#RANGONAFAVELA UNE GASTRONOMIA, ARTE E TURISMO NA PERIFERIA DE BH



Com o impedimento de circulação e aglomerações em função da pandemia, o setor de gastronomia foi um dos mais afetados, principalmente os pequenos empreendimentos na periferia da cidade. Buscando alternativas de trabalho, o Circuito Gastronômico de Favelas buscou asas na imaginação para criar o #rangonafavela. A iniciativa nasceu para manter a renda de profissionais que atuam nas regiões periféricas e vai unir comida, arte e turismo em dois eventos online.

As apresentações, transmitidas pelo Youtube, serão conduzidas pelos artistas Kdu dos Anjos e Robson Batata, expressões da cena musical belo-horizontina. Eles atuarão junto de uma cozinha show, com a presença de uma cozinheira convidada, apresentando o roteiro turístico, a comunidade e suas potencialidades, que conhecem bem por viverem no local.

Um episódio será realizado no dia 30 de janeiro, no Alto Vera Cruz, com a participação da Dona Dirce Pereira e sua receita da sua famosa feijoada. O outro acontece em 31 de janeiro no Aglomerado da Serra com a cozinheira Luci Soares apresentando seu bolo de pote.

Os roteiros turísticos nas comunidades serão mapeados por um profissional do turismo, Ricardo Menezes, da Espinhaço Operadora Turística, que atua com a capacitação de jovens monitores. A abordagem apresentará a história parcial daquela comunidade, grupos artísticos tradicionais, espaços culturais, projetos sociais, produtores locais, horta comunitária e, claro, sua gastronomia. Serão narrados e registrados, gerando um guia audiovisual com os roteiros criados que serão úteis para potencializar a visitação aos locais no pós-pandemia. Teremos assim uma experiência inovadora de tour virtual por regiões da capital mineira.

No percurso do roteiro será realizada a plantação de 20 árvores e produzidos grafites em um muro, embelezando o local e gerando maior atividade turística e interação com os moradores. O #rangonafavela é uma iniciativa da Casulo Cultura e patrocinado pela Prefeitura de Belo Horizonte, através da Belotur.

Protocolos

Todos os profissionais envolvidos terão sua temperatura e estado de saúde verificados ao chegar ao local. Só poderá permanecer quem estiver livre de qualquer sintoma. Todos usarão máscaras e haverá bastante álcool gel disponível para desinfecção das mãos. A distância mínima de 1,5 m e a preferência por locais abertos e ventilados farão parte do planejamento de produção.

Circuito Gastronômico de Favelas

O Circuito Gastronômico de Favelas acontece desde 2017 e é uma iniciativa que vai além de todos os eventos similares, pois coloca como protagonistas as cozinheiras e os cozinheiros de mãos cheias que vivem em dez comunidades de Belo Horizonte e da região metropolitana. Elas esbanjam receitas deliciosas, influências diversas e engajamento desde o modo sustentável do preparo até a generosidade do compartilhamento na hora de servir os pratos.

O evento é baseado em comida boa, qualificação de atores gastronômicos, aquecimento da economia e criação de uma rede afetiva e solidária. É a vitrine da cultura dos morros, favelas e vilas de uma cidade e seu entorno tão pulsantes.

Em suas versões presenciais, o Circuito realizava encontros em 10 comunidades de BH e região metropolitana, com exposições dos pratos, barracas de artesanato e muitas apresentações musicais, como rodas de samba com artistas de cada morro visitado. Estas edições geraram muito trabalho e renda para os moradores, principalmente os cozinheiros, além do benefício da integração proporcionada entre as comunidades.  Em função da pandemia, o evento foi realizado de forma remota em 2020, com o Circuito Gastronômico de Favelas Online.

“São atores gastronômicos que sempre relacionaram comida com a sobrevivência, mas principalmente com o afeto. São pessoas que estão à frente dos sabores que marcam nossas vidas. Algumas possuem seus estabelecimentos e outras até atuam em restaurantes famosos, mas nunca foram protagonistas de suas criações. Quando pensei no Circuito, minha intenção era ressaltar essa identidade, promover o intercâmbio e, por meio de parcerias, oferecer ferramentas de empoderamento, como cursos de capacitação”, explica Danusa Carvalho, idealizadora do evento e coordenadora da Casulo Cultura.

Danusa explica que neste período de pandemia foi muito procurada pelas cozinheiras, que dependiam do Circuito pra trabalhar e divulgar suas produções culinárias. “Então encontramos essa solução possível em tempos de pandemia, com eventos online, como foi o Circuito Gastronômico de Favelas Online 2020, que proporcionou o encontro de 14 cozinheiras com 14 chefs de cozinha e agora o #rangonafavela. Essas atividades proporcionam movimentação e apoio às cozinheiras e outros agentes da periferia”.

Serviço 

#rangonafavela – 30 e 31 de janeiro – 16 horas
Transmissão via Youtube da Casulo Cultura
https://www.youtube.com/user/casulocultura
30/01 – Alto Vera Cruz – Robson Batata e cozinheira Dona Dirce Pereira
31/01 – Aglomerado da Serra – Kdu dos Anjos e cozinheira Luci Soares

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