Segundo dia do Congresso Brasileiro dos Promotores de Eventos discute aspectos legais e prestação de serviços



*Felipe José de Jesus / GBC Conteúdo

Trabalhar com a certeza de que a prestação de serviço trará bons resultados para contratantes e promotores de eventos. Assim, o segundo dia do Congresso Brasileiro de Promotores de Eventos foi realizado no dia 8 fevereiro dando prosseguimento às palestras. Cerca de 300 pessoas participaram do evento.

A primeira palestra do dia abordou temas sobre o ECAD e sua importância no cenário de promoção e eventos. O presidente da ABRAPE, Carlos Alberto Xaulim, disse que o ECAD deve ser respeitado. “Deve-se pagar o ECAD e quem são os usuários dele também. Precisamos manter o diálogo, mas essa prática precisa ser em comum acordo e não abusivo, unilateral e subjetivo como está sendo feito”, disse. O presidente da ABRAPE ainda ressaltou que o evento é um marco. “Esse congresso é para mim um divisor de águas para discutirmos novas posturas e ideias. E eu sei que isso, de alguma forma chegará ao ECAD”, completou.

Guilherme Pereira, advogado e diretor jurídico da Confederação Nacional de Jovens Empresários, afirmou que muitos não estão satisfeitos com o ECAD, no entanto, para ele, é preciso ter uma união da classe.  “Acredito que muita gente não está satisfeita com o ECAD, nem os produtores de eventos, nem os compositores. Então para que a tenha uma boa relação entre essas partes, devemos nos unir, pensar e levar outras formas de relacionamento para o ECAD”, salientou.

Para falar sobre a importância da legalidade e prevenções e eventos,  João Wellington, da João Wellington Promoções, lembrou um pouco sobre seus trabalhos e eventos. “Já trabalhamos em diversos eventos e com vários artistas e por isso, sempre ficamos atentos as questões da legalidade e principalmente a questão e prevenção, já que lidamos com tantas pessoas”, afirmou o empresário.

De acordo com o advogado Natanael Cortez, também palestrante do congresso, as legislações precisam ser vistas como aliadas aos eventos. “Os produtores precisam trabalhar sempre com um planejamento prévio, já que assim o poder público não vira um impasse e o evento fica mais seguro, tanto para o público como para as pessoas que trabalham nele”, salientou.

Um dos pontos mais importantes no fechamento de um serviço está na exigência da nota fiscal. Para Daniel Moraes, advogado especializado em direito tributário, a nota fiscal é a forma de se resguardar. “Formalizem, se resguardem sempre do ponto de vista contratual. Não deixa seu evento sem um contrato. O que não posso deixar de afirmar é que o planejamento tributário não vai te livrar dos impostos, mas vai reduzir o seu gasto com ele”, completou.

A meia entrada também sempre foi um tema que trouxe dúvidas para os produtores de eventos e nesse rumo, Lucio Oliveira, produtor mineiro com 40 anos de mercado e Diretor de Assuntos Legais da ABRAPE, destacou que a lei trouxe muitas dúvidas, mas foi grande avanço. “Agora temos uma lei federal que podemos discutir e inclusive contestar. Temos um emaranhado de dúvidas, mas temos que nos unir e a ABRAPE pode nos ajudar nisso para podermos resolver e formar acordos com relação a meia entrada”, complementou.

Para Max Fontes, advogado e fundador da Escola de Direito da FGV/Rio, a lei nos traz alguns questionamentos. “Existem formas de como checar a melhor conduta dos produtores diante da lei por exemplo. Quem vai pagar essa conta? A quem cabe esse custo de investimentos e a ação de incentivo cultural?”, indaga.

Relação trabalhista e artistas 

Além da prestação de serviços, que é muito comum em eventos por parte dos produtores, a advogada Suelen Alves Sanchez, especialista em direito do trabalho pela PUC, disse que estar em conformidade com os sindicatos é importante. “Vale ressaltar que os contratantes devem seguir as regras para não terem problemas decorrentes durante o evento. Seja pelo lado dos prestadores quanto pelo lado dos artistas. Deve se atentar em como fazer e também em como conduzir”, comentou.

Em relação aos artistas, a presidente do Sindicato dos Artistas e Técnicos de Teatro de Minas Gerais (SATED-MG), Magdalena Rodrigues, falou sobre a questão da contratação de artistas e a valorização da classe. “Temos que nos unir cada vez mais em para que a classe seja ainda mais valorizada”, completou.

Grandes eventos e desafios 

Léo Ganem,  ex-presidente da Som Livre, conhecido por lançar diversos artistas como Michel Teló, Luan Santana entre outros, falou sobre sua experiência e a entrada da TV Globo em 2010 em grandes eventos. “Fui convidado pelos Marinho para criar grandes eventos. Entrei porque acreditei e logo consegui estar dentro do Lolapalloza, que foi o meu grande salto. Consegui ter o relacionamento com grandes marcas e isso foi ótimo”, comentou. Complementando a palestra, Estácio Gonzaga, responsável pelo Festival de Verão de Salvador que chega a sua 18ª edição comentou sobre a importância de se renovar. “O festival teve grande importância em minha atuação, só que com o tempo, Salvador foi ganhando outros eventos, por isso, vimos a importância de inovar criando uma logo nova; novos horários e depoimentos e artistas que já participaram. Com isso entendemos que vale a pena nos reinventar e no e a edição do ano passado teve grande repercussão”, explicou.

O empresário do Jota Quest, Helber Luiz de Oliveira, falou sobre sua experiência até chegar a banda. “Trabalhei no Axé Brasil como produtor e agradeço aos que acreditaram em mim durante esse período. Foi uma oportunidade para mim, aliás, sensacional, pois eu cuidava do palco, ou seja, já trabalhei para público de mais de 50 mil pessoas. Com esse trabalho cheguei ao Jota Quest”, declarou.

Homenagens

Além das palestras, o Congresso reservou um momento especial para homenagear alguns nomes que fazem a diferença na área, como Rubens de Oliveira, Manoel Poladian e José Carlos Mendonça, mais conhecido como Canela.

Tecnologia para eventos

Para fechar o ciclo de palestras, Leonardo Dias, Subsecretário de Estado da Ciência e Tecnologia e Inovação, falou sobre a utilização da tecnologia nos eventos. “Precisamos ter cada vez mais eventos no Brasil.  Isso é o que mais necessitamos, pois temos que continuar a debater formas de inovar e trazer novidades para a área. A inovação tem que estar presente em tudo, por isso, vejo as startups como um ponto importante. É preciso acoplar as tecnologias sempre. Elas são o futuro, pois gasta-se menos e traz muita praticidade para os negócios”, argumentou.

Encerrando, Rodrigo Cartacho, Cofundador da Sympla e ganhador do prêmio de melhor Startup na venda e tickets e gestão de eventos no Brasil, afirmou que as mídias sociais e os vídeos são o grande filão para os eventos. “As pessoas gastam, em média, 3 horas diárias em mídias sociais. Sendo assim, esse meio vem se tornando um grande espaço para conquistar clientes e seguidores. Identifique quem realmente multiplica sua marca e os convide para ajudar. Nas vendas online é possível medir isso, por isso, fique e olho”, recomenda.

Balanço positivo

Emocionado, o presidente da ABRAPE, Carlos Alberto Xaulim fez o balanço do Congresso e afirmou que a iniciativa conseguiu alcançar todas as metas estabelecidas. Além disso, afirmou que no ano que vem haverá mais um congresso. “É uma alegria muito grande no sentido de ver que as pessoas acreditaram na realização do congresso e pagaram pelas inscrições. Tivemos uma diversidade muito grande de pessoas. Aqui tivemos produtores de Belém, Santarém, Caxias do Sul, João Pessoa e outras cidades que acreditaram no conteúdo do evento e dos palestrantes. Me sinto contemplado em ver as manifestações positivas e com a aprovação do nosso trabalho. A presidência mudará, mas no ano que vem teremos mais uma edição do Congresso, pois temos um grupo apaixonado e que dará o mesmo apoio”, encerrou o presidente.

 

Total
0
Shares
Deixe um comentário
Próximo Artigo

Primeiro dia do Congresso Brasileiro dos Promotores de Eventos recebe mais de 300 pessoas em Belo Horizonte

Artigo Anterior

Sarau do Filizzola chega à sua 30ª edição

Relacionados