Distanciamento social é um dos maiores desafios para adolescentes

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Em uma das fases em que o ser humano mais anseia por contato e novas experiências, encarar a solidão e conflitos familiares podem gerar diversos transtornos

O período de quarentena tem sido uma fase conturbada em vários aspectos da sociedade. Para os adolescentes, não é diferente. No momento em que mais acontecem mudanças físicas e mentais de um indivíduo, lidar com o excesso de conflitos externos pode ser um desafio ainda maior, principalmente quando tal situação envolve ficar longe dos amigos, já que esta é uma fase que as amizades têm grande importância na vida.

O distanciamento social aliado ao estresse e mudanças comportamentais na adolescência têm sido um desafio não só para os pais, mas também para adolescentes que não sabem muito bem como lidar com a situação. “De um lado se comenta muito sobre como os pais podem reagir nesse momento, mas, em contrapartida, os adolescentes se sentem sozinhos e, em muitos casos, incompreendidos no meio de toda essa situação”, comenta a psicóloga e psicopedagoga, Roneida Gontijo.

Entendimento entre pais e filhos pode minimizar conflitos e estresse

De acordo com a especialista, esse é o momento em que o diálogo mais se faz necessário. “A adolescência é uma fase agitada e que a sensação de liberdade fala muito mais alto, ou seja, a maioria prefere estar na companhia do amigos do que em casa. Porém, isso não quer dizer que eles não amem os pais e outros familiares. Pelo contrário, quando eles se sentem acolhidos e entendidos, fica muito mais fácil mantê-los por perto e ensinar que o período em casa não precisa ser uma tortura. Por isso, conversar, entender os sentimentos, trocar experiências e manter a mente aberta para o que eles têm a dizer é importante”, declara.

Limites

Por outro lado, nem tudo deve ser permitido. Roneida alerta que excessos nunca são bons. “Entender o que eles têm a dizer não é sinônimo de permitir absolutamente tudo. É preciso impor limites e haver respeito mútuo. Principalmente na quarentena, evite deixá-los muito tempo navegando na internet, sem conhecimento sobre o que estão acessando. Lembre-se: eles devem ter a privacidade respeitada, mas sempre com equilíbrio para não colocar em risco a própria saúde mental”, indica.

Além disso, manter o acompanhamento com profissional é ainda mais necessário durante esse período. “Essa fase pode ser um estopim para transtornos como ansiedade, TOC, dentre outros. Mesmo para quem se mantém saudável mentalmente, o acompanhamento psicológico deve ser rotina, mesmo a distância”, orienta Roneida.

Fonte: Roneida Gontijo, psicóloga e psicopedagoga.

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