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Está chegando o Verão!

Verão


Marcelo Henrique

m.henrique@uol.com.br

 

Hoje, mais precisamente às 18:48, inicia-se a estação mais quente do ano no Hemisfério Sul. Segundo a Astronomia, o dia que marca o Solstício de Verão (21/12) é o mais longo de 2022. Em outras palavras, é o dia do ano em que o Sol atinge seu ponto mais alto, passando a maior parte do tempo acima do horizonte. Um verdadeiro abre-alas para este tempo que, no Brasil, é muito mais do que um período cronológico. Marca o início de uma verdadeira era de renovações, intenções e, sobretudo, um grande incremento na Economia.

Mais do que revolucionar a estrutura do comércio e o setor de turismo, o verão promove uma profunda cadeia de ações e reações que se inicia dentro das pessoas. A busca pelo corpo perfeito (ou a proximidade dele) faz lotarem as academias de ginástica, as clínicas de estética, os consultórios médicos e todos os outros locais onde a beleza é o produto final. Em nome do melhor clique, o belo passou a ser comercializado como se fosse algo objetivamente estabelecido por um conjunto de traços, medidas e, com certeza, procedimentos.

As famosas práticas de harmonização do corpo estão conduzindo a uma massificação física das pessoas, sempre em busca de um padrão vendido como ideal. Assim como a indústria da moda determinou as etiquetas que seus seguidores devem usar, a beleza adentrou à Medicina, com o Homem se arvorando a ser Deus e, literalmente, passando a esculpir seres humanos. Com isso, as pessoas vão – em nome da vaidade – abrindo mão de suas identidades. E, assim, todos vão se tornando cada vez mais iguais.

E nestes tempos de consumismo crescente e exposição diuturna, até mesmo a beleza passou a ser mercantilizada. Antes um dom inato, alvo do desejo daqueles que não foram abastados pelo privilégio do nascimento apolíneo, tornou-se, hoje, mais um produto na prateleira das elites. Um investimento financeiro passou a ser o passaporte para atingir a tão almejada e utópica beleza, tornando-se mais um item acessível para poucos. Aos mais pobres, a aparência física natural, que por muitos anos vem ajudando a abrir portas, está dando lugar a esse modelo de rostos e corpo comercialmente belo, ainda que carregue a implacável semelhança inerente a qualquer massificação.

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