É na atmosfera desequilibrante das redes sociais e do meio artístico que o curta “A VOZ”, dirigido por Jessika Goulart e interpretado pela atriz Beatriz Bresolin, conquistou lugar no catálogo do streaming da Box Brazil Play. A plataforma é voltada exclusivamente para produções nacionais e tem parceria com a Claro TV+.
O curta se passa no espaço-tempo de uma sessão de fotos e Beatriz faz as únicas duas personagens em contracena. Uma é Sophia, atriz, e a outra Lux, uma voz que a orienta durante a atualização de material.
Ao longo da condução, Lux alterna sua direção entre o encorajamento e o assédio, colocando Sophia em cheque com sua essência.
PRODUÇÃO INDEPENDENTE, UMA DIRETORA OBJETIVA, UMA EQUIPE AFINADA E UMA DIÁRIA APENAS
No set somente quem precisava estar, concentração e o olhar prático da diretora. Foi assim que Jessika Goulart extraiu o melhor da atriz, integrando as pinceladas de Audrei Andrade, preparador de Beatriz desde a pandemia, quando ela o procurou para manter os estudos. A receita rendeu à Beatriz Bresolin o prêmio de Melhor Atriz no IV Festival de Cinema Fantasnóia, de Novo Hamburgo. O roteiro, de Samuel Bovo, contou com sugestões da atriz, que trouxe falas ouvidas em sua carreira e sensíveis ao universo de atores e das novas gerações, sugestionáveis ao que as redes sociais ditam como relevante.
A escolha de Lux e Sophia serem interpretadas pela mesma atriz foi de Jessika Goulart, que defende “Eu queria que a Bia fizesse tanto a atriz em cena quanto a voz da Lux porque não somente algumas exigências do meio artístico e das redes nos desequilibram, como também nossas sombras internas potencializam o efeito tóxico. Essa voz é de fora, de dentro, de todo lugar.” pontua.
Algumas horas de estúdio foram suficientes para o diretor de fotografia João Carlos Rocha, cujo olhar criativo e impressionante domínio das câmeras fizeram do trabalho da diretora ainda mais assertivo.
“A Voz” foi montado por Gabriel Durán, que integrou a equipe de filmes premiados como “Proibido proibir”, dirigido por Jorge Durán e em cujo elenco estão Caio Blat, Maria Flor e Alexandre Rodrigues.
PERSONAGENS FORTES E O SISTEMA
Não foi a primeira vez que Beatriz Bresolin interpretou figuras combativas, em conflito direto com o sistema ou que convidam a um olhar crítico sobre o status quo. Apesar de ter um bom pé no humor, gostando de criar personagens satíricos para as redes, a atriz interpretou dramas de mulheres fortes, à frente do tempo, como a poetisa Florbela Espanca e a provocadora Blanche Dubois. Por Blanche, foi premiada como Melhor Atriz Protagonista do Festival Grandes Autores, da NST, em 2016, Instituto que cursou Teatro assim que chegou ao Rio. Anteriormente, em montagem acadêmica de “A Ópera do Malandro”, quando ainda morava em Brasília, pegou o papel de Lúcia, arrancando risadas e lágrimas da plateia. Na Cia Duplô fez Flor e Florence, personagens do espetáculo sensorial DeFlora-Te, uma “Casa de Ilusões” em cujos misteriosos salões o profano e o sagrado se duelam. Em videoclipes, Beatriz fez uma participação no clipe Tanta Gente, de Ana Vilela, e foi par romântico da cantora Carol Faria, no clipe Tanto, transmitido no canal BIS e Music Box Brasil. Além da veia teatral, a atriz segue estudando dublagem, cinema e televisão no Rio de Janeiro.
FICHA TÉCNICA:
Elenco: Beatriz Bresolin
Direção: Jessika Goulart
Roteiro: Samuca Bovo
Direção de Fotografia: João Carlos Rocha
Direção de Arte: Débora Cancio
Figurino: Débora Cancio
Produção: Maria Laura Cravo
Preparação de elenco: Audrei Andrade
Assistente de Direção: Maria Laura Cravo
Assistente de Fotografia: Felipe Barreto Still: Mi Lisboa Som Direto: Cauê Leal
Maquiagem: Maria Laura Cravo
Montagem: Gabriel Durán
Edição de som e mixagem: Cauê Leal
Colorista: Renan Castelo Branco
Trilha Original – Cauê Leal
“A LUZ DO DIA”
“FIM DO CAMINHO”
“TURBULÊNCIA”
Para acompanhar mais da atriz Beatriz Bresolin, siga-a no Instagram @beatriz.bresolin