Restaurante Pacato – Foto Brejo.
Casa do Chef Caio Soter promove experiência completa ao público
Recente na capital mineira, o Pacato, restaurante comandado pelo chef Caio Soter, vem surpreendendo os comensais com o sabor, um menu que foge do convencional e por proporcionar uma experiência completa. Além do atendimento cuidadoso, gentil e de excelência, um dos diferenciais é a ambientação com músicas de artistas mineiros, em uma playlist criada pelos músicos Thiago Delegado e Vitor Velloso, que inclui uma canção autoral composta especialmente para o restaurante: “Ser Pacato”.
A música “Ser Pacato” resume um pouco dos desafios de ser mineiro e também a necessidade de desacelerar e aproveitar as coisas boas da vida. Além da composição, Vitor Velloso e Thiago Delegado compartilham os vocais. A faixa, que também pode ser escutada nas principais plataformas de áudio, conta com Aloizio Horta (Contrabaixo), André Limão Queiroz (Bateria e Percussão) e Christiano Caldas (Teclados).
Para o compositor Vitor Velloso, que também é um dos sócios do restaurante, a proposta de criar uma música para a casa foi um tanto quanto desafiadora. “Quando o Caio dividiu comigo a ideia achei complicado. Como assim ‘Pacato’? Num momento tão difícil do mundo… Aí ele contou que levaram nosso ouro, mas deixaram ingredientes preciosos e achei ainda mais difícil. Então comecei a pesquisar sobre mineiridade, serenidade e encontrei um texto de Guimarães Rosa chamado ‘Aí está Minas: a mineiridade’ em que ele define nosso estado como ‘um desafio de serenidade’. A partir desse texto tudo fez sentido para mim. Ser pacato não é mesmo fácil, mas Minas Gerais nos convida a esse desafio. Nossa história é essa. Com isso em mente, escrevi um poema, que virou música no violão do Delegado”, revela.
Thiago Delegado conta que é uma alegria fazer parte do projeto. “Vitor Velloso já é um parceiro, inclusive com músicas em meu novo disco. Quando ele me mandou essa letra incrível do Ser Pacato, fiquei viajando em uma forma de remeter à música produzida em Minas e eu ainda não havia feito uma melodia nesse formato chamado de ‘três mineiro’, e todo mundo ficou empolgado com o resultado. Foi um prazer participar dessa composição, ainda mais para um restaurante tão bacana e significativo na cena gastronômica atual”, compartilha.
Quanto às outras músicas que criam a harmonia perfeita para a experiência no Pacato, os compositores buscaram fazer um recorte da boa música criada e interpretada no estado, saindo dos clichês e visitando diferentes gerações. O público encontra um percurso dinâmico, com momentos mais animados e outros mais contemplativos.
A playlist mescla grandes arquitetos da música mineira, como Milton Nascimento, Lô Borges, Toninho Horta, Marku, Vander Lee e Chico Amaral, com talentos mais recentes como Nath Rodrigues, Oleives, Radiolaria. Tem do blues do Sideral ao samba de Lucas Fainblat e Gisele Couto, passando pelas vozes super agradáveis do Affonsinho e do Fred Heliodoro. Entre tantos outros.
Ser Pacato
(Vitor Velloso/Thiago Delegado)
ser sereno ser orvalho
amanhecer
respirar renascer
ver brotar verticalidade
contornar as muralhas
em caminhos retorcidos
aceitar desafios
de serenidade
flutuar o mar de ar
rios de brios navegar
respirar a paz
onde o corre escorre
o que se colhe acolhe
repisar Minas Gerais
ser sereno ser do mato
chão sedento de regato
ver o tempo entreatos
ficar lento quase parar…
e ser pacato
Alta gastronomia no Pacato
A inspiração da cozinha do Pacato é um dos alicerces da culinária mineira, a cozinha de quintal: em tempos de escassez de alimentos e muitas privações, as famílias se organizavam em fazendas e roças e se dedicavam à agricultura familiar de subsistência, com ênfase no cultivo de milho, feijão, mandioca e a criação de porcos e galinhas. Essa tríade de alimentos – vegetais, porco e frango – é a essência do cardápio do Pacato.
O menu degustação (R$280) tem sete tempos e apresenta no couvert o milho, verduras e o feijão em preparações únicas e singulares, a exemplo da telha de feijão branco, espuma de tutu, vinagrete de feijão fradinho e pó de feijoada. Os snacks trazem a galinha em dois formatos, sendo um deles o pé de frango desossado e frito, recheado com mousse de fígado e a entrada é uma celebração ao porco. Os pratos principais trazem surpresas, como o creme de milho com jiló defumado e recheado e pó de quiabo. A experiência é finalizada com releituras de tradicionais combinações mineiras, como por exemplo a pré sobremesa de suflê de queijo com goiabada e licor de jabuticaba.
O menu à la carte reflete a filosofia de trabalho da casa: enxuto, criativo, técnico e muito inovador, a exemplo de pratos como o enroladinho com lombo de porco Moura, duxelles de legumes da horta e taioba, acompanhado de purê de abóbora caramelizado e glacê de pé de porco.
Chef Caio Soter
Nascido em Belo Horizonte, Caio Soter sempre teve uma ligação forte com o território e, consequentemente, com a cozinha mineira. Em 2017, fundou a Umami Steaks, marca pioneira em Dry Aged em Minas Gerais. Neste mesmo ano trabalhou com chefs renomados como Felipe Rameh, Fred Trindade, Flávio Trombino e Felipe Galastro.
Em 2019, assumiu a chefia do restaurante Alma Chef, também na capital mineira, onde desenvolveu um trabalho inspirado na culinária mineira tradicional feita com ingredientes regionais e, por esse trabalho, foi premiado como Chef revelação da cidade.
Em 2020 participou da segunda edição do programa de gastronomia Mestre do Sabor, da Rede Globo e, em setembro do mesmo ano, assumiu a cozinha do restaurante O Jardim. O ano de 2021 marca sua carreira com a abertura de seu primeiro restaurante e de sua consolidação, não apenas como um grande cozinheiro, mas como formador de profissionais da cozinha e mentor de transições de carreira para a gastronomia.
Serviço:
Funcionamento: Quarta – Sábado, das 19h às 23h
Endereço: Rua Rio de Janeiro, n 2735, Bairro Lourdes – CEP 30160-042
Capacidade: 48 lugares
Reservas: https://pacatobh.com.br/
Instagram: @pacatobh