Nelore e Gir Leiteiro alavancam exportações da CRV para a América Latina



Paraguai e Colômbia são os maiores mercados. Países da África estão na mira da empresa 

A demanda pelas raças Nelore e Gir Leiteiro estão por trás do explosivo crescimento de 78% nas exportações de sêmen bovino da CRV na América Latina, que entre agosto de 2020 e setembro de 2021 somaram 140 mil doses. No gado de corte, a demanda pelo Nelore cresceu 144% no período, somando 41.000 doses (ou 29% das exportações da CRV), indicando que o Brasil já se tornou uma referência mundial nessa raça. No gado de leite, os pedidos por sêmen de Gir Leiteiro cresceram 80%, alcançando 50.500 doses, o que representa 35% das exportações da empresa no período. “O sucesso dessas raças no Brasil está estimulando produtores da América Latina”, explica Murilo Rosa, supervisor de Comércio Exterior da CRV.

De origem holandesa e sediada no Brasil nas cidades de Ribeirão Preto e Botucatu (SP), a CRV Brasil tem como mercado natural seus vizinhos da América Latina. O Paraguai é o maior destino, seguido pela Colômbia, Costa Rica, Equador e Guatemala, países tropicais como o Brasil. Já houve exportações para a Índia e mercados da África como Senegal e Egito, por exemplo, já começaram a ser explorados. O clima quente e úmido, variando regiões de baixa e alta altitude, exigem raças rústicas e boa adaptação à temperatura.

Antônio Garcia, gerente de produto Leite Zebu da CRV, explica, por exemplo, que a raça Gir Leiteiro é zebuína e veio da Índia, que tem um clima parecido com o do Brasil. “É a raça base para formação da raça Girolando, 80% do leite produzido hoje no Brasil é produzido pela raça Girolando. A raça Gir leiteiro tem uma rusticidade muito grande aos climas tropicais além de ser uma raça muito longeva”, exemplifica ele. “Possui também aprumo, cascos muito fortes, que aguentam a umidade, por isso a raça faz sucesso nesses mercados.”

O crescimento nas exportações da CRV aconteceu em plena pandemia, que impunha questões logísticas como fronteiras fechadas e rotas de exportação bloqueadas. “Tivemos de encontrar alternativas”, explica Murilo Rosa. “Junto com nossos agentes de carga, pesquisamos quais aeroportos e fronteiras poderíamos utilizar, estudando os protocolos sanitários disponíveis”, conta ele, citando o caso de doses que foram enviadas para Frankfurt, na Alemanha, antes de desembarcarem na Costa Rica.

Desde 2019, a CRV vem investindo na otimização de sua área logística, que acaba de ser concentrada em Botucatu, onde funciona a Central Bela Vista, empresa do grupo responsável pela coleta e envase do sêmen. Junto com novos processos, a CRV conseguiu diminuir o chamado “lead time” (o tempo em que a dose demora para ir do pedido até chegar ao cliente). “Já fizemos entregas com 26 dias, um recorde”, diz Murilo. “Isso gera confiança no cliente que volta para comprar mais”, diz ele.

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