Dados do IBGE, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, mostram que os homens são maioria no setor de telecomunicações no Brasil. Apenas 20% dos profissionais de Telecom são mulheres no país. O dado fica ainda mais preocupante quando o recorte vai para o ramo da TI, a Tecnologia da Informação revela que a porcentagem de mulheres nesta área fica em 7% no país. Apesar disso, a realidade nacional é maior que a média dos países da América Latina, onde apenas 6% das mulheres trabalham com o ramo tecnológico.
A fundadora da Uaauge, agência especializada em marketing para empresas de telecomunicações, Camila Nogueira, lida constantemente com esta realidade e explica as dificuldades. “Nós, mulheres, que ocupamos espaço no mercado de telecom, enfrentamos vários desafios diariamente. Esse problema tem como causa o machismo e o apagamento histórico de grandes tecnólogas do setor, como a Mary Jackson e a Hedy Lamarr. Entre as consequências disso, estão os episódios de assédio a que somos expostas, a falta de reconhecimento e a disparidade salarial”, explica.
Camila Nogueira ainda lembra o preconceito e o surgimento da síndrome da impostora. “Nesse espaço onde a maioria predominante é masculina, quando uma mulher alcança determinados objetivos, os méritos são desmerecidos.” As pessoas tendem a dizer que conseguiram o resultado devido a sorte. Quando a realidade é que as mulheres são totalmente capazes e merecedoras”, completa.
Apesar do dado do IBGE, o Caged, o Cadastro Geral de Empregados e Desempregados, mostrou que entre 2015 e 2022, a ocupação de mulheres em cargos de tecnologia aumentou em 60%. Para que ainda mais mulheres estejam nesse setor, Camila Nogueira pede a criação de políticas de incentivo e valorização feminina. “As empresas e os legisladores precisam de se preocupar com isso. Portas para as mulheres precisam ser abertas”, finaliza.
