Ela é apontada como mandante e financiadora do homicídio do jornalista do jornal O Grito executada em agosto do ano passado.
O rastreamento de verba desviada de cofres públicos, aliado a análise de imagens de câmeras de segurança foram determinantes nas investigações conduzidas pela Polícia Civil de Minas Gerais que resultaram na prisão da prefeita de Santa Luzia, Roseli Ferreira Pimentel. Ela é apontada como mandante e financiadora do homicídio do jornalista Maurício Campos Rosa, dono do jornal O Grito. A vítima foi executada no dia 17 de agosto do ano passado, no bairro Frimisa, em Santa Luzia, Região Metropolitana de Belo Horizonte.
Além da prefeita, foram presos durante operação policial, realizada na última quinta-feira (7), outros três suspeitos de envolvimento no crime, sendo eles David Santos Lima (conhecido como Nego), Alessandro de Oliveira Souza (o Leleca), e Gustavo Sérgio Soares Silva (o Gustavim). Um quarto envolvido, Paulo César Florindo de Almeida (o PC) ainda não foi localizado pela polícia.
A ordem de prisão foi expedida pelo desembargador da 5ª Câmara Criminal do Tribunal de Justiça de Minas Gerais, Alexandre Victor de Carvalho, após parecer favorável do procurador de justiça Henrique da Cruz German.
Conforme explicou o delegado que coordenou o inquérito policial César Matoso, Roseli teria ordenado o crime após ser chantageada pela vítima. Maurício, que era aliado de Roseli, ameaçou inverter a linha editorial do jornal, divulgando críticas à gestão da então candidata ao cargo de prefeita, prejudicando-a assim em sua campanha eleitoral.
Ainda de acordo com as investigações, Roseli teria desviado R$ 20 mil reais dos cofres públicos para a execução do crime. Por meio de complexa manobra contábil, a prefeita teria garantido o dinheiro em fatura da Secretaria de Educação, destinada a compra de mamão, e compensado o valor por meio de recursos da Secretaria de Saúde.
Por essa razão, Roseli e a tesoureira da Prefeitura Municipal de Santa Luzia Mônica Maria Lara Augusto Rocha foram indiciadas pelo crime de peculato. A prefeita e Alessandro ainda irão responder pelo crime de peculato em virtude do desaparecimento dos pertences que estavam com a vítima no dia do homicídio. O funcionário da prefeitura Tarick Elias Bruck Campos e o policial militar Leonardo Lúcio Morais também foram indiciados nesse crime.
Dinâmica dos fatos
Três dias antes do crime, segundo as investigações, Maurício teria intensificado as ameaças contra Roseli, que contatou Alessandro para a execução do crime. No dia dos fatos, Alessandro e a vítima marcaram uma reunião na casa do suspeito. Maurício encontrou com Alessandro no caminho, e os dois seguiram então de carro até o local marcado.
Durante o trajeto, o veículo utilizado pelos executores chegou a ultrapassar o carro em que estava Mauricio, o que reforça a suspeita sobre a participação de Alessandro no homicídio. Após a reunião, Maurício foi abordado por Paulo César e atingido por cinco disparos de arma de fogo. Gustavo guiava o carro utilizado na ação criminosa, auxiliado por David.
O inquérito policial foi relatado na última terça-feira (05) e encaminhado à Justiça. Os presos irão responder pelo crime de homicídio duplamente qualificado, por motivo torpe e com recursos que dificultou a defesa da vítima.