ESPETÁCULO COLOCA EM CENA SYLVIA PLATH PARA PENSAR DE MODO POÉTICO SOBRE OS ESPAÇOS SOCIAIS DA MULHER



Depois de viver a jornalista Mira da série “Assédio”, a atriz Elisa Volpatto traz ao Rio seu elogiado espetáculo solo ‘PULSO’, uma criação do coletivo paulista VULCÃO [criação e pesquisa cênica]

PULSO – a partir da vida e da obra de Sylvia Plath’, depois de temporadas em São Paulo e Porto Alegre chega ao Rio de Janeiro, em curta temporada no Teatro Poeira, a partir do dia 08 de janeiro de 2019. Sylvia Plath teve uma curta vida, entre os anos de 1930 e 1960. Embora tenha escrito bastante, em vida quase não encontrou espaços de divulgação de seus trabalhos, tornando-se sua obra conhecida principalmente depois de sua morte. Será que isso se deveu à sua condição de mulher, esposa e mãe? Será que nos dias de hoje as coisas são diferentes? Questões como essas permeiam a obra PULSO, do VULCÃO [criação e pesquisa cênica], solo dirigido por Vanessa Bruno, com a atriz Elisa Volpatto – que pode ser vista na série ‘Assédio’ como a jornalista Mira –, que após quatro temporadas em São Paulo e uma em Porto Alegre estreia no Rio de Janeiro. A temporada carioca será de 08 a 30 de janeiro, no Teatro Poeira, terças e quartas, às 21h.

‘Pulso’ é uma criação teatral a partir da vida e obra do ícone da Poesia Confessional norte-americana, Sylvia Plath (1932-1963), construído das indagações da diretora à atriz, que respondeu cenicamente em uma criação dramatúrgica processual. Entres as referências para a criação dramatúrgica estão materiais como as biografias ‘A Mulher Calada’, de Janet Malcolm, e ‘Ísis Americana – A vida e a arte de Sylvia Plath’, de Carl Rollyson; ‘Os Diários de Sylvia Plath’, organizado por Karen V. Kukil; e também o mais importante livro de poemas de Sylvia, ‘Ariel’.

Inspirado na poética particular da autora, o solo explora ora fragmentos biográficos, ora as potências que sua obra desdobra. Está em foco uma mulher no desafio cotidiano de ser entregue ao exercício de sua arte ao mesmo tempo em que se vê dividida entre ser mãe, dona de casa e ter que administrar os fracassos nas recusas de publicação que recebia.

Para a diretora Vanessa Bruno, a montagem não se pretende linear, mas, fragmentada, com lógica própria. “A linguagem cênica contemporânea articula-se com literatura de Plath para criar um trabalho intimista que quer provocar as questões do lugar social da mulher” conta ela que está desde 2004 envolvida com o CPT, de Antunes Filho. Já Elisa explica que o espetáculo busca questionar, por meio do material criado, o próprio papel da artista mulher atualmente.

“Sylvia Plath nos surge, de certo modo, como uma fera na jaula. Uma jaula que é seu próprio compromisso familiar de um lado e de outro, os compromissos que ela tem para com a literatura. É como se participássemos de um fluxo de consciência da personagem: não há narrativa propriamente dita, justamente porque as coisas vão acontecendo umas como desdobramento das outras, com as incessantes trocas de climas e de emoção por que passa a personagem.”, escreveu o crítico Antônio Hohleldt do Jornal do Comércio, durante temporada em Porto Alegre.

Sobre a atriz e a diretora

 

Elisa Volpatto, atriz gaúcha (32), formada em Artes Cênicas pela (UFRGS).

Já teve participação em vários curtas-metragens, dentre eles “Um Animal Menor”, com direção de Marcos Contreras e Pedro Harres, pelo qual recebeu o Kikito de Melhor Atriz no Festival de Cinema de Gramado.

Em 2010 protagonizou a série ‘Mulher de Fases’ do canal HBO, produzida pela Casa de Cinema de Porto Alegre. Por sua atuação nesta série recebeu o prêmio APCA de Atriz Revelação em 2011.

Reside em São Paulo desde 2010, onde fez parte da Cia Club Noir, atuando nas peças “Depressões” e “Bruxas”, ambas sob a direção de Juliana Galdino.

No início de 2012 realizou um treinamento de “Method Acting”, no The Lee Strasberg Theater and Film Institute, em Nova York.

Já participou de diversas séries de TV a cabo como “Surtadas na Yoga” (GNT), “Latitudes” (TNT), “Lili a ex” (GNT) e “Prata da Casa” (FOX).

Em 2014 interpretou a neta de Fernanda Montenegro na série “Doce de Mãe”, da Rede Globo, sob a direção de Jorge Furtado.

Em 2016, já com o VULCÃO [criação e pesquisa cênica] estreou o espetáculo solo “Pulso”, inspirado na vida e da obra da poetisa norte-americana dos anos 50, Sylvia Plath, dirigido por Vanessa Bruno.

Acaba de gravar seu segundo trabalho na Rede Globo, a série “Assédio”, dirigida por Amora Mautner, disponível no Globoplay.

Vanessa Bruno, que assina a direção de PULSO, é mestre em Artes Cênicas pela USP e desde 2004 colabora no Centro de Pesquisa Teatral – CPT, dirigido por Antunes Filho, tendo trabalhado como atriz em A Pedra do Reino e Prét-à-porter 9, e atualmente atua na condução das aulas no CPTzinho. A artista desde 2010 vem pesquisando procedimentos de transposição da literatura para a cena, inicialmente a partir da obra de Clarice Lispector, o que resultou em seu trabalho de mestrado. A pesquisa ampliou-se para processos com outras autoras, como Sylvia Plath e Marguerite Duras.

O deslocamento da literatura para a cena tem sido a maior fonte de investigação do Vulcão [criação e pesquisa cênica]. Além de PULSO, compõem no repertório “A Dor – a partir da obra de Marguerite Duras” e o solo que completa a trilogia “Águas do Mundo – a partir da obra de Clarice Lispector”. O Vulcão também projeta um novo trabalho a partir da obra de Virginia Woolf: “Orlandx”. A pesquisa estética do coletivo está aliada à investigação do Espaço Social da Mulher e quer verticalizar o debate público sobre os paradigmas sociais de gênero.

 

Sobre o VULCÃO [criação e pesquisa cênica]

Surgido da união de artistas autônomos com desejo comum de concretizar suas pesquisas artísticas e criações autorais, o VULCÃO [criação e pesquisa cênica] tem desenvolvido projetos de investigação teatral a partir do deslocamento da LITERATURA para a CENA. Debruçando-se sobre o tema ESPAÇO SOCIAL DA MULHER, o coletivo já realizou criações a partir da obra de três grandes autoras do século XX – Clarice Lispector, Sylvia Plath e Marguerite Duras.

Formado por Elisa Volpatto, Livia Vilela, Paulo Salvetti, Rita Grillo e Vanessa Bruno, o VULCÃO deseja aproximar diferentes linguagens, unir dança ao teatro, literatura e vídeo e vê como motor catalisador – principal e determinante – o trabalho do intérprete. Os propositores do VULCÃO acreditam e estabelecem relação democrática entre si por princípio. Saúdam a singularidade de cada um e expõem seus projetos à interlocução sem imposição temática, estética ou hierárquica com o objetivo de colocar para fora o que lhes ferve por dentro.

 

SERVIÇO
PULSO – a partir da vida e da obra de Sylvia Plath

Temporada: de 08 a 30 de janeiro de 2019

Local: Teatro Poeira (Rua São João Batista, 104 – Botafogo)

Horário: terças e quartas, às 21h

Ingresso: R$ 50,00 e R$ 25,00 (meia)

Telefone: 21 2537-8053

Bilheteria: terça a sábado, das 15h às 21h | domingo, das 15h às 19h

Duração: 50 minutos

Classificação Indicativa: 14 anos

Capacidade: 130 lugares

Gênero: drama

Vendas antecipadas: www.tudus.com.br

Sinopse: Solo inspirado na vida e na obra do ícone da poesia confessional norte-americana dos anos 50, Sylvia Plath. A peça escolhe como situação cênica o último dia de vida da poetisa para revelar, em tom confessional – característica determinante da literatura da autora – memórias e devaneios de alguns dos momentos de sua vida.

 

FICHA TÉCNICA

Proposição e Interpretação – Elisa Volpatto

Direção – Vanessa Bruno

Assistência de Direção e Preparação Corporal – Livia Vilela

Iluminação – Maurício Shirakawa

Trilha Sonora – Edson Secco

Laboratório de Criação de Figurino – Carolina Sudati

Visagismo – Britney Federline

Identidade Visual – Cezar Siqueira

Produção – Paulo Salvetti

Assessoria de Imprensa – Daniella Cavalcanti

Apoio – Casa das Caldeiras

Realização – VULCÃO [criação e pesquisa cênica]

www.vulcao.art.br

https://www.facebook.com/vulcaocriacao/

https://www.facebook.com/pulsoplath/

https://www.instagram.com/vulcao.art/?hl=pt

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