Auxílio emergencial e a volta do poder de compra para o brasileiro



Com a chegada do benefício, as classes mais pobres aumentaram 8% no consumo de donativos essenciais em 2020

O Auxílio Emergencial foi adotado pelo Governo Federal desde o ano passado. O intuito era reduzir os impactos econômicos no país causados pelo período pandêmico que o mundo está enfrentando no combate à Covid-19. O benefício social movimentou os cofres públicos e contribuiu com 3,9% no fechamento do PIB (Produto Interno Bruto) anual em 2020.

Apesar dos percalços na economia, desde o início da pandemia, alguns setores não param de crescer e vender os seus produtos, como é o caso das redes supermercadistas. Incluídos na listagem de serviços essenciais, que não podem fechar, foi comprovado por algumas pesquisas que de fato as pessoas estão consumindo mais alimentos e donativos primordiais para sobrevivência, como, arroz, feijão, carne, sabão etc.

Assim como foi na chegada, em abril de 2020, com a volta do benefício em 2021, muitas famílias desempregadas e sem renda fixa neste momento, estão voltando a ter o poder de compra e conseguindo consumir até mesmo alguns itens a mais no cronograma diário. Como empresário do ramo, Epifânio Parreiras, CEO da Rede de supermercados, Decisão Atacarejo, confirma este aumento. Segundo ele, “com o Auxílio Emergencial, as pessoas puderam incluir na compra itens que não faziam parte do cardápio”.

Numa pesquisa realizada pela Consultoria Kantar, consta que em 2020 houve um crescimento de 4% no índice de itens consumidos por todas as classes sociais e faixas de renda, se comparado ao ano de 2019. Além disso, entre as partes de menor poder aquisitivo, classes D e E, o aumento foi de 8%, ou seja, o dobro.

Segundo o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), entre os mais usufruídos no ano anterior, estão os alimentos processados, como, presuntos e apresuntados, consumidos por 8,5 milhões de famílias das classes mais baixas, em 6,2 milhões de lares, empanados (como, nuggets) nos sabores de frango, carne bovina e vegetais foram experimentados, 4,5 milhões de famílias compraram maionese, hambúrguer e linguiça, 7,1 milhões passaram a usar o azeite na comida e em 5,1, milhões de casas, a manteiga e o requeijão também puderam fazer parte do cardápio.

Expectativa

Com um limite total de R$ 44 bilhões, o Auxílio Emergencial voltou a circular no país. Desta vez, o benefício está sendo dividido em 4 parcelas diferentes, sendo R$350 para mães chefes de família, R$250 para quem mora com outras pessoas e R$150 para o indivíduo que declara morar sozinho. Com a volta desta ajuda de custo, a expectativa é que a população carente possa ter acesso a uma alimentação de qualidade.

Com a paralisação do benefício social no início deste ano e apesar de ser essencial no combate à fome, houve uma pequena diminuição nas compras de supermercados. Com o seu retorno, o setor espera que novamente o índice de famílias com a possibilidade de compras aumente novamente. “Percebemos que no momento em que o benefício parou de ser distribuído, houve uma queda nas vendas. Mas agora, acreditamos que o consumo volte a crescer”, afirma o empresário.

De certa forma, o cenário tende a melhorar e o Auxílio ajuda a movimentar a economia. Com preços mais em conta e alcançáveis para todas as classes sociais, Epifânio afirma que daqui para frente é provável uma maior procura por alimentos em suas lojas. “Para os próximos meses, nossa expectativa é que a procura por alimentos cresça, valorizamos que todos tenham acesso à alimentação de qualidade e com preço justo, independente do Auxílio Emergencial. Prezamos para que o alimento chegue para todas as classes”.

Fonte: Epifânio Parreiras, gestor e administrador com mais de 30 anos de experiência no setor alimentício é CEO da rede de supermercados Decisão Atacarejo, há 3 anos.

Foto: Renato Matos

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