Estudo utilizará microscópio de alta tecnologia e biópsia líquida no tratamento e monitoramento dos pacientes; ao todo, são necessários 96 voluntários com diagnóstico de glioblastoma multiforme
A Santa Casa BH está em busca de 96 voluntários para uma pesquisa inédita no Brasil que tem como objetivo levar aos pacientes do SUS uma nova opção de tratamento para os casos novos de glioblastoma multiforme, um tipo agressivo de tumor cerebral. O estudo é conduzido pelo Departamento de Neurocirurgia da instituição e pelo Laboratório de Biologia Molecular e Biomarcadores da Faculdade Santa Casa BH, com o apoio do Ministério da Saúde, no âmbito do PRONON (Programa Nacional de Apoio à Atenção Oncológica) e da Prefeitura de Belo Horizonte (Secretaria Municipal de Saúde).
A pesquisa conta com duas frentes: a primeira irá utilizar um microscópio de alta tecnologia que detecta fluorescência para visualizar o tumor, o que permite uma remoção mais assertiva; a segunda é focada na parte molecular e consiste na detecção precoce da recidiva do tumor (ou seja, o retorno do glioblastoma multiforme), por meio do método de biópsia líquida.
Um dos coordenadores do estudo, o neurocirurgião da Santa Casa BH, Dr. Marcos Dellaretti, explica como funciona o microscópio Pentero 800. “Na cirurgia de retirada do glioblastoma dos pacientes voluntários, aplicamos a fluoresceína no momento da indução anestésica e isso gera o mesmo efeito de contraste dos exames de ressonância magnética. O tumor fica amarelo, enquanto o cérebro é branco. Dessa forma, conseguimos distinguir as áreas normais das regiões afetadas, podendo assim aumentar a extensão da remoção”, esclarece.
De acordo com o médico, essa é uma técnica segura e fácil de ser aplicada, provando ser uma ferramenta importante para a Neurocirurgia, em procedimentos intracranianos. Além disso, diversos estudos já indicam que o uso de agentes fluorescentes permite melhores índices de retirada tumoral, especialmente os malignos.
Biópsia líquida
Na outra ponta da pesquisa da Santa Casa BH, a biópsia líquida visa monitorar a recidiva tumoral nos pacientes operados. Com essa técnica molecular, é possível identificar o seu reaparecimento antes mesmo que ele seja detectável nos exames de imagem.
As coordenadoras dessa frente da pesquisa são a docente e pesquisadora Dra. Cristina Moraes Junta, bióloga molecular e geneticista, e a docente e pesquisadora Dra. Renata Simões, biomédica e patologista molecular. Dra. Cristina pontua que “a biópsia líquida é um exame com baixa invasibilidade, já que depende somente da coleta do sangue do paciente. O exame detecta alterações no DNA tumoral circulante presente no plasma sanguíneo, devido ao desprendimento dessas moléculas do tumor sólido”, diz.
Já a Dra. Renata completa que, “com a detecção precoce da volta da atividade tumoral proporcionada pela biópsia líquida, que é um método com maior sensibilidade, é possível, por exemplo, adequar a conduta terapêutica do oncologista”, finaliza.
Perfil dos pacientes voluntários
Para a realização da pesquisa, a Santa Casa BH precisa de 96 voluntários com mais de 18 anos, que tenham o diagnóstico de glioblastoma multiforme e indicação da retirada do tumor. Todos os voluntários serão avaliados pela equipe da pesquisa.
Os interessados em participar devem entrar em contato pelo WhatsApp (31) 99581-6309.