstáculos às vendas. Ressalta também que a taxa de juros elevada acaba por encarecer o crédito, tornando-o mais restrito e, consequentemente, limitando a compra de bens de maior valor agregado.
Melhoria das vendas
De acordo com a pesquisa da Fecomércio MG, entre os motivos apontados para a melhora nas vendas do período estão: o valor afetivo da data (44,4%); expectativa/confiança (19,7%); aquecimento do comércio (13,5%); abrandamento da pandemia (10,3%); e o pagamento do 13º salário (9,0%). Para atrair os consumidores e efetivar as vendas, 53,2% dos empresários devem investir em promoções e liquidações; 51,3% em propaganda/divulgação; e 17,6% em mais variedade no mix de produtos e serviços.
Em relação aos segmentos econômicos, apesar de impactar todas as atividades, os principais beneficiados pelo Natal serão: varejo de vestuário e calçados (94,7%); livrarias e papelarias (90,0%); varejo alimentício (80,3%) e móveis e eletrodomésticos (75%).
Neste ano, 77,6% dos empresários acreditam que os consumidores comecem a realizar as compras na véspera do Natal, a partir da segunda quinzena de dezembro. Porém, o gasto médio não deve ultrapassar o valor de R$ 200,00 para 62,3% dos entrevistados. “Esse comportamento reflete o comprometimento da renda familiar com compromissos financeiros já contratados. O alto endividamento faz com que a renda disponível ao consumo seja menor, sendo necessária uma atenção do consumidor em relação ao seu planejamento, e do empresário em relação às ações para atraí-lo ao seu negócio”, explica Almeida.
Formas de pagamento
Entre as formas de pagamento mais esperadas pelos empresários estão as compras feitas com cartão de crédito parcelado (32,9%) e cartão de crédito em única parcela (24,9%). Além dessa modalidade, também se destacam pagamentos em crediário ou carnês (6,7%); Pix (5,4%); à vista no dinheiro (4,8%); e à vista no cartão de débito (4,2%).